Em até três palavras – Paula Giannini

Começou em 2017. A cabeça pequena. O coração grande. Inchado, diziam. Nasci assim. Os vizinhos também. Todos eles. Os do Alagados. Os do Baixio. Fomos os primeiros. Microencefalia dava medo. Era tabu. Era boca fechada.

As mães choravam.

Os pais sumiam.

As crianças nasciam.

E só.

O governo?

Tentavam. Diziam que sim. Fumacê. Tratamento genético. Nas pessoas. Nos mosquitos. No vírus. Tudo balela. Nada dava jeito.

Se tive medo?

Eu não. Nasci assim. Achava natural. Normal. Mas eles não. Parecia contagioso. Coisa que gruda.  Que mancha. Não era. Você nascia assim. Ou não.

Separavam as crianças. Primeiro no colégio. Cabeça-grande. Cabeça-pequena. Falavam assim. Para a direita. Para a esquerda. Um para lá. Outro para cá. Salas separadas. Lanches separados. Até os corredores. Tudo. Era assim. Falavam em profilaxia. Era isso. Medida de prevenção.  

Depois foi mudando. Piorando. Separação na padaria. Na rua. Nas praças. Tinha plaquinha avisando. Era proibido entrar. Proibido cabeça-pequena. Mediam. Primeiro com fita. Depois com aparelhinho. Coisa de bicho.

Eu não entrava.

Se quisesse algo. Um pão. Leite. Melado. Ficava na porta. O moço trazia. Usava máscara. Luvas. Fizeram até janelinha. Só para nós. Pequenininha. E com grade.  

Ninguém sabia nada. Estavam com medo. Só isso.  

Quem?

Todo mundo. As mães. O pais. As pessoas. Os médicos. Cientistas. Professores tinham medo. Imagine… Não davam aula. Se negavam. Pediam as contas. Fugiam. Uma vergonha. Eu acho.

Vacina?  

Inventaram um protetor. Ninguém saía. As ruas desertas. Eu gostava. Podia andar. Correr à vontade. Podia até gritar. Era um deserto. Ninguém se arriscava. Nem me olhavam. Passavam por mim. Baixavam a cabeça. Atravessavam a rua. Eu era invisível. Ou visível demais. Vai-se saber. Ser-humano é complicado.      

Depois inventaram símbolo. Uma caveira. Todo mundo usava. Os cabeça-pequena. Eu. Meus irmãos. Os vizinhos. O bairro todo. O Jaboatão. A periferia toda. Depois a cidade. Tudinho.

Vieram caminhões. Desinfecção. Mandavam tirar tudo. A roupa. Os sapatos. Jogavam na fogueira. Eu era mocinha. Queimaram meu vestido. Senti vergonha. Muita.  

Quem se negava?

Podia chorar. Espernear. Mas se lavava. Apanhava. E se lavava. Igual aos outros. Sem roupa. Em pelo.  

Como era?

Jatos de água. Remédios. Desinfetante. Fedia muito. E doía. Feria a pele. Não adiantava. Não éramos sujos. Ou contaminados. Só éramos nós. Nascemos assim. Diferentes.  

A epidemia crescia. Chamavam desse modo. Epidemia. E vinha cientista. E vinha papa. Todos opinavam.

Os cabeça-grande?

Se desesperaram. Agora eram poucos. Em menor número. Construíram um muro. Cercaram a cidade. Separaram todos. Um a um. Mães e filhos. Irmãos e amigos. As mães choravam. Uma desolação. Assumiriam o risco. As mães gritavam. Imploravam. Não deixaram.

Fecharam com arame. Cerca alta. Elétrica. Cacos de vidro. Nós lá dentro. Os cabeça-pequena. Os coração-grande. E os cachorros. Só vira-latas. Preferíamos assim. Estávamos presos. Mas livres. Em boa companhia. Assim pensávamos. Podíamos andar livres. Éramos uma família. Ali éramos iguais. Todos. Ninguém nos odiava. Ou temia. Podíamos entrar. Nada de proibição. Na padaria. No mercado. Na farmácia. Até na escola.

