(de Paula Giannini)
A primeira coisa que sentiu foi dor. Duas bolas de ping-pong brotavam, em brasa, bem ali, dentro de seus mamilos. Não dava! Não para dormir de bruços, sua posição preferida. Com a cabeça de lado e os braços estendidos sob o peso do corpo, das pernas. A mão espalmada sob as coxas. Mas não. A dor não permitiria que se deitasse assim. Precisava virar, encontrar posição para o conforto, mas não para o sono.
O sono. O segundo de seus sintomas, se é que assim se poderia chamar aquilo que agora experimentava. Uma urgência. Necessidade quase que imperativa de dormir. Apagar por um milhão de anos. Para sempre, ou, se a vida assim lhe permitisse, ao menos enquanto durasse aquela única tarde de folga da semana. O sono. Por sorte ou azar, este parecia não querer lhe abandonar. Sentia como se o apelo de Morfeu chamasse ecoando de um lugar recôndito, do fundo de um poço ao qual se lançava sem medo para mergulhar nos braços da exaustão. Sono pesado. Sem sonhos. Sem a possibilidade de interrupções. A respiração compassada. Profunda.
Talvez estivesse doente. Os nervos à flor da pele. Não entendia o que se passava. Talvez o stress, cogitava. Resultado de uma rotina dura entre trabalho, casa, cuidado com tudo e todos. Era nisso que dava se entregar tanto. Era nisso. E foi assim, sem mais nem menos, sem aviso prévio ou convite para entrar, que uma tristeza súbita, acompanhada por uma espécie de deslumbre, começaram a chamar sua atenção para detalhes com os quais jamais se importara. E caía no choro, do nada, sem vergonha ou medo de ser feliz. Ou infeliz.
Ingredientes
½ kg de mandioquinha
Água
4 ovos
1 xícara de óleo
½ xícara de açúcar
3 tabletes de fermento biológico fresco
1kg de farinha de trigo
Sal
1 gema
Abriu a geladeira. Agora dera para náuseas. Outro sintoma. Ondas de enjoo que pareciam amenizar ao se colocar algo gelado no estômago. Algumas vezes funcionava. Em outras não. Na geladeira, gelatina. Jamais gostara do doce que chamava de comida de hospital, mas agora, a geleia colorida escorria por sua garganta reorganizando a vida. Reconfortando, por alguns minutos.
Modo de Preparo
Ligou o fogo. A sensação de alívio não duraria. A nova e esperada onda de agonia não costumava tardar. Aquele estranho e inusitado fenômeno fazia parecer que seu sistema digestivo, de uma hora para outra, adquirira vida própria.
E adquirira.
Foi o que pensou quando correu para o banheiro.
Correr. O melhor a se fazer depois da longa tarde entre lençóis. Não havia tempo a perder. A casa logo estaria cheia de amigos do filho. E dos amigos dos amigos que, por sua vez, também trariam outros amigos. Desconhecidos que brotavam em casa toda sexta-feira, sob o pretexto de estudar. Mas o estudo, na verdade, era desculpa para a festa regada a cantoria e risadas. E intermináveis disputas de vídeo game que, também sabia, eram novas desculpas para o real motivo das visitas. Seus deliciosos pães artesanais.
Colocou a mandioquinha na água fervente. O tubérculo deveria cozinhar por cerca de 20 minutos ou até que estivesse macio.
Apurava o olfato, outro sintoma notável daquela sua estranha doença. Os sentidos aguçados podiam lhe dizer o momento exato em que o perfume característico das batatas avisaria que já era hora de retirá-las da água, a fim de as colocar no liquidificador junto com os ovos, o óleo, o açúcar.
E o fermento biológico.
Saccharomyces cerevisiae. Microrganismo vivo responsável pelo crescimento da massa dos pães. E talvez também da sua.
Abaixar-se era outra dificuldade. Pegar o eletrodoméstico na prateleira inferior tornava-se mais complicado a cada dia. Olhando para o chão, certamente não enxergaria os próprios pés. Precisava fazer dieta. Mas como? Em sua vida havia a desculpa dos tais amigos dos amigos dos amigos e seus pãezinhos das sextas-feiras.
− O senhor está grávido, tio Paulo?
Grávido!
