O Caminho é o Caminhar (Fheluany Nogueira)

— Acredito em Carma, mãe! Carma é física, ação e reação. Aceitar tudo como um fardo imutável? Isso não. Se nada muda, mudo eu!

— Eu acredito, sim, no destino. É lógico, sem confundi-lo com pachorra ou acomodação. Nada acontece por acaso. Tudo é uma questão de estar na hora e no lugar certo. Coincidências, tia? Claro que não…

— É. Nada vai embora antes da hora. Aprendizado ou teimosia? Mesmo na teimosia, há uma lição. Culpar a vida, o destino e se sentar, na zona de conforto, em posição vítima é péssima escolha. Sofrimento e perda de tempo. Chega de teorias… Um exemplo prático:

💓

O Theatro Real de Covent Garden apresentava seu primeiro balé: Pigmaleão. Marie Sallé estava encantadora, fantasiada, juventude franca, graciosa. Mas o interesse de Manuel Gonzaga era a esguia Lady Alexandra. Foi o único homem que não suspirou fundo, quando a prima-dona rompeu com as convenções, despindo-se de seu colete, e dançou em roupas diáfanas. Ela sentia os olhos negros aprisionados a sua figura. Sensíveis à beleza dos sorrisos espontâneos, da expressão sonhadora, da pele rosada salpicada de sardas, dos cabelos castanhos claros, encaracolados.

💖💖💖

E, o encantamento veio à primeira vista. Ah! O tocar das mãos… No mercado, ambos buscaram as mesmas frutas. Ele sorriu e se afastou com um gesto de reverência.  Saudável, vigoroso, bem-apessoado. Talvez um pouco maltratado pelo clima. Seria o destino? Lady nunca recebia permissão para sair apenas com serviçais, muito menos pelas ruas…

— Aquele moço… no cavalo tordilho, sabe quem é, Mary? — trazia as faces rosadas.

— Ah! Veio de uma colônia portuguesa, ouvi comentar… Parece ser um verdadeiro cavalheiro em suas ideias e atitudes… — a criada sorria maliciosa.

— Mas, nem um pajem, nem um camarada. . . ele só com sua garrucha. Somente plebeus andam assim… — Alexandra suspirou — está se vendo que ele é realmente pobre. Quem sabe se mesmo o cavalo em que anda não é emprestado!

Em outra ocasião, Gonzaga estava na da recepção de Mr. Walker. Portava máscara, como indicado nos convites, porém a jovem o reconheceu pelo encaracolado dos negros cabelos e pela conversa com um grupo de cavalheiros. Inglês correto, sotaque estranho:

— Vim para negociar ouro. Pelo justo valor. Regressando à Capitania das Geraes, as libras financiarão um movimento de inconfidência.

— Esse novo mundo permite a pessoas de berço obscuro obter uma distinção imerecida, e dá a certos homens acesso a honrarias com as quais seus pais e avôs nem sequer sonharam — um lorde critica.

— É verdade, é verdade. O que o nobre senhor está dizendo é a pura verdade. O Brasil vive uma situação crítica, depois do alvará de D. Maria. O trono alega que, vem surgindo muitas fábricas e manufaturas, com prejuízo da lavoura e da exploração de minerais — explanou o forasteiro.

— Por isso o contrabando? — risadas ironizavam o amor pátrio de Manuel.

Alexandra, que havia escutado com grande atenção a conversa toda, saiu da sala em busca, no ar fresco, de um alento para as faces coradas, e, enquanto caminhava pelo arvoredo ouviu passos atrás de si. Voltou-se com um leve suspiro e admirou-se por notar que o colono a alcançava e se dirigia a ela em amável conversa. Surpreendentemente era conhecedor de Bach e discursava sobre as suaves notas de Cello Suite que os embalavam de longe.

— Mais alguns meses, e talvez eu esteja andando por aqui definitivamente — era um rapaz incrivelmente vistoso, dono de grande inteligência, espirituosidade e sagacidade; e Alexandra era uma jovem extremamente atraente, dotada de suavidade, modéstia, bom gosto.