Mas não adiantava.

Não deixaram nada. Comida. Remédio. Doutor. Professor. Levaram tudo. Tudo.

A gente?

Não. Não sabíamos nada. Não tínhamos estudo.

Profissões?

Não. Nem trabalhar podíamos… Podíamos. Mas não sabíamos.  

Estávamos sós.

Eles vinham. Uma vez. Uma só. Todo mês. Traziam comida. Roupas. Tudo marcado. E contado.

Quem perdesse?

Perdeu. Simples assim. Tinha dia certo. Um saco disso. Um quilo daquilo. E nos virássemos. Nada de sabonete. Era luxo. Só nas festas. No Natal tinha. Era vencido. Meio derretido. Ou seco. Mas tinha. A gente economizava. Dividia. Nos ajudávamos.   

Isso foi antes.

Tivemos que aprender.

O quê?

Tudo. Até a ler. Alguns não sabiam. Aprender os números. As letras. Deixaram os livros. Engraçado. Não quiseram. E isso ajudou. Mas era custoso. Difícil. Temos nosso tempo.    

Formamos grupos. Reuniões. Assembleias. Aprendemos tudo. Foi duro. Mas aprendemos. E ensinamos. Um ao outro.

O quê?

Tudinho. Já disse. A plantar… Não tinha semente. Mas tinha caroço. E raiz. A necessidade ensina. A fome maltrata. A gente aprende. Demora um pouco. Mas aprende.

Tinha criança. Velho. Grávidas. Doentes. Nos unimos. Ficamos fortes. Cabeça-pequena e coração-grande.  

Éramos solidários.

Os cabeça-grande?

Não… Eles eram inteligentes. Mas mesquinhos. A crise castigava. Já eram poucos. Brigavam.

Pelo quê?

Não sei. Por tudo. Dinheiro. Passaporte. Queriam fugir. Ir para longe. Um lugar seguro. As fronteiras fecharam. Nem todos passavam.

Quem?

Mães de cabeça-pequena. Irmãos. Faziam exame. De sangue. De tudo. Mascaravam os exames. Não era doença. Mas preconceito. Intolerância. Isso é contagioso. Doença se cura. O ódio não.

Aos poucos sumiram. Do nada. Pararam de vir. Adiavam visitas. Os mantimentos escasseavam. Faltavam um mês. Depois seis meses. 

Eu?

Já era adulta. Uma mulher. O tempo corre. A gente pisca. Passou. Pisca novamente. As coisas mudaram. E não percebemos.  

Os cabeça-grande desapareceram. Raramente vinha alguém. Alguém de passagem. Um desavisado. Ou interessado.

Em quê?

Não sei. Em algo. Já éramos fortes. Um povo. Uma comunidade. Solidários. Sempre. Todos éramos um. Éramos simples. É nossa natureza. Mas fartos. Não sei. Vivemos em paz. Você sabe. Em nosso ritmo.  

Eles não. Tinham inteligência. A do pensamento. Eram rápidos. Mas duros. Se matavam. Disputavam entre si. Éramos realmente diferentes. Agora eu percebia.

Sabíamos da guerra. Ouvíamos as bombas. Víamos as luzes. O cheiro. Tínhamos medo. E se viessem? Fomos na cerca. Reforçamos. Não queríamos invasores. Medo. Desligaram a eletricidade. Montamos guarda. Mas não vieram. Nunca. Tinham medo também.

Do quê?

De nós. Não da guerra. Mas de nós. Acho.

Um dia. Não sei como. Não sei quando. Desapareceram. Para nunca mais. Nem vestígio. Nem som. Um silêncio aterrador. Nem luz. Nada.

O que fizemos?

Continuamos. Nunca precisamos deles. Cogitávamos sair. Mas o medo… Sempre ele. E não fomos. Vivemos bem assim.  

