UM REI NO PURGATÓRIO – Juliana Calafange

Virgulino Ferreira da Silva, aqui na Terra conhecido como o Lampião, Governador do Sertão, estava lá no Purgatório, fazendo a tal retrospectiva de sua vida, ponderando seus atos malvados e virtuosos, na expectativa de ser aceito no Paraíso, nos braços de São Pedro e do Padinho Padre Cícero.

Tudo ainda estava muito confuso em sua cabeça. Sabe como é, nesses casos, o tempo na cabeça do cabra corre bem mais devagar do que para nós aqui na Terra. Mesmo que para nós já tenham se passado muitos anos, no etéreo as coisas andam mais lentas. A pessoa fica meio perdida, demora pra se acostumar com o ocorrido e com a nova condição de morto.

Virgulino, no caso, ainda sentia a dor das balas que o tinham matado, fazia pouquíssimo tempo que tinha compreendido a sua morte, pois ficara muito tempo atordoado, sem entender direito o que tinha se passado em Angicos.

Ele só lembrava do rosto da Maria assustada, olhando pra ele, ele ensanguentado com aquela dor aguda no peito. Depois, só o escuro, e depois do escuro, a luz, e depois, a notícia de que estava no Purgatório… Foi um anjo que lhe sussurrou no ouvido: “Virgulino… Virgulino… Agora teu acerto é com Deus…” Ele não acreditou, reclamou, gemeu, gritou, berrou, urrou, mas acabou se lembrando de tudo e agora estava lá, tentando aceitar as coisas e se arrepender, pra poder morar ao lado do Senhor.

Verdade seja dita, lá no fundo, no fundinho mesmo, ele sempre duvidou se, na hora maior das horas, na hora da morte, ele seria aceito mesmo no Céu. Eram tantas estórias descabidas que contavam sobre ele, era tanto ódio, tanta maledicência, que ele achava que podia mesmo ir parar nas mãos do Capeta. Lá no Inferno, onde o clima é muito mais quente que no sertão.

E em meio àquele turbilhão de imagens, a sua cabeça, mesmo tendo sido cortada, ainda doía como numa enxaqueca daquelas! Então sentiu a dor na garganta, na goela cortada. Imediatamente, num reflexo mais que natural, colocou a mão sobre o pescoço, como para estancar o sangue, mesmo sabendo que nele não corria mais nada, nem sangue, nem ar, nem pó. Pensou logo em Maria, no seu rosto angelical, na sua pele alva, no seu sorriso. Sentiu um nó e uma angústia, no mesmo lugar onde antes o fio da faca cortou: bem no meio da garganta, na altura do gogó. Chorou. Talvez tenha sido a única vez em que se lembra de ter chorado. E logo em seguida pensou: “Segura essa gota, que ômi que é ômi não chora!”. E, como se fosse um eco da sua própria voz: “Sossega, Virgulino. Agora não é tempo de pensar no que perdeu. Agora é tempo de recomeçar. Olha pra frente, ômi!”. E esse foi o aviso. E o motivo, talvez, da confusão mental que se abateu sobre ele logo a seguir.

Não se sabe muito bem o que aconteceu naquele momento, se foi alguma alteração na magnetosfera do Universo, do Céu, ou do Inferno, ou se foi apenas um bug tecnológico qualquer. O fato é que, de repente, Virgulino começou a ver em sua mente imagens que não lhe pareciam familiares. Era o mesmo sertão, o mesmo Pernambuco de sempre, mas tinha umas coisas estranhas. Parece esquisito falar assim, mas foi assim mesmo que aconteceu. Maria Bonita não era a mesma, na verdade aparecia nas imagens com o rosto diferente do rosto dela própria, a tez mais morena, ou talvez mais clara, mas não a cor da tez que ela realmente tinha, e da qual ele se lembrava muito bem. Afinal, foram tantos momentos de chamego, de afago, foi tanto cafuné desde que ela resolveu se juntar a ele e ao bando, que não tinha como ele não se lembrar, mesmo agora, morto, no Purgatório.

