Feliz 2018!
E então chega o primeiro dia de um novo ano: novinho, leve e transparente como Thêmides, em preparação para o grande momento do esplendor.
Tudo novo, de novo…
E eu, que sempre pensei que só tivesse mesmo que jogar fora o calendário do ano passado e começar a utilizar o desse ano, fico assim, meio por fora, meio sem função em meio àquela animação toda, abraços e choros e risos ( histeria coletiva?), e gente que você nunca viu antes na vida te agarrando no suspiro etílico, jurando Amor Eterno e Dedicação à Humanidade.
E “tá” lá todo mundo jurando de pés juntos que nunca mais vai jogar comida fora (tanta fome no mundo, né, menina?), e nem “varrer” a calçada com água (sabia que a água no mundo acabou?). Então.
A necessidade de encerrar ciclos, apenas para encenar o recomeço de outro ciclo, é realmente inspirador, muito, mas muito inteligente, mesmo.
Essa é a hora!
E é agora que eu vou conseguir perder aqueles indesejáveis quilinhos a mais (mas só começo a dieta na outra segunda, porque a do dia primeiro não conta), é agora que ele vai finalmente largar o “maldito” cigarro, mas antes precisa acabar com aqueles quatro maços que já estavam comprados desde o “longínquo” ano velho, dentro do armário do banheiro, fingindo esconderijo.
Ah…dessa vez a religiosa de fim de semana vai entrar nos eixos e transformar a sua vida (que todo mundo sabe de uma porra-louquice sem fim), em um verdadeiro exemplo de dignidade e perfeição cristã, a exemplo do mestre. Amém!
Ele vai honrar os compromissos assumidos com a mulher, com a empresa, com os filhos, com a sociedade… sim, esse ano ele vai até começar a distribuir o sopão para os necessitados. Esse ano ele vai, quem sabe, encarar o espelho e falar: “Mas você é um belo ‘dum’ fiasco, viu?!”, e ascender a um nível de excelência pelo qual vinha esperando há muito tempo.
Ainda bem que chegou 2018. Ufa.
O vizinho implicante e acabrunhado – que não fala com ninguém – ontem parecia um bufão, o coitado, abraçando na alegria da cachaça quem ele sequer olha nos olhos, enquanto tentava apalpar as pobrezinhas carentes, que juravam que fizeram uma simpatia que sim!, esse ano lhes trará um Príncipe Encantado.
Eu, (in)felizmente, não pulei as sete ondas, não me equilibrei num pé só, não fiz promessas incríveis para o ano que se inicia. Não, sou bem mais modesta.
Eu apenas espero e creio que, se tudo der certo, daqui a um ano eu terei conseguido resolver as questões que a própria vida encarregar-se-á de me apresentar – eu não preciso propor nada: só seguir em frente, fiel a mim, sempre.
Está muito bom assim. E já que as palavras têm Força, ainda e sempre: Feliz Ano Novo!
Olá, Renata! Ano novo. De novo. As mesmas resoluções, os mesmos desejos de que agora tudo vai ser diferente, sem ser. Sem a gente conseguir mudar. É da natureza do ser humano procrastinar? Ou é a acomodação mesmo? Ou ainda a decepção em saber que o ser humano é incapaz de mudar sua natureza, por mais que deseje? Fica a dúvida no ar. Reflexão bem-vinda no novo ano que sirva para todos. Muito bom!
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Um texto com feições de crônica, trazendo aos leitores um rotina em que há uma imediata identificação. Quem nunca se viu fazendo, pensando, planejando, reclamando exatamente da mesma maneira que a protagonista da sua história. Essa identificação gera empatia, a empatia faz a gente gostar da personagem, da história, da autora. Parabéns, Renata. Linda estreia no ciclo Recomeço. Beijão.
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Oi, Iolandinha, sim, na verdade é uma crônica, um pouco de como me sinto nessas datas festivas rsrs. e todo ano eu prometo que vou mudar, curtir tudo, desde novembro, mas, mas rs
….obrigada pela leitura, beijocas!!
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Grande verdade esse texto. Pequeno, mas na medida certa. Parabéns menina.
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Oi, d. Neusa, muito obrigada ❤ Beijos!!
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É assim mesmo todo início de ano. Muito bem colocado. Um texto simpático e sincero. Parabéns por retratar o cotidiano com tanta clareza. Beijos.
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Oi, Fátima!
Sim, todo ano é o mesmo script, as pessoas parecem precisar seguir um padrão inventado não sei por quem rs.
Obrigada pela leitura e pelo comentário,
Beijos ❤
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Ah… Ano novo não é ano novo sem planejamentos novos, sonhos, determinações. É assim mesmo. E não poderia ser diferente porque somos portadores de uma esperança que ser renova o tempo todo. Temos essa coisas dentro de nós, essa fé, que nos alimenta e nos faz querer reordenar a vida, os afazeres, os desejos. Uma boa reflexão sobre nossos recomeços. Parabéns! Um grande e carinhoso abraço!
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Oi, Evelyn!
Novos planos, novos rumos, e assim avançando, sempre!
Obrigada pela leitura,
Beijos! ❤
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Hahaha! Muito bom. Parece coisa banal, falar de como as pessoas “mudam” no período de Ano Novo. Mas vc conseguiu pegar as características mais relevantes e patéticas dessa mudança.
“Gente que você nunca viu antes na vida te agarrando no suspiro etílico, jurando Amor Eterno e Dedicação à Humanidade.” Essa frase é hilária. Porque é exatamente isso que acontece. Às vezes, tenho a impressão de que nessa época as pessoas “zeram o QI”, ficam meio abestalhadas, como se fossem criancinhas que acabaram de assistir A Noviça Rebelde pela primeira vez.