Voltou-se para a autora da piada. Mocinha metida a engraçada, bebendo água no gargalo sem pedir licença ao abrir a geladeira.
Afinal, aquilo era uma piada, não? Sim, era, claro. Era. Não era? A barriga estava imensa, sabia. Mas, onde é que já se vira um homem grávido. Mas que ideia. Onde?
Ligou o aparelho na tomada, precisava bater os ingredientes obtendo uma massa homogênea. Em seguida, peneirou a farinha na tigela, sem responder à jovem que já saía aos pulos pela porta do quintal. Crianças! Sempre aos pulos. Desde pequenas, desde… O forte movimento dentro de sua barriga interrompia seus pensamentos.
Aos pulos.
Levara a mão ao umbigo, sentindo aquilo de dentro para fora. De fora para dentro. Na palma, tateava a coisa se desenhando como um pé. Um chute a pressionar suas entranhas, querendo sair.
Estava vivo.
Estava grávido!
Acrescentou a mandioquinha batida e o sal, misturando bem. Trabalhava como um autômato, tentando recuperar a força para encarar aquilo que de forma alguma lhe parecia um delírio, mas uma simples, pura, óbvia e imutável constatação.
Estava grávido!
− Pai?! – O filho parecia lembrá-lo, com a voz desafinada de jovens mudanças, o que para ele não era novidade.
Já era pai.
E há mais de 15 anos.
Já era pai.
Mas aquele menino bonito à sua frente não saíra de dentro dele. Mas de outro. Quer dizer, saíra da mãe. Mas era de fato o resultado da soma de Mônica com um outro pai. Ora, mas o que pensava? Repreendia-se. Ele era o pai. Assumira o menino desde que este ainda babava no colo, chorando o crescimento daqueles imensos dentes que agora lhe sorriam. Os de leite, claro, mas ainda os mesmos. Brancos, imensos, francos.
Acrescentou um pouco de água para que a massa ficasse macia, sem grudar nas mãos.
− Está quase pronto! – Respondeu ao filho modelando os pezinhos. Pãezinhos. Costumava comparar aqueles pães aos pés do menino quando pequeno. Eram idênticos, roliços, brincava. Fofinhos.
A cabeça dava voltas. Ou seria o mundo? O que mudara? Que tipo de responsabilidade traria agora essa nova e inusitada condição.
Seria pai.
Já era pai.
Como ousava sequer pensar em trazer uma criança para esse mundo de dificuldades? Estava confuso. Já seria velho quando o caçula tivesse a idade do primogênito hoje. Por quanto tempo mais conseguiria viver nessa rotina de trabalho e pãezinhos a fim de dar suporte a tudo e todos? Amar é servir, acreditava. Mas e depois? O que, afinal, viria depois?
O novo chute devolveu-o à cozinha. Ao presente. Dentro dele uma criança crescia e em breve estaria ali, em seus braços. Medo, euforia, ansiedade. Uma mescla de sensações. Sentimentos. Muitos. Mas um, específico, seria capaz de lhe tirar o sono. O lado prático da questão da coisa em si. A realidade pura, nua e crua.
Era um homem.
Colocou os pãezinhos na assadeira untada e enfarinhada. Precisavam descansar. Ele e os pães. Ele e o bebê. O fermento e o tempo que levaria para fazer a massa crescer.
9 meses.
Não.
O que dizia?
45 minutos para descansar.
Abriu a gaveta pegando o utensílio. Pincelaria os quitutes com gema antes de assar.
Uma dor lancinante tomava conta de seu peito. Não. Não era no peito. Era mais para baixo. O forte chute no períneo fez com que se dobrasse. Períneo? Acaso sua anatomia tinha isso? Obviamente não. A cesariana seria algo a se considerar. Sabia dos benefícios do parto natural para as crianças, para quem os trouxesse ao mundo, mas isso, nesse momento, lhe parecia algo irrealizável. Impossível.
E era!
Era homem!
Será que ninguém reparara nisso?
Forma de Assar
Aquecera o forno previamente.
Sentira a segunda contração com ainda mais força que a primeira. As dores chegavam ritmadas. 15 minutos exatos de intervalo entre cada novo aperto. Tratava-se de um aperto, não? Não saberia como chamar aquilo. Agonia. Talvez fosse melhor pedir ajuda.
Baixou a temperatura do termostato para 180 ºC.