Um dia. Anos mais tarde. Não sei quantos. Apareceram uns rapazes. Uns dez. Talvez mais. Tinham caminhonete. Comida. Estavam de passagem. Não eram violentos. Deixamos entrar. Trouxeram tecnologias. Coisas diferentes. Não conhecíamos. Comidas em lata. Uma novidade. Alguns nem conheciam. As crianças adoraram. Sorriram. Se divertiram… Primeiros socorros…

Também ensinamos. Foi uma troca. Nossos remédios. Nosso jeito. Modo de vida.

E eram bonitos. Jovens. Sorridentes também. Como as crianças. Rimos juntos. E muito. Eram interessantes. Cabeça-grande e conversadores. Eram diferentes. Até nos tocaram. Apertaram as mãos. Não queriam nada. Estavam de passagem. Só isso. Fugiam da guerra. Não sei. Procuravam algo. Aqui não. Em algum lugar. Ficaram uns dias. E se foram. Para longe daqui. Para nunca mais. Outra vez. E para sempre.

O silêncio voltou.  

E a vida continuou.

A nossa.

Melhoramos as casas. As ruas. Desenvolvemos nossos sistemas. Água. Luz. Limpamos o rio. Antes era imundo. Agora não. Inventamos nossas novidades. Somos lentos. Mas não tolos. Somos humanos. Temos a mesma capacidade. Eu acho. Todos trabalhavam juntos.

Tivemos nossos filhos. Bebês são milagres. Criamos cemitério. A morte também. Santuário. Espírito é mistério. Mistério grande. Indecifrável.

E seguimos adiante. Como sempre. Sozinhos. Mas juntos.

Depois esquecemos. O tempo cura. Transforma. Cabeça-grande? Nem lembrávamos. Fomos isolados? Não fazia diferença. Não mais. Tínhamos nosso mundo. Nossa cidade.  

Nossos filhos cresceram. Nossos velhos partiram. O muro ruía. O tempo transforma. Tudo acaba. Mas não saímos. Nenhum de nós. Sair para quê? Tínhamos tudo.

Ou quase.

O que faltava?

Aventura. Descobertas. Não para mim. Para os jovens. Jovem tem fome. Desejos. Fome de sonho. Do desconhecido. Não sabiam nada. Não viveram segregados. Não sofreram humilhação. Nasceram aqui. Em paz. E só isso.

Por isso chamei.

Vocês são teimosos. Vocês querem. Vocês vão. Não vou proibir. Ninguém vai. Vocês são livres. Não são crianças.  Mas adultos. Criança obedece. Adulto manda. Sua cabeça. Sua sentença. Assim é. Vocês vão. Mas voltem. E se cuidem. Um do outro.

E lá?

O que tem?

Não sei. Quem saberá? Vocês.

Talvez nada. Talvez tudo. Outro muro. Um maior. Envolvendo o primeiro. Nos isolando mais. Talvez não. Talvez outra gente. Uma nova raça. Os cabeça-gigante. Com coração imenso. Talvez sejam terríveis.

Talvez outro muro. Cercando os cabeça-grande. Isolando-os também. Como bichos.

Talvez os bichos. O pavor. O medo. E o horror.

Talvez a paz. E o mar. As montanhas. Um mundo belo. Cheio de animais. De flores. Maravilhas. Um novo mundo.  

Quem saberá…

Talvez o nada. O nada mesmo. Um buraco. O vazio. Feras sedentas. Uma boca aberta. Imensa. Faminta. Não sabemos. Talvez desertos. Desertos são belos. Mas perigosos. Como o mar. Como a vida. Tudo é mistério.

Vocês devem ir. Só assim descobrirão. Nada os prende. São livres. Todos somos. Cada um. Cada ser. São livres. Até os cabeça-grande. Devem ser livres. Mas responsáveis. Um pelo outro. Só assim funciona. Só assim.