Ele também se via nas imagens, com espanto. Era ele mesmo, pois o homem usava suas roupas, seu par de óculos e até seus anéis. Mas, observando com atenção, se via que na verdade não eram suas roupas nem seu par de óculos, nem seus anéis. Eram roupas parecidas com as dele, mas as dele, as dele de verdade, fora ele mesmo quem fez, quem bordou, quem criou, por assim dizer. E pensar que ele perdeu muitas horas de sua vida costurando, embelezando suas vestimentas de guerra e de domingo. E essas roupas que ele via agora, vestidas por esse homem que parecia, mas que não era ele, eram roupas mal feitas, de parco acabamento e material de quinta categoria!

Mas nas imagens, as demais pessoas se dirigiam a ele pelo nome, ora Virgulino Ferreira da Silva, ora Rei do Cangaço, ora Lampião, ora só Virgulino, ora só Virgulino Ferreira, ora só “Lampa”… Vejam só! “Lampa”! Isso lá é intimidade que se dê prum cabra da peste que nem eu?!, pensava. E, quanto mais observava as imagens que apareciam na sua mente, menos se reconhecia nelas. Não era a sua cara e sim outra cara. Uma cara, aliás, mais bem tratada que a dele. O homem que aparecia agora, por exemplo, tinha todos os dentes na boca…

Daí pra frente, Virgulino viu-se protagonizando cenas que jamais aconteceram, dizendo coisas que jamais disse. Que estranho, pensou, será uma artimanha do Demo pra me arengar, pra me fazer cair em mais tentação e me levar pros reinos do subterrâneo?

Foi quando ouviu a palavra “corta!”, vindo só Deus sabe de onde. E depois descobriu que vinha Dele mesmo, quando olhou em direção à voz e, completamente abestalhado, viu a figura de Deus, voinho, barba comprida, cabelo amarrado atrás da cabeça, sentado numa cadeira onde estava escrito “DIRETOR”. E então aquela voz retumbante gritou de novo “Corta!”, seguido de um “Isso não está bom, não estou gostando, não estou gostando. Quero mais realismo!”

De repente, começou uma movimentação intensa, aquele que se parecia com ele, aquela que fingia ter a cara da Maria Déa e mais outras pessoas que ele não tinha reparado antes começaram a andar prum lado e pro outro, com o semblante muito enrugado, que nem o dele costumava ficar quando estava prestes a atacar mais uma fazenda de gente estribada. O clima estava mesmo tenso e Virgulino levou um baita susto quando sentiu uma cutucada no cangote.

Ficou chocado e ao mesmo tempo emocionado, quando viu ao seu lado a bela Maria. Não aquela maria que fingia ser ela. Mas a sua Maria Déa, Maria Bonita, de verdade! Abraçou-a bem apertado, enquanto ela tentava dizer: “Capitão, temos um trabalho a fazê! Não vá dá pra trás agora, ômi!”

Então ela disse que Deus e o Padinho Cícero estavam contando com eles pra terminar o filme. E que agora, que não pertenciam mais ao mundo dos vivos, tinham virado História. E que Deus estava a criar uma bela história, da qual ele era o personagem principal!

Nesse momento, as imagens voltaram a se misturar na cabeça do Capitão Virgulino. O acampamento na fazenda Angicos, o pipoco de bala na chaleira de água fervendo, o pega pá capá de cabra correndo, Maria ao seu lado, o sangue escorrendo, a dor na garganta… e agora isso! “Personagem, óxente! Foi nisso que me transformei?”, questionou rabugento. E logo depois, lembrou-se que ser rabugento não ajudaria sua empreitada rumo ao Paraíso.

Tremeu, sentiu frio na espinha. E Maria insistia: “Vamo, ômi!”