As tentativas de Gonzaga em conquistar as boas graças de Lady Alexandra tiveram outras oportunidades: conversas sobre a terra natal, cartas, troca de olhares lânguidos e juras. Os dois foram se conhecendo aos poucos e, depois de se conhecerem, apaixonaram-se rápida e profundamente. Seria difícil dizer qual dos dois viu no outro perfeição mais altaneira ou qual dos dois foi mais feliz: ela ao ouvir as declarações e pedidos dele ou ele em vê-los aceitos. Seguiu-se um curto período de extrema felicidade, mas um curto período apenas…

💕💕💕

A música e o balé confundiam-se com seus pensamentos. Seria melhor casar-me por amor? Um rapagão como aquele que não tira os olhos de mim… Não. Tenho de ser racional e lógica. Alexandra crescera, desenvolvera em plena liberdade todas as suas graças naturais, e conservou ao lado dos encantos da puberdade toda a singeleza e inocência de menina.  Em sua concepção do decoro, os modos eram considerados uma referência da boa estirpe; tinha alguns preconceitos no que dizia respeito à hereditariedade. Tratava-se de um reles cavaleiro que poderia lhe dar felicidade, amor. Porém, o pai dava ao título de baronete todo o valor que este merecia.

— Recebi uma inesperada proposta: uma pequena e próspera fazenda no interior em troca do seu casamento com Mr. Carter Thompson. É um homem decente, mas ambicioso. Quer um título de nobreza. Já é tempo de ter um marido… — Alexandra não conseguia tirar da mente as palavras do pai. Demonstrou um zelo aflito em relação ao assunto que considerava com grande seriedade. Era uma jovem de qualidades sólidas, e sentia dificuldade para tomar uma decisão na questão devido à oposição de princípios importantes. Ela própria possuía uma firme integridade e uma delicada noção de honra.

A filha desejava poupar os sentimentos de Sir William Smith, preocupava-se com a reputação da família e dedicava tamanha nobreza na avaliação do que lhe era devido, quanto poderia ter qualquer pessoa dotada de bom-senso e honestidade. Totalmente consciente de que o pai era inescrupuloso, não se importava com os sentimentos dela e de quem mais se opusesse como um obstáculo para alcançar suas metas, respeitava-o. Benevolente, caridosa e boa, capaz de estabelecer vínculos fortes, muito correta em sua conduta. Entretanto… O quê? Todos os confortos da vida eliminados! Viagens, criados, cavalos, comida… reduções e restrições por toda parte! Viver sem ter nem sequer as decências de uma modesta dama! Não há vantagens no casamento com um homem sem tradições e sem conexões familiares importantes! Futuro incerto.

Precisavam economizar, disto não havia dúvida. A família traçou planos para a contenção de gastos, realizou cálculos exatos. Privilegiar a honestidade em detrimento da importância. Ela deveria pensar com justiça e equidade; achava que era dever indispensável do pai sanar as dívidas junto a seus credores com toda a rapidez que as mais amplas economias pudessem garantir, e não considerava digna qualquer outra atitude.

Mary, no dia seguinte ao do balé, chegou do mercado com uma pequena carta que entregou a Alexandra cautelosamente:

“Devo voltar à minha terra natal por pouco tempo e finalizar obrigações. Depois regressarei de vez à Inglaterra. Quero ter família, viver em paz. Já não posso seguir me privando do prazer de aproveitar sua amável companhia. Muito doloroso saber que não lhe seria possível aguardar o meu regresso. Não sei até que ponto vai sua afeição por mim… Sou grato e afetuoso. Sempre seu, Manuel Gonzaga”.

—Faz-nos, de fato, justiça, ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto e uma verdadeira constância? Homem de aventuras — a jovem mostrou sua decepção. Começou a soluçar e, mesmo ciente da inconveniência, confidenciou à serviçal — ontem, após o jantar, marcamos o casamento, acontecerá no início de Julho…

Apesar dos atributos do berço, da beleza e do espírito, desperdiçar a si mesma aos dezenove anos, envolver-se em um noivado com um rapaz que nada tinha para recomendá-lo a não ser ele mesmo, e sem qualquer esperança de alcançar uma boa situação a não ser os acasos, sem parentes para nem sequer garantir uma progressão, seria de fato um desperdício que lhe causava desgosto só de pensar!

— Cheguei atrasado — Gonzaga lamentou com Mary, que lhe narrava os eventos passados, ali à porta da decadente mansão Smith, que se preparava para a reforma. Ele ficou parado, olhando rumo ao balcão do segundo piso, não enxergando nada e, em preces, agradecendo por não poder vê-la com o branco de noiva.

Mas, e o destino? A decisão tomada foi algo muito diferente da inclinação natural da mulher.

💘💘💘

Alexandra saía, toda vestida de preto, da Abadia de Westminster. Do alto da escadaria, com o coração a bater mais rápido, ela sentiu o olhar dele e podia ler-lhe os pensamentos: Luto? Quem teria falecido? O pai? A mãe? Um possível filho? Ou… o esposo? Manuel Gonzaga passou as esporas no animal e desapareceu em galope pelas ruas.