Por isso chamei.

Vocês são belos. São fortes. Mas eles também. E nós. Todos somos. Fizeram-nos acreditar.

Em quê?

Que éramos burros. Lentos. Que feios. Contagiosos. Tudo mentira. Uma imensa mentira. Uma mentira repetida. Tanto. Tantas vezes. Que virou verdade. Mas não é. Vocês são capazes. Repitam isso. Aqui. Lá fora. Sempre. 

São diferentes?

Quem? Vocês? Sim. São sim. Não são lentos. Nem burros. Temos espelhos. Esses não mentem. Enganam um pouco. Mas não mentem. Somos todos diferentes. Ninguém é igual. Vocês são mais. Não são cabeça-grande. Agradeçam por isso. Tampouco cabeça-pequena. Agradeçam também. Nasceram assim. De mim. Aqui dentro.

Por isso chamei.

Para contar. Contar como sei. Do meu modo. Em poucas palavras. Sem muitas voltas. Sem erudição. Ou vírgulas. Sem floreios. Em poucas palavras. No máximo três. As mais importantes.  

Vocês devem ir.

Têm livre arbítrio.

Não são cabeça-pequena. Tampouco grande.

Vocês já sabem.

Têm a cabeça-média.  

E o coração?

Justo.

Assim eu espero. 

E só.  

     

27 comentários em “Em até três palavras – Paula Giannini

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  1. Lindo texto, Paula. Muito criativo.

    Cabeça média. Coração justo. ”tem que cuidar um do outro, só funciona assim.’
    Muto bom ler isto. Muito,mesmo.
    Adorei a imagem!! ficou terna! hehehe
    Parabéns!

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    1. Obrigada, Kinda, por ler meu experimento. 😉
      Que bom que funcionou para você, uma poetisa.
      Beijos
      Paula Giannini

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  2. Olá, Paula!

    Que coisa! Não sei se vou saber (!) comentar o seu texto. O ritmo é intenso, como descer uma escada aos pulos. A forma auxilia a deixar lacunas para o leitor preencher (e particularmente isso me agrada bastante). Se tem algum contraponto é o fato de que se percebe claramente que o texto é uma conversação, e desse modo explicar os motivos do texto ser em até três palavras acaba mastigando demais (a meu ver). Entretanto, o seu texto é forte, tem beleza e poesia, mesmo sendo triste por ser- humano. Ódio e amor, capacidade de suportar as agruras tendo tão pouco como tábua de suporte.

    Parabéns!

    Curtido por 1 pessoa

    1. Oi, querida,
      Esse conto foi um experimento que fiz para o desafio do EC. Acabei não enviando e quis experimentar por aqui.
      Obrigada pela leitura carinhosa e pelas considerações.
      Beijos
      Paula Giannini

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  3. Arre, égua, que conto! Frases curtas , fortes, impactantes. O tema do isolamento dos cabeças pequenas trouxe o drama da microcefalia à tona. História triste, descaso da sociedade. Fez com que eu pensasse em guetos, em judeus e outros povos isolados, maltratados, condenados a um campo de concentração e por fim, esquecidos. Texto envolvendo, angustiante como o puxão de areia movediça. Talento de sobra, garota! Parabéns.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Oi, Cláudia,
      Obrigada pela leitura generosa. Como sempre, não é?
      Você captou bem o que eu quis passar sobre os Guetos. Obrigadaaaaa.
      Beijos
      Paula Giannini

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  4. Um texto experimental verdadeiro. Escrever frases “em até três palavras”, significativas, com sentido dentro do texto,deve ter sido bem trabalhoso. Técnica e conteúdo se fundem com propriedade. Um texto atual, critico-irônico e polêmico em relação à sociedade e, ao mesmo tempo, doce e sensível.Nesse sentido, esta história, com ares de fantasia, mas de uma realidade contundente, é um oásis em que o leitor se retempera e descobre belezas ou cruezas em cada palavra. Parabéns, Paula, por mais este trabalho carregado de qualidades.Beijos.