Vamo pra onde, minha Nossa Senhora?! Que diabo de filme é esse? Essa muié tá de arrumação? Transformar em personagem o Capitão do Sertão?! Tudo bem que ele agora já não tinha outro objetivo na vida, quer dizer, na morte, a não ser seguir o caminho do Céu, ao lado de São Pedro, do Padinho e de Deus, ou do Diretor, que nome tenha! Mas daí a virar personagem?! Será que era isso que a morte tinha guardado pra ele? Será que era isso que aquele anjo quis dizer quando falou que agora ele ia se acertar com Deus?

Olhou mais uma vez pra Maria, aquele rosto alvo que ele tinha acariciado tantas vezes e que jamais esqueceria. Lembrou que tantas vezes aquela mulher, com seu jeito manso, tinha derrubado o bravo guerreiro. Tantas vezes foi ela quem o convenceu a recuar e não esfolar vivo algum fi duma peste, só porque o cabra sofria duma muléstia, ou porque a esposa estava buxuda e criança não devia nascer sem pai. Aquela alma da Maria devia ser mesmo abençoada por Deus e pelo Padinho Padre Cícero, e talvez ele devesse escutá-la mais uma vez.

Foi assim que o cabra da peste virou personagem. Fez tudo direitinho, como manda o figurino. Protagonizou cenas que jamais aconteceram, disse coisas que jamais havia dito. A cada cena, procurava o olhar de aprovação de Maria. Depois olhava pra Deus, na cadeira de Diretor, e Ele piscava o olho pra Virgulino, em sinal de que tudo estava satisfatório.

Mas ele, o Rei do Sertão, não estava nada satisfeito. Nada disso era digno de Virgulino Ferreira da Silva, sujeito arroxado que morreu lutando pelas suas ideias, que nunca fraquejou diante dum inimigo, que na vida toda não deu trela pra cunversê nem fuxico, que jamais caiu em conto de malaquia, agora ficar sendo aviado pra lá e pra cá, a mando de alguém. Nem que esse alguém seja Deus! Nem que seja São Pedro, ou o Padim Ciço!

Daí perdeu a paciência. A história era dele e ele não ia admitir aresia! Tocou a maior zuada no set, desmontou cenário, xingou contrarregra, tocou os atores pra correr no susto do facão. E quando o Diretor já ia interferir, foi o próprio “Lampa” quem gritou:

– Cortaaaa!!!!! – e desembestou a correr com o facão atrás dos galalau tudo. Nem os gritos de Maria sossegaram Virgulino. Não tinha garapa que amansasse o ômi.

Mostrou que era cabra quente. Tudo em volta destruído, deu uma goipada pro lado e foi-se embora, chutando as porteiras do Purgatório.

Do lado de fora, viu toda aquela gente vestida de branco. Todos olhando pra ele. Chegou a pensar que no final das contas, tinha sido aceito no Céu. Até sorriu com o canto da boca, o facão em punho. Viu luzes coloridas que piscavam alegremente e pensou: “É a cancela do Paraíso! Eu sabia que meu Padim Ciço não havia de me abandonar!”. Largou o facão e ajoelhou-se diante de tanta beleza. Aquelas alma tudo vestida de branco, se aproximando devagar, ele foi entrando em êxtase. Quando chegaram bem pertinho, gritou:

– Viva Nosso Sinhô!, Viva o Padim Ciço!

E a gente de branco colocou nele uma espécie de avental. Estranhou a roupa tosca, mal acabada, sem nenhum bordado nos punhos, pensou que precisava ensinar aquela gente a costurar, que mesmo no Céu, onde não cabe firula, não tinha nada de mais se vestir com elegância… Mas o avental se fechou sobre ele, foi amarrado em suas costas, e ele não conseguia mais se mexer. Agora suas mãos não podiam mais nem pegar no facão e Virgulino percebeu que aquilo era na verdade o Inferno, que o povo de branco era tudo fi do Demo e que estavam carregando ele pra dentro de uma ambulância. Nem se parecia com um ambulância, mas ele sabia lê, e tava escrito “AMBULÂNCIA” no tal do automóvel. “Mas eu já morri, seus disgramado! O que é que vão fazer comigo numa ambulância, ora essa?”, pensou ele, todo descabriado.