Uma Doula. De onde tirara a ideia de ter o bebê em casa? E se algo desse errado? Se o nenê tivesse algum problema ou precisasse de ajuda para respirar? Para vir ao mundo. Talvez fosse melhor largar tudo e correr para o hospital. Não queria mais aquilo de naturalismo. Nada de parto de cócoras. Quem, afinal, sugerira aquela loucura? Ele? Não. Impossível.
15 minutos.
Era questão de tempo para que os pães estivessem dourados.
15 minutos.
Era questão de tempo para a próxima agonia.
− Pai?! – O filho acalmava-o. – A moça pediu para dizer… – Moça? Caiu em si. Nesta sexta, não havia amigos em sua casa. Era a parteira quem bebera água em sua cozinha há pouco.
A dor era insuportável.
Pensou na Doula. Quase uma menina. Quem em sã consciência confiaria em alguém tão jovem? Alguém que lhe chamar de tio! E por que não lhe davam um analgésico? Um sedativo? Por onde afinal nasceria a circunferência craniana que medira quase 30 milímetros na última ultrassonografia? Como aquela cabeça conseguiria passagem para vir ao mundo? 30 milímetros. Seria normal? Esquecera de perguntar. Estava em pânico.
− A moça disse que ainda vai levar duas horas… Ela aceita um pãozinho.
Pão? Quem, pelo amor de Deus, pensa em comer em uma hora dessas? Essa mulher era um monstro, uma desalmada imatura. Alguém poderia, por favor, fazer algo por sua dor.
2 horas.
O que ela pensava que ele era? Um herói? Um mártir? Não era. Não suportaria um segundo mais aquela dor lancinante. Precisava fazer aquilo parar. Precisava ter a certeza que seu filho estava bem. Que era perfeito. Perninhas, pezinhos, dedos, coração, tudo. Queria vê-lo. Segurá-lo em seus braços.
Modo de Servir
Retirou a fornada.
Alguém precisava prestar atenção nele. Por que todos iam e vinham apressados sem ao menos perguntar se estava bem? Se confortável. Estava decidido. Iria ao pronto-socorro sem perda de tempo ou necessidade de aprovação.
A maleta pronta para a maternidade seria sua companheira até um local seguro para o nascimento de seu bebê e, não podia deixar de admitir, também para ele.
Logo tudo estaria bem, repetia o mantra fazendo respiração cachorrinho como aprendera no treinamento pré-natal. Correu até o quarto aos tropeços, segurando a barriga por baixo como sempre vira grávidas fazer.
Grávidas.
− Mônica?!
Parou diante da porta. E no cômodo, me viu sorrindo, enxugando o suor do pescoço com o paninho branco.
− Fique calmo, amor… Vai dar tudo certo.
− Calma papai… Os homens ficam mais nervosos que as mães. – Foi a última coisa que ouviu antes de apagar.
Voltou a si minutos depois. Na cozinha. Sentado com o corpo escorado na mesinha, ao lado do fogão.
− Essa massa é um coringa. – Tal o pai, o filho servia pãezinhos à Doula, acompanhados de uma pasta doce, outra salgada.
Nosso menino estava mesmo crescendo.
− Obrigada pelo café. − A noite seria longa.
Ainda tentou dizer algo, mas a moça já saíra. Precisava se preparar. Atender à mãe, já com sete dedos de dilatação. Pensou em levantar, ajudar com o parto. Com alguma coisa. Qualquer uma. Mas a simples menção do detalhe esteve prestes a lançá-lo de volta à dor inimaginável. Melhor esperar. De mais a mais, a mão firme do filho segurava-o na cadeira. A parteira não recomendara a presença do pai em Síndrome de Couvade durante o nascimento.
Síndrome de Couvade. Em nossa família, por aquelas dores, seria chamado de pai índio.
Passou a mão na barriga. A verdade é que entrara em pânico. Sentira lindamente todos os sintomas da nossa gravidez. 9 meses. No fundo, sabia tanto quanto eu, que já não suportaria nada a partir daquele ponto. Respirou fundo. Apavorado. Vexado. Era hora de cortar o cordão invisível que nos compassava em um só coração, uníssono. Ao menos por enquanto.
Que mulheres eram mesmo incríveis, ainda tive tempo de ouvi-lo pensar.