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    1. Obrigada, Fátima querida, por tanta generosidade e carinho. Esse foi um experimento auto imposto e quis compartilhar com vocês.

      Beijos

      Paula Giannini

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  5. Olá, Paula.
    Um texto belíssimo pelos temas abordados, pelo experimental – a tentativa de construir a narrativa em 3 palavras, na maioria das sentenças, pelo preconceito que pode surgir em uma sociedade tacanha em que – infelizmente – vivemos .Além disso, temos belas construções poéticas, metáforas e tudo o que é quase que uma marca sua, a beleza aliada ao sentimento, tornando a narrativa uma obra de valor invejável. Ainda gosto muito de Marianas, mas esse não fica atrás. Parabéns!

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    1. Oi, Sandra,
      Obrigada pela leitura minuciosa.
      Esse texto é um experimento mesmo. rsrsrsrs Que bom que funcionou para você, uma leitora e escritora para lá de especial.
      Beijos
      Paula Giannini

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  6. Frases curtas tiram o fôlego. É como mergulhar em um precipício e ir, aos poucos, batendo nas pedras, na queda. Rápido, mas com intensidade. Ele nos faz querer chegar logo ao ponto final. Esse texto nos abocanha de forma cruel e nos faz bater de frente com ela. Tem camadas e camadas de significados. Parabéns! Um grande e carinhoso abraço!

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    1. Oi, Evelyn, Finalmente estou aqui para responder a seu delicioso comentário. Você é sempre muito generosa comigo.
      Obrigada.
      Beijos
      Paula Giannini

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  7. Triste. Forte. Verdadeiro. O ser humano bem que seria capaz de fazer isso, como já fez, no passado, com escravos, negros. Se pararmos para pensar, deveríamos sentir vergonha de fazer parte da raça humana, capazes de tudo por ignorância, ambição, preconceito… 😥
    Um conto maravilhoso.
    Abs ❤

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    1. Sim, Vanessa,
      Tenos muito a evoluir como humanos que nos dizemos, não é?
      Obrigada pela leitura, pelo carinho, pelo comentário.
      Beijos
      Paula Giannini

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  8. Gosto quando a escolha do autor de como narrar o conto não é desvendada por mim durante a leitura e revelada no final. Acho esse tipo de surpresa gostosa. Li seu livro e uma das coisas que mais gosto dos seus contos é o fato de conseguir pegar assuntos cotidianos/ atuais/ poucos explorados/ nada comuns e transformá-los em história. Fazê-los presente. Continue! 😉

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  9. Preconceito e ignorância são irmãos gêmeos, um se apoia na outra. Os dois vêm do medo, da falta de solidariedade, do egoísmo, do ódio, da indiferença. Enquanto houver machistas, racistas, homofóbicos,e tantos outros desumanos, não haverá paz. Li seu conto indignada, com um travo na garganta e lágrimas nos olhos. Pare, mundo, que eu quero descer.

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    1. Iolanda, estou com saudade de você.
      Acho que meu tempo está começando a querer voltar ao eixo e quero logo poder dar mais atenção aos amigos.
      Não sei se eu já lhe disse mas, “Pare, mundo, que eu quero descer.” é a primeira fala de meu texto As TPMs. rsrsrs
      Obrigada por sua leitura, sempre tão humana.
      Beijos
      Paula Giannini

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  10. Que conto legal! Tem um pouco de distopia, a segregação, intolerância e ditadura que começa nas pequenas atitudes e vai acabar em guetos e campos de concentração. Os cabeças-pequenas são dóceis e mais inteligentes do que são julgados. No final fica aberto o mistério do que haverá por trás do muro? Um nova esperança ou a destruição total? Muito bom trabalho!