Enquanto era levado para o veículo pelos fi do Coisa Ruim, Virgulino olhou bem nos olhos de Maria, que assistia tudo com cara de pena.

– Não se tem pena de Lampião! – gritou, ofendido e triste quem nem gado quando vai morrer de sede.

Ainda viu a amada cochichando para o Diretor, que lhe acariciava o cangote:

– Que miseração, minha Nossa Senhora. Quem podia imaginar…

 

Até hoje não se sabe se essa é a verdade total da coisa. É a versão que chegou até nós pelo Diretor. Há notícias de que existe uma versão mais antiga, autorizada pelo próprio Virgulino, com desfecho bastante diferente. Infelizmente os originais se perderam no tempo e no vento quente do Sertão. Só podemos hoje especular. Mas talvez tenha sido tanta indelicadeza, tanta insensibilidade, tanta injustiça que, ao reviver sua história, o velho Lampa tenha acabado desistindo do Paraíso. Quem sabe aceitou seu destino e foi morar com o Capeta – dizem que, assim como Deus, ele é imortal.

23 comentários em “UM REI NO PURGATÓRIO – Juliana Calafange

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  1. Oi Juliana, quanta criatividade!! Escrever sobre um personagem histórico tão interessante deve ter sido difícil, mas você escreveu muito bem sobre a jornada da pobre alma tentando ganhar o céu. Muito bem escrito, com ótimas descrições e uma estória muito original! Parabéns!

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    1. Deu trabalho, mas seu neta de nordestino e – reza a lenda – tem cangaceiro na minha árvore genealógica… rsrs
      Muito obrigada pelo comentário, que bom q gostou!

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  2. Olá, Juliana!

    Os seus contos têm sempre muita criatividade e eu aguardo com ansiedade para ler suas estórias, sempre tão ricas, complexas e de finais reflexivos, mesmo com a pitada de humor. Com esse conto não foi diferente. A premissa do catolicismo é que teremos de acertar nossas contas com Deus, mesmo sendo o rei do cangaço. E as histórias de nossa vida, cheias de emoção e ideologismos, deverão parecer diferentes a nós mesmos num juízo lógico e destituído de sentimentos. Um filme alienígena a nós. O Diretor dirá. Sua verve criativa traz, dessa vez, a linguagem regional, que encaixou tão bem nesse texto. Permita–me apenas um comentário sobre a frase:

    E logo depois, lembrou-se que ser rabugento não ajudaria , que a meu ver, deveria ser : E logo depois, lembrou-se de que ser rabugento não ajudaria .

    No mais, perfeição pura. Parabéns!

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    1. Sandra, seus comentários me enchem de alegria e orgulho! Que bom que vc curte o que eu escrevo. Dá trabalho, né? Diz a lenda q eu tenho cangaceiro na minha árvore genealógica, será? Beijos carinhosos! 😉

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  3. Ehehe já imaginei Virgulino disputando com o capeta. Talvez o medonho não tivesse mais lugar nas terras de lá de baixo. Trazer esse personagem dessa monta para o conto foi muito criativo. Eu li pensando no sotaque, quase falando também. Foi mesmo muito agradável sua visão do verbo morrer.
    Um grande e carinhoso abraço!

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  4. Um personagem célebre, popular; uma vida agitada por aventuras, tiros e farras, uma morte violenta e a visão da própria existência, no além, com o sabor do testemunho autêntico e o distanciamento cauteloso de quem viveu intensamente.

    O caráter ficcional mistura-se aos elementos documentais e constitui um relato de humor leve, discurso narrativo despretensioso, com uma reviravolta instigante – a ambulância criou uma expectativa surpreendente. Uma pequena e sutil dose de crítica social, religiosa. Leitura cadenciada, agradável e fluente.

    Texto bem escrito, com regionalismos introduzidos com graça e criatividade. Linguagem e assunto em conexão perfeita. Diverti-me muito.