Alguns minutos depois, escutou o choro do bebê. E disfarçou o seu, aliviado. Tudo parecia bem. Finalmente acreditava entender o sentido de tudo. Do universo. Da vida. E ali, naquele instante, pressentiu a dor de seu novo amor. Na ponta de seus peitos, já gritava a inesperada urgência da amamentação.
*Receita generosamente cedida por Panifício Contesini
Olá Paula. Mais um belíssimo conto baseado numa receita, esta de pão. Deveria ter adivinhado que seria de pão, ou de algo que levedasse, não é? estamos a falar de vida; nascer foi o verbo que deu o mote. Ao mesmo tempo é uma pena sabermos o tema, pois logo se adivinha o desfecho. Quando escrever o seu livro, será diferente, mas aqui sabemos que ele está “grávido” muito antes de chegarmos ao Síndrome de Couvade.
Muito bem narrado este parto e o desenvolvimento da gravidez (ah, esse apuramento dos sentidos!); imagino que quando eles “engravidam”, o processo seja muito semelhante a este. Com o meu marido quase sucedeu, houve momentos em que a calma e a segurança eram mesmo coisas só minhas, assim como aqui é a mulher, em pleno trabalho de parto, a sossegá-lo.
O fazer dos pãezinhos acompanhou magistralmente cada momento, assim como as cogitações do pobre pai, com uma doçura e cadência perfeitas.
Humano, muito humano. E igualmente belo. Parabéns, Paula! Ficou lindo!
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Oi, Ana,
Obrigada por ler e comentar mais essa minha receita.
Fiquei curiosa. Você já sabia que era um homem no início?
Quanto a receita é maravilhosa na vida real, ganhei de uma prima que faz pães artesanais.
Beijos
Paula Giannini
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Paula, desculpe só hoje responder à sua pergunta, mas nunca tinha visto o seu comentário. Não, de homem não percebi logo que era, percebi gravidez, ser um homem levou mais tempo. Beijos.
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Paula, gostei muito do seu conto, adorei essa junção de conto com receita, muito bom, muito interessante, quanto ao seu conto adorei, aqui em minha casa também usamos o termo “pai índio”, muito bom mesmo e a receita desse pão de mandioquinha deve ser uma delícia. parabéns.
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Na nossa, não é? rsrsrs
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Olá! Sinceramente, deu até vontade de fazer (e comer) este pãozinho 😉 Em relação ao conto, eu JURAVA que se tratava de um casal (ou seria dupla?) de pessoas do sexo feminino, onde a garota que se vestia de “pai” estava a dar a luz ao segundo filho delas hahahha. Acho muito estranho esta síndrome, assim como acho estranho a gravidez psicológica que ocorre com muitas mulheres, mas a mente humana é algo surpreendente. Parabéns por mais um belo conto em formato ‘delicioso’.
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Oi, Vanessa,
Obrigada por ler e comentar minha receita. rsrs
Confesso que quase escrevi como sua ideia acima, mas resolvi investir em inúmeros relatos que conhecia sobre a Síndrome de Couvade.
Quanto a receita é maravilhosa, faça e não se arrependerá.
Beijos
Paula Giannini
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Paula, querida. Que texto fantástico! Maravilhoso! Você descreveu tão bem a insegurança e a agonia do parto. Só mesmo quem já passou por isso pode descrever assim. Colocar tudo sob a ótica de um homem foi genial. E a receita… vou tentar fazer!! Amei o seu texto! Parabéns e boa sorte!!
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Oi, Priscila,
Obrigada por ler e comentar minha receita.
Você está certa. Só quem já passou por isso sabe tudo o quanto se passa e você demonstrou isso muito bem em seu conto também.
A receita é maravilhosa, sim, ganhei de uma prima que faz pães artesanais.
Beijos
Paula Giannini
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Que delícia de receita, ou melhor, de texto! Os processos da gravidez e da confecção dos pãezinhos ficaram muito bem integrados. Sua narrativa é segura, emocionante; as figuras estão articuladas com significados solidários, encaixadas de forma coerente na estrutura textual – um resultado original, surpreendente. Se o assunto (Síndrome de Couvade) já é interessante por si, a sua construção o deixou mais atrativo. Parabéns. Abraços.