Eu tenho um vizinho que este ano fez igual. Bêbado, após a festa de Natal, me encontrou na entrada do prédio e me abraçou, me desejou feliz Natal, como se anteontem mesmo não tivesse feito uma tremenda grosseria.
Eu também não faço listas. Todos os anos eu só peço uma coisa, e é sempre a mesma: Toma juízo, Juliana!
rsrs
Vou terminar citando uma frase da personagem Mafalda, do Quino, que eu acho q ilustra muito bem a sua crônica: “As pessoas sempre desejam que o ano que está começando seja melhor que o anterior. Eu aposto que o ano que está começando deseja que as pessoas sejam melhores também.”
Beijos e um ótimo 2018 pra você!
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Oi, Juliana!
Pois é, estou rindo aqui com seu comentário também rsrsrs
Zerar o QI, é bem isso mesmo…eu não aguento, mas faço como você, o que eu peço atualmente é juízo, muito juízo.
obrigada pela leitura,
beijos ❤
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Oi, Renata!
Feliz aniversário!!!
Vim comentar seu conto e descobri a data. 😉
Você sempre traz muito de si mesma em seus textos, eles têm cara de crônica, de confessional, mas, ao mesmo tempo (e eu já lhe disse isso), têm aquela coisa mágica que um texto deve ter, eles permitem (e muito) a empatia.
Vi um vídeo da Adélia Prado dizendo que não há melhor matéria para a literatura que o cotidiano. Concordo totalmente.
Muito bom.
Parabéns por mais esse trabalho conto, crônica, confissão e leitura da vida de todos nós.
Beijos
Paula Giannini
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Oi, Paula! Desculpe pela demora, obrigada ❤ Amei o comentário, sempre me sinto estimulada e feliz. Como sempre digo, é uma honra estar aqui com vocês, é um aprendizado constante, e estou aproveitando muito 🙂 Obrigada de novo, bjokas! ❤
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Oi Renata.
Um texto com sabor de crônica com o qual nos identificamos imediatamente. Parabéns pela simplicidade e sinceridade do seu texto. Beijo grande.
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Obrigada, Elisa! Beijos
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O conto/crônica é uma reflexão sobre os costumes do povo na passagem de ano. Promessas feita a na beira do abismo, resoluções logo esquecidas, o novo que logo se torna tão velho quanto o que passou. Vida que segue com ou sem rituais. Só uma coisa nunca muda: é a certeza que nos lembra de Cazuza – O tempo não pára. Gostei!
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Me vi neste texto, hehe. Há muito deixei de comemorar ano novo. Na verdade acho tudo de uma hipocrisia sem tamanho. Como disse no texto, o que muda é apenas o calendário. De nada adianta um ano novo com velhos hábitos, muito menos promessas que nunca serão cumpridas. Abs ❤
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Uma crônica certeira sobre o que muitas pessoinhas fazem no Ano Novo. Eu nem espero essa data chegar, faço planos o ano inteiro, mês que vem isso, março aquilo, não conseguiria ser de outra forma, rs. Mas essas pessoinhas aí, ah, como elas existem! Principalmente na família da gente, rs. Obrigada pelo texto, Renata!
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Oi RÊ, uma bela crônica sobre os ritos de ano-novo, as mesmices rotineiras dos festejos de final de ano. Realmente, chega uma fase da vida que isso cansa, perde o sentido. Bom mesmo é a gente se reinventar todos os dias, sem hora marcada. Muito bom, vc. deu bem no rim” do ano-novo. Parabéns, linda, bjs.
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Olá, Renata. Quase em março, venho finalmente ler os contos e deparo-me com este seu, que é um espelho total da realidade em toda a parte. E essa patetice toda, dá-me sempre um mal estar tremendo. O natal e a passagem de ano, são festas que viraram pesadelo (para mim) por tudo o que passou a ser suposto e estar implícito na sua comemoração. Nunca fiz planos de ano novo, pois sempre soube que não funciona. O que desejo realmente? sempre? é que os meses seguintes não sejam particularmente maus, que eu continue a melhorar no que já sou boa e a minimizar tudo aquilo em que não o sou. Que mais um ano e continue viva, eu e todos os que gosto e os outros, já agora. Que tudo corra bem, cada dia. Feliz continuação de ano para si. Beijos.
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Obrigada, Ana Maria, um ótimo 20018 para você também! Beijos!
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Oie!!
Crônica!
Guria, que sintonia ler isto justamente neste momento, pois vai rolar crônica na Janela! \o/
Buenas… adorei o texto, foi sincero sem ser totalmente duro com os crédulos de ano novo.. hehe
Eu gosto do clima de recomeço do reveillon, embora eu nunca tenha feito planos, nem no ano novo nem em data nenhuma, absolutamente uma folha ao vento, eu!
srs
bjim
❤
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ahhh! que otima crônica. Por mim vc ficaria escrevendo e eu me deliciando nesses estereótipos de fim de ano. Penso que no fundo somos uns cínicos por projetamos para nos mesmos coisas que nao iremos cumprir. Talvez a melhor das companhias é aquela que chega e diz: – Nao mude nada e um ano novo como esse que passou….kkkk. Ou seria melhor a ilusão do: – Muito dinheiro no bolso, saude pra dar e vender?
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Oi, José! Pois é isso,l Fico impressionada com essas manifestações em relação às festividades, todo mundo meio que vestindo um personagem, mas só naquele dia, depois tudo é o que é rsrs, sei lá, sou assim rss. Obrigada pela leitura e pelo comentário tão carinhoso. Beijos!
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