    Parabéns pelo trabalho, Juliana. Abraços.

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    1. Muito obrigada pelo comentário, Fhe! Eu andei meio atrasada, mas agora vou me dedicar a comentar os contos das colegas todas! Abração!

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  5. Querida Ju,

    Eis que além de cangaceiro, o cabra era ator. E o pior, diretor. Assim sendo.. Ele se achava o representante de Deus aqui na terra.

    Gostei do senso de humor e da lembrança do cangaço, do capricho da costura de Lampião, enfim. Um conto cheio de detalhes e nuances, fazendo uma belíssima homenagem à cultura popular brasileira.

    Interessante notar que, embora seu conto não seja rimado, ele faz lembrar o “espírito” do folhetins de cordel. Coisas do tipo “A Chegada de Lampião no Inferno”, mesclado história, humor e fatos cotidianos do homem da terra.

    Parabéns!

    Beijos
    Paula Giannini

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    1. Paulinha! Vc matou a charada. Sim, cordéis do tipo A Chegada de Lampião no Inferno, entre muitos outros, foram minha fonte de inspiração. Além disso, metade da minha família é do RG do Norte, então eu conheço bem o jeitinho das coisas por lá. Diz a lenda que eu tenho até um cangaceiro, do bando de Antonio Silvino, na minha árvore genealógica… rsrs Obrigadíssima pelo comentário! Beijocas!

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  6. Oi, Juliana!
    Você viajou muito, e no melhor sentido da palavra, com esse conto, hein? Uauuu, que ótimo, que criatividade extrema, que humor na dose certa, aliás, muito característico no seu estilo, essa junção de humor e drama, sonho e realidade, e sempre dá esse resultado estonteante.
    Amei o final, e pude realmente imaginar Lampa, ops, Virgulino indo habitar lá, onde é mais quente que o verão nordestino, e ainda orgulhoso de tal feito.
    Muitos aplausos, você é demais!!

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  7. Bem leve e divertido, Juliana!
    Não entendi bem o final, tem hospício no inferno? rsrs
    Cheguei a pensar q era algum louco achando ser Virgulino…
    Mas isso não interfere na ótima leitura que fiz aqui.
    Parabéns.
    Abração

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    1. Oi Kinda! Então, a brincadeira é essa mesmo. Fica pela ‘loucura’ do leitor. Será q era o Virgulino? Ou um louco se achando Virgulino? Ou um ator interpretando Virgulino e enlouquecendo? Ou foi assim mesmo e Deus é um cineasta e o Inferno é um hospício? Morremos, ou só enlouquecemos? A História é a verdadeira, ou é a ficção que nos contam? Abração também!

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  8. Que conto mais divertido, Juliana. Li com a entonação de literatura de cordel. Fiz a revisão de um TCC sobre a tradução de literatura de cordel para o inglês. Então, o seu texto logo me lembrou desse trabalho e tudo ficou bem caracterizado. Muito doido esse Virgulino. No final, até cheguei a pensar que tudo não passava de um surto de um ator de verdade, obcecado pelo seu papel como Lampião. Parabéns pela criatividade e habilidade espantosa de narrar. Parece que você está se divertindo enquanto escreve. Com certeza, eu me diverti ao ler. Beijos.

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    1. Q legal esse seu TCC, deve ter dado um trabalhão traduzir cordel pro inglês, hein? E vc viajou direitinho na história. Sim, um ator surtado, com o ego do tamanho do personagem q interpreta – o Rei do Sertão! Que bom q vc gostou, querida! Muito obrigada pelo comentário! Bjão!

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  9. Então o diretor surtou achando que era mesmo Virgulino? rsrsrs, não sei se é essa a realidade do seu conto, mas eu gostei bastante. A cultura brasileira é rica, tem tantos personagens (reais e imaginários) que podem ser tão explorados pelos novos autores, mas muitos não se dão conta disso. Parabéns!!!