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Querida Fátima,
Obrigada pelo carinho ao ler e comentar minha receita-conto.
Fico feliz que tenha gostado.
Também acho a Síndrome interessantíssima. Seres humanos são mesmo um mistério. 😉
Beijos
Paula Giannini
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Olá, Paula! Sempre me delicio com o jogo de palavras e imagens que vc utiliza com maestria. A receita de pão, que incha, que se multiplica tal qual Jesus no seu milagre primeiro. E as incertezas que vêm com o fato de se descobrir grávido (ou grávida) pela ótica de um homem me pareceu a cereja do bolo (perdoe o trocadilho para combinar com seu pão) que dá o arremate final. Perfeito.
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Oi, Sandra,
Você é sempre muito gentil, generosa em sua leitura e comentários. Só tenho a agradecer.
Beijos
Paula Giannini
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Adorei, Paula! Muito incrível essa união de receita e momento inesquecível. A vida tem tantos sabores… Eu vi meu amado, aí, agoniado nos momentos que antecederam o nascimento dos filhos. E dizer que tudo vai dar certo parece mesmo algo estranho para eles, não sei. Enfim… O conto é um primor. Cadenciado até o fim pela delicadeza da escolha de palavras. Um universo todo desvendado sob o olhar do outro. Parabéns!
Grande e carinhoso abraço!
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Oi, Evelyn,
Obrigada por ler e comentar meu conto-receita.
Como sou sua fã, fico muito feliz que tenha gostado. rsrsrs
Sobre a Síndrome de Couvade, muitos homens sofrem desse bem(mal). Mas creio que o nome verdadeiro seja amor.
Beijos
Paula Giannini
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Que narrativa deliciosa!
Não preciso dizer que estás de parabéns!
Que agonia, nossa mãe.. a do personagem e a minha tentando descobrir na cabeça de quem estávamos. Primeiro pensei ser uma jovenzinha na puberdade, depois uma mulher, mas como ela nao sabia-se grávida? dae pensei tb numa trans que tão identificada em ser homem estava surtada hahaha Fiquei maravilhada com esta Síndrome.. existe é? Nunca vi nada parecido, achei que homens assim fossem ficção.
Gostoso de ler isso, estou sentindo o cheiro dos paezinhos enquanto escrevo.. hhuuuummmm.
Beijos
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Querida Kinda,
Obrigada por ler e comentar com tanto amor.
Esse pãozinho é uma delícia. Minha prima faz pães artesanais e me deu a receita maravilhosa.
Quanto ao conto, fico feliz que você tenha feito todo o “caminho” que imaginei no leitor. 😉 Sinto-me completa com seu comentário. rsrsrs
Beijos
Paula Giannini
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Oi, Paula!
Nossa, que susto. Literalmente eu fiquei muito agoniada lendo seu conto. Tudo começou normal, já fui imaginado que iria contar sobre a experiência da maternidade por uma mãe…e teria a receita no meio fazendo esse contraste tão interessante que você faz em seus contos. Mas aí vem a palavra “pai” e me tira do eixo. Pensei” calma ae, vamos com calma agora” voltei do início e li mais atenta e percebi que não deixei passar nada, não. Você simplesmente foi muito inteligente dando uma perspectiva diferente do que o leitor esperava. Adoro quando sou surpreendida.
Ai começaram as teorias, pensei em várias, mas a que mais se encaixava e que poderia ser uma história que envolvesse uma transexual, que de repente se viu grávida. Eu sinceramente não sei como eu iria absolver isso kkk. Mas acabou que não, era uma coisa que até então eu desconhecia, pesquisei aqui e fiquei impressionada que exista Isso. Muito louco.
Enfim, Paula. Eu gostei muito, essa ideia de juntar uma história junto a uma receita é genial, me Impressiona a forma como faz. Você é uma mestre cuca nisso, parabéns é que venham muito mais receitas como estas. Me parece um projeto muito promissor.
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Oi, Amanda,
Obrigada por ler e comentar com tanto carinho.
Que bom que lhe dei um susto. kkkk
Estou adorando a experiência com vocês por aqui.
