Um vento forte, cheirando a hortelã, bateu em meu rosto, esvoaçou meus cabelos e trouxe voando um pedaço de papel. Nele li um poema:
“O mesmo vento que traz a tempestade
Leva o rancor e a melancolia embora.
O mesmo vento que traz o perfume das flores
Leva embora o choro de roubados amores.
Deixe o vento soprar, abra o seu coração
Se sorte tiver, um furacão entrará
Transformará a paisagem, como após a tempestade.”
Não estava assinado, não pude adivinhar o autor, gostei do que li. Parei e pensei, sempre gostei de ventanias e tempestades, acho que varrem a alma e lavam e purificam os sentidos. Fiquei sentindo o vento, vendo tudo que ele levava, raios e trovões começaram a clarear o céu. Grossas gotas de chuva caíram em meu rosto. Fechei os olhos por um instante. Senti que fazia parte de tudo, do vendaval, da tempestade, do mundo. O pedaço de papel com o poema em minha mão se encharcou e se desintegrou. Não me importei, o poema já havia entrado em meu coração.
Ah..a poesia e a sua força!
Parabéns, guria… disse com muita emoção de um sentimento que abraça todos nós quando nos arrebatamos por um poema.
😉
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Obrigada!! 😘
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A linguagem poética é bastante peculiar. Carrega muito de quem escreve. Parabéns pelo poema. Grande e carinhoso abraço!
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Obrigada Evelyn!!
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Que lindo! Deu até vontade de correr para o meio de uma ventania, para ver se transforma também a minha paisagem…
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Obrigada Vanessa. Eu amo tempestades e ventanias…
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Oi, Priscila,
Tudo bem?
Foi de muito bom gosto, escolher um texto que fala justamente sobre o arrebatamento da leitura em uma estreia de um blog sobre literatura. Muito bom. Quem nunca se sentiu assim? Arrebatado por um livro, um conto, um texto, uma obra de arte, transportado para o meio de uma ventania, bem no olho do furação da história?
Gostei também da imagem do papel se dissolvendo na chuva. O que fica, afinal de um texto após sua leitura? Ele vai morar dentro de nós e passa a fazer parte (um pouquinho ao menos) do que somos.
Parabéns.
Beijos
Paula Giannini
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Obrigada Paula, você pegou a essencia do meu texto!!😚
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Oi, Priscila!!
…e o poema já entrou no meu coração! Amei, já havia lido ontem, hoje reli, e vivi a mesma emoção que senti na primeira leitura.
Cada linha do conto-poema mostra o quão sensível você, e o quanto de força há, nesta sensibilidade.
Quantos temporais, quantos ventos, quanto tempo? eu sei da sensação de saber-se parte de tudo.
E é muito bom, mesmo que após as tempestades mais torrenciais, saber-se de pé.
Parabéns!
Beijo
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Obrigada Renata, fico feliz que tenha gostado!!
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Um encontro entre dois gêneros, conteúdo e estilo que se fundem conquistando a sensibilidade do leitor. A realidade ganhou em suas mãos um sopro poético, um tom harmônico, uma expressão simples e de comunicação fácil.
Ah! E pelo vento temos um amor em comum. Veja estribilho de um poema que escrevi: “Rodopiar ao vento, / Levado pelo tempo!” – É, o “vento traz perfumes”, mas nos deixa descabeladas… Desculpe pela brincadeira, parabéns pela boa ideia e execução. Vamos nos dar muito bem aqui. Beijos.
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Obrigada Fátima!! Com certeza nos daremos bem!!
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Outra poetisa no Blog, muito bacana, uma poesia contada, lembrei da letra de “Louca Tempestade” da Ana Carolina. Como já comentei em outra poesia, admiro quem sabe do ofício, tenho dificuldades, sei lá, acho que são as tempestades na minha mente que não deixam a poesia se criar. bjs.
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Obrigada Rose, que bom que gostou!! 😍😙
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Tão curtinho e tão cheio de significado! A poesia já estava dentro do coração. As sensações vindas dela já haviam sido proporcionadas, a missão poética já havia viajado pelo vento e chegado ao destino errante, mas certeiro. Decerto a poesia é sua também. Priscila, quando eu era bem mocinha, na minha escola, ainda não existiam aquelas terríveis cadeiras de braço. Usávamos umas cadeiras acopladas a uma mesa com baú. Certo dia, antes da aula começar, encontrei um desenho belíssimo e um texto, tipo redação, chamado o O Homem do Olho de Vidro. Não tendo guardado a folha e nem conhecido o autor, desde então (aos onze anos) procuro este texto para ler de novo. Sinto que jamais o encontrarei. Creio que vai se desintegrar como esta sua poesia, na minha memória e no tempo que a tudo destrói. Muitos beijos.
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Obrigada Iolandinha!! Que bom que gostou!! A poesia é minha sim…
Tente fazer a sua versão do Homem com o olho de vidro. Aposto que ficaria ótima!!
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Curto, mas cheio de significado. Singelo, mas cheio de força. Poético, mas incisivo. A mensagem é forte e fica. Muito bom.
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Obrigada Sandra!! Que bom que gostou!!
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Olá Priscila. Num espaço tão curto casou poesia com prosa, vento com liberdade, tempestade com renovação. Casamentos perfeitos. Gostei muito. Parabéns! Um beijo.
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Obrigada Ana!! Fiquei feliz com seu comentário!!
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Olá, Priscila!
Então, tinha que ser tão curtinho? 🙂 O fim é a cereja do bolo, mas gostaria muito de ler mais, me envolver mais um pouco. Gostei do sentido.
Bjs!
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O senhor dos ventos soprou forte e foi certeiro no alvo!
Gostei
Meus parabéns
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