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  10. Lampa, um Santo Capeta imortal. Ri horrores com a crise de consciência do coitado. Lá pelo meio eu fiquei curiosa em saber como a Juliana vai resolver essa bagunça. Com uma camisa de força, claro! Kkkk.

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    1. Ái, q delícia seu comentário, Catarina! Eu adorei q vc riu horrores! Te admiro muito e fiquei muito feliz que você gostou! Beijocas!

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  11. Olá, Juliana. Pelo que vejo, esse tal Virgulino existiu de verdade. Nunca ouvi falar e talvez até resulte melhor assim, como pura ficção. Diverti-me a ler, o que é logo bom. Mas a leveza da leitura é superficial, apenas: até que ponto os bons são bons e os maus são maus? Talvez na exata medida do final do seu conto: “Quem sabe aceitou seu destino e foi morar com o Capeta – dizem que, assim como Deus, ele é imortal.” Pois, não existe definição sem contraste e nascem em conjunto. Quanto a esse bandido, mortal como todos nós, por muito “duro” que fosse, lá ia sempre na conversa da Maria. Há sempre uma Maria capaz de dobrar o mais duro entre os duros. Gostei. Parabéns pelo excelente trabalho.

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    1. Querida Ana Maria! Que delícia seu comentário!
      Que legal ter uma impressão de alguém q não conhece a figura do Lampião. Mesmo sem conhecê-lo, você captou toda a energia da história!
      Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi um cangaceiro brasileiro, que atuou no Nordeste do Brasil. Nasceu no final dos 1.800 e morreu em 28 de julho de 1938, numa emboscada da policia, após muitos anos de vida bandida.
      O termo Cangaço, cunhado na década de 1930, foi um fenômeno do banditismo brasileiro ocorrido no nordeste do país, em que os homens do grupo vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania. Lampião ficou conhecido como Rei do Cangaço, por ser o mais bem sucedido líder cangaceiro da história.
      Era devoto de Padre Cícero (‘Padim Ciço’), sacerdote católico que exercia grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Nordeste brasileiro . Foi contemporâneo de Lampião, tendo morrido em 1934.
      Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, foi a mulher de Virgulino, que juntou-se ao bando em torno de 1930 e deu à luz Expedita, única filha reconhecida de Lampião.
      Lampião é figura muito importante na cultura popular brasileira, especialmente a nordestina. Para muitos, um bandido sanguinário, para outros, um herói que defendia os pobres e atacava somente os ‘estribados’, os ricos coronéis fazendeiros do nordeste que exploravam os trabalhadores.
      Vale a pena conhecer um pouco mais dessa figura quase mítica, sem dúvida um grande personagem real, que até hoje inspira muitos artistas brasileiros e até estrangeiros.
      Seguem alguns links, caso vc se interesse em saber um pouco mais da sua história:
      https://www.infoescola.com/biografias/lampiao/
      https://educacao.uol.com.br/biografias/lampiao-virgulino-ferreira-da-silva.htm
      https://pt.wikipedia.org/wiki/Lampi%C3%A3o
      Abraços carinhosos!

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  12. Oi Juliana, lembrei-me do Auto da Compadecida do Suassuna, a linguagem, o humor, o absurdo da situação, a forma com que Lampião foi morar com o Capeta, tudo muito criativo, e vc ainda deu uma alma e sensibilidade ao temido cangaceiro. Parabéns guria, bjs.

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  13. Olá, Juliana!

    Como todo bom nordestino, cresci ouvindo relato sobre as peripécias de Virgulino, o Lampião, até hoje não se aquelas histórias eram verdade ou se o povo exagerava para dar emoção ao relato. Seu texto trouxe, com muita fidelidade, falas, comportamentos, consciência, tudo aquilo muito representado na adorável literatura de cordel, na qual, lendo os comentários, o seu conto teve inspiração. Ler sobre o Lampião é sempre muito interessante, e a nova roupagem trazida por vc deu uma originalidade, um frescor à trama, Só posso dar meus parabéns!

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