Beijos
Paula Giannini
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Método TFI – Trama – Fluidez – Impacto
Trama: Em uma certa sexta-feira o protagonista joga o leitor em três realidades: A- ele está psicologicamente grávido. B- A mulher do cara, mãe de seu primeiro filho com outro homem, está grávida de verdade e vai parir em casa naquele mesmo dia. C- Durante o desenrolar da trama, a autora insere a receita completa de um pão de mandioquinha de uma maneira a entrelaçar seus sintomas com o processo de preparar os pães. Há uma relação emocional do personagem com a comida e isso fica mais patente pela forma como ele compara o pão com os pés do filho.
Fluidez: Há uma estranheza quando se descobre que o narrador é homem, e tudo o mais, mas a autora misturou as partes com tanta segurança, receita, pão, gravidez, homem, filho da mãe, mãe do filho, mandioquinha e doula, que o texto corre sem entrave algum. Não há problemas de digitação ou gramaticais, tudo encaixadinho e bem medido.
Impacto: Tudo o que essa menina cozinhe fica incrível – Sou fã. Paula, parabéns. Mais uma receita de sucesso.
Iolanda.
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Querida Iolandinha,
Você não sabe como me faz feliz com seus comentários.
Vou contar um segredo, antes, no EC, eu ficava torcendo para você gostar dos meus contos. Como vê, somos fãs uma da outra.
Beijos
Paula Giannini
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Paulinha, mas eu amei loucamente o Matéria Prima, e nem sabia que era seu, mas torci bastante que fosse.
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😀😁😀
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Ei Paula,
Que conto espetacular. Primeiro você nos engana, nos faz pensar que a personagem protagonista grávida é uma mulher. Depois nos causa estranheza, fazendo-nos imaginar um homem grávido, e um desenvolvimento/desfecho incômodo. Por fim, a revelação dessa tal síndrome de couvade, que eu desconhecia. Tudo muito bem misturado com essa receita de pão. Que tal nos enganar também com isso e no final servir, sei lá, umas empadas?
Você é uma escritora muito talentosa. Ansiosa para ter um exemplar desse seu livro de receitas autografado.
Parabéns pelo texto nota 10! Beijo grande.
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Querida Elisa,
Obrigada pela leitura e pelo carinhoso comentário.
Grande idéia. Farei empadas.
E vou pensar nisso de surpreender nas receitas.
Beijos
Paula Giannini
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E esses pezinhos fofos? Golpe baixo!
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São dos meus netos… Kkkk
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Paulinha, super obrigada! Uma honra ter uma recita transformada em conto por vc. É uma delicia ler seus escritos, senti cheiro, imaginei o Paulo de barrigão, me senti todinha na cena. Parabéns, pelo talento, pelas premiações e mais um vez, gratidão! Bjs
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Obrigada, prima, por ler e comentar aqui. Meu talento de autora não chega aos pés do seu, na panificação. Quero muitoooo… Beijos
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Oi Paula, magistral o seu texto, dei nó no cabeção tentando entender quem estava grávida ou grávido. Vivendo e aprendendo, não conhecia a Síndrome de Couvade, depois, tudo se encaixou, perfeito. Vc bem poderia escrever um livro de receitas, tipo, Gastronomia da Alma, bombaria mais do que o MAster Chef. Parabéns, bjs.
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Querida Rose,
Obrigada pela leitura generosa e amiga.
A ideia dos contos é fazer um livro, sim. Espero mesmo que você esteja certa, quanto ao bombar. rsrrsrss
Quanto à Síndrome, pois é, existe. O ser humano é mesmo muito complexo, você não acha?
Beijos
Paula Giannini
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Cadê o meu pãozinho?
Como a Anorkinda,primeiro pensei em uma menina vivendo o desabrochar da puberdade. Depois, embarquei mesmo numa onda nonsense do homem estar grávido mesmo. Foi bem divertido imaginar o sujeito com todos os sintomas da gestação.Fui solidária porque no meu caso, eu não senti quase nada,tanto que me descobri grávida só lá pela vigésima semana, ou seja, na metade do processo.
Como sempre, adorei o seu texto. Gosto muito do modo como conduz a narrativa, a alquimia com as palavras, o tempero que dá aos personagens.
Parabéns, garota!
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Oi, Claudia!
Você é uma delícia. Está eleita minha leitora top de linha.
Escrevi o Buraco de Minhoca pensando: Será que a Cláudia vai gostar?
Nem quero ver minha decepção, quando você não for com a cara de algo meu lá no E.C.