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    1. Oi, Virgínia, fico feliz que tenha gostado.
      Você captou o todo do meu texto. Adoro quando isso acontece.
      Pelo pouco que já li de seu trabalho, já a admiro.
      Beijos
      Paula Giannini

      Curtido por 1 pessoa

  11. Oi, Paula!

    Que criativo o seu texto, em até três palavras, deixa a leitura entrecortada e ritmada, gosto bastante quando a forma influencia na narrativa.

    A história muito bem contada, forte, emocionante com belíssimas passagens. Foi uma leitura diferente e sensível, aborda um tempo até então apaziguado…esquecido. Gosto quando o autor transforma realidade crua e difícil de mastigar em uma ficção. É sempre mais fácil falar quando a realidade está ”escondida” nela.

    Um texto de experiência, dá uma lição mas não é panfletário, é do tipo certo.

    Parabéns por mais uma demonstração de talento puro!

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    1. Oi, Amanda,
      Gosto quando você diz que é pura realidade, e é. Há poucos dias vi uma reportagem sobre as crianças (hoje já com 3 anos +), que oram fruto daquele primeiro surto de Zica. Ninguém fala mais nelas. Ninguém fala que muitas não falam, não andam, não ouvem, depende da área do cérebro que foi afetada pelo crescimento diminuto. Uma barbárie arrida para baixo do tapete.
      Obrigada pela leitura generosa.
      Beijos
      Paula Giannini

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  12. Um texto desafiador para mim. Mas valeu a pena enfrentá-lo. A história é sensível, bem contada e rica em nuances que fazem aflorar diferentes emoções no leitor. No meu caso, inclusive, uma espécie de preconceito com a forma adotada. Vencida a resistência, essa escolha dos períodos de até três palavras, minha percepção é de que isso deu ao texto uma dicção infantil em tudo aderente à história contada. Também trouxe para a linguagem, e para quem a ela adere, o confronto com a situação de estar sujeito a uma limitação imposta. Ou seja, aqui vimos a linguagem árdua corroborar a proposta do autor, aumentando o impacto da história. Um texto produzido com talento e técnica. Uma obra de arte, querida Paula. Parabéns!

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    1. Oi Elisa,
      No teatro e na literatura sempre penso isso. Se você não jogar o jogo, não vai conseguir captar a obra, aproveitar o que ela tem o não de melhor. Ou o leitor compra a ideia e se comunica com o autor, ou não a compra, nem sempre por culpa de um ou outro. Arte é assim. Funciona ou não, cria empatia ou não. Simples assim, não é?
      Obrigada por se dedicar a tentar romper o muro.
      Beijos
      Paula Giannini

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  13. Paula, vc. tem talento ímpar para juntar palavras, frases curtas, o poder da síntese para construir mundos de dores e amores, como em Marianas, Mariposa, Mousse de Maracujá…., enfim, a cada nova palavra, vai se delineando ao leitor, o seu mundo particular de articular palavras com a propriedade de quem sabe o que está fazendo. Parabéns, esse teto bem caberia tb. no desafio experimental, apesar de Marianas ter cumprido muito bem o intento. Parabéns. bjs.

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    1. Oi Rose,
      Obrigada por ser tão generosa com minhas palavras, meus textos. Admiro muito o seu trabalho e acabo de ler sua belíssima crônica-conto sobre São Paulo.
      Feliz por ter amigas leitoras tão intensas por aqui.
      Beijos
      Paula Giannini

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  14. Olá, Paula. Adoro frases curtas. Têm força. Não narram, mostram. Como você fez. São espelho. Não mentem. Podem alterar ligeiramente. É tudo. Ignorância, superstição, preconceito. Um mundo. Paz, amor, união. Outro mundo. Outro olhar. Um alerta. Um excelente conto. Parabéns, minha querida.
    Beijos.

    PS: Publicou aqui. Fez bem. EC, pouca abertura. EC, receita pronta. EC, muito preceito. Preconceito também? por vezes. Melhor aqui. Boa opção.

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