Obrigada por tanto carinho.
Beijos
Paula Giannini
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Caramba, que conto doce!
Eu gostei demais! Demais mesmo de como você arquitetou as coisas. Muito bom essa receita de inserir receitas nos seus textos. Você deu um ritmo pausado onde os acontecimentos vão interagindo com os ingredientes deixando uma história dentro de outra história. Já estagiei como Doula em uma maternidade (eu nem sabia que isso inda estava em ativo) e foi uma grata lembrança.
Gostei! Gostei!
Muito bonito essa ligação com a gravidez por parte do personagem.
Sucesso!
Nota: 10
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Querida Maria,
Você não imagina coo seu comentário me deixa feliz. Sou sua fã e você sabe disso. Então, um comentário tão lindo vindo de você só me faz sorrir.
Sobre as doulas, uma amiga minha teve filho há pouco tempo com uma, em casa. O marido registrou tudo no facebook, pode? Se fosse eu, matava ele. hahahaha
Beijos
Paula Giannini
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Oi Paula!
Teu texto é muito envolvente.
Nos pegamos pensando no liame da feitura do pão com os sintomas de gravidez.
Achei muito sensível de tua parte trazer a ótima do pai para o desafio do verbo nascer, essencialmente feminino.
Eu conhecia a questão, mas não sabia o nome. Muito interessante.
Tu foi (como costuma ser) muito criativa na elaboração do conto.
E, claro, como as demais contistas, estou com muita vontade de experimentar esse pão. Deve ser uma delícia!
Grande beijo,
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Obrigada, minha linda, pelo carinho de sua leitura.
Vamos marcar para comer pães um dia!
Beijos
Paula Giannini
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“Microrganismo vivo responsável pelo crescimento da massa dos pães. E talvez também da sua.” – Esse universo paralelo entre a gestação do pão e a gravidez ficou muito envolvente.
No começo achei que era uma mulher, depois achei que era uma trans, depois achei que era um extraterrestre e, por fim, vi ser algo muito mais sério: um pai presente. Intrigante até o fim.
Sugestão:
Me ensinar como ser tão delicada sem ser piegas.
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Oi, Catarina,
Agradeço muito por sua leitura, pelo carinho.
Estou muito feliz em fazer parte desse.grupo de mulheres tão talentosas.
Beijos
Paula Giannini
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Paula, mais um magnífico conto, mais uma maravilhosa receita (de escrita e de pãozinho, no caso). Amo a sua escrita, é doce e ao mesmo tempo envolvente de uma forma que nos pega, prende, e flui lindamente.
O pai que se entrega corpo e alma ao gestar da companheira, a urgência de sentir e de sentimento, tudo no ponto certo.
Bom, você já sabe, mas você arrasa, e sou muito sua fã.
Aplausos e beijos!!
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Querida Renata,
Obrigada por ler e comentar com tanto carinho.
Fico feliz que tenha gostado. Sobre ser fã… É recíproco.
Beijos
Paula
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UAU! Que viagem!
No comecinho achei que fosse uma mulher, mas quando menciona um filho grande eu penso: como uma mulher que já teve um filho não reconhece uma segunda gravidez?
Aí você complica um pouquinho mais com a palavra PAI – então eu pensei em um casal gay, onde o pai sofreu um deslize e engravidou. Mas na minha cabeça isso não estava certo, porque conheço muitas meninas gays (minha filha é gay e tem muitas amigas) tem aquelas que são bissexuais
e estas sim podem sair com um homem, mas estas não assumem a posição de homem, são bem femininas. Aquelas que se transformam em homens jamais cometeriam este erro. (essa é só minha opinião de observadora).
Daí veio a surpresa, síndrome de Couvado, sabia que existia, mas não conhecia pelo nome.
Emocionei-me com o tamanho do envolvimento dele com a gravidez.
Parabéns minha querida.
Adorei! 🙂
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Neusa, querida,
Estou feliz que você tenha gostado. E mais! Que tenha feito todo o caminho que imaginei para o leitor.
Escrevi esse conto despretensiosamente e muitos homens que já tiveram filhos se identificaram, acredita? Meu filho é um deles. Pensou que escrevi para ele. hehehehe
Obrigada por sua generosa leitura sempre.
Beijos
Paula Giannini
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