Mais algumas semanas e, enfim, eles à porta da DR Harris & Co. Ela saindo. Ele entrando. Frente a frente. Alexandra Já não estava de luto fechado, usava azul, com uma tarja preta. Não havia como se evitarem:

—Soube o acontecido, meus sentimentos.

— Grata! — sem encontrar mais palavras, consternada abriu passagem para o homem.

Cinco anos e meio transcorridos desde a conclusão do pequeno romance cheio de melancolia. O tempo neutralizara grande parte e talvez todo o afeto singular que nutriam? O arrependimento e a mágoa enevoavam todas as alegrias. Alexandra depositara uma confiança excessiva em si: não obtivera qualquer ajuda de uma mudança de ares nem, de alguma novidade ou ampliação de suas amizades. O esposo teve uma morte violenta, fruto de um espírito intolerante e vingativo Nunca a respeitou verdadeiramente. Não havia ninguém que se comparasse a Gonzaga, tal como este sobrevivia em sua lembrança. Já não conseguia  permanecer em silêncio. Tinha de lhe falar pelos meios ao seu alcance. Aquele amor trespassava-lhe a alma. Sentia-se entre a agonia e a esperança. Soube que havia perguntado por ela de forma casual, como era adequado para um antigo conhecido sem grande intimidade, parecendo lhe atribuir pouca importância.

— Não diga que é muito tarde, que sentimentos preciosos morreram para sempre. Declaro-me novamente com um coração que é ainda mais dele do que quando o despedacei — confessou à fiel Mary.

— Que absurdo retomar a agitação que esse intervalo havia embaçado e banido para longe!  Acontecimentos de todo tipo, mudanças, distanciamentos, partidas… tudo, tudo podia ser incluído em tal intervalo, e também o esquecimento do passado… nada mais natural, nada mais certo! — Manuel ponderava com a mesma Mary, que se tornava uma gentil alcoviteira.

Os encontro foram se sucedendo e a paixão se reacendia. De nada valia raciocinar consigo mesma e tentar moderar as próprias sensações. Talvez nem mesmo a mais profunda sensatez tivesse sido capaz de impedir o dia em que se falaram.

— Não diga que mulher esquece mais depressa que o homem, que o amor dela morre mais cedo. Eu não amei ninguém se não a si. Posso ter sido injusta. Posso ter sido fraca ou rancorosa. Mas nunca inconstante — e, no instante seguinte, ela se envergonhava pela loucura com que havia se declarado.

— Voltei a Londres unicamente por sua causa. Os meus pensamentos e planos são todos para si. Não reparou nisso? Não se apercebeu dos meus desejos? Se eu tivesse conseguido ler os seus sentimentos, como creio que deve ter decifrado os meus, não teria partido.

— É essa a mulher que eu quero – disse ele. — Se eu for um tolo, serei um tolo de verdade! — Entrelaçou-a com os musculosos braços, beijaram-se com ardor.

— Responda-me se, naquela época, dono de alguns milhares de libras, eu houvesse lhe escrito, teria respondido à minha carta? Em suma, teríamos noivado nessa ocasião?

— Se eu teria reatado? – foi tudo que ela respondeu; mas seu tom de voz não deu margem a dúvidas.

— Meu Deus! – exclamou ele. – Teria aceitado! Não que eu não tenha pensado nisso, nem desejado tal fato como a única coisa capaz de coroar todos os meus outros sucessos; mas fui orgulhoso, orgulhoso demais para a pedir. Não conseguia entendê-la. Fechei os olhos, e não quis expor que era dono de uma fortuna, e tão bem-sucedido na profissão quanto o mérito e o esforço poderiam ter permitido — não era um homem qualquer. Na época, seria considerado digno o suficiente para cortejar a filha de um baronete tolo e perdulário, desprovido de sensatez ou princípios suficientes para permanecer na situação em que a providência o havia colocado.  A família pertencia à nobreza portuguesa, Mesmo nascido e criado no Brasil, continuava conde.

— Assim como outros homens em situação adversa, porém – acrescentou ele com um sorriso — preciso tentar subjugar minha mente ao meu destino. Preciso aprender a tolerar ser mais feliz do que mereço.

Quem pode duvidar do que aconteceu em seguida? Quando dois amantes assim decidem se casar, é quase certo que, graças à perseverança, acabem por consegui-lo. Anos de separação e sofrimento poderiam ter sido evitados. Sempre acostumado à satisfação de me julgar merecedor de todas as bênçãos que recebia. Ufanava-me de meus esforços honrados e de minhas recompensas justas.

 

O grande dia chegou, os salões foram iluminados, o grupo se reuniu. Para Alexandra, porém, nunca houvera noite como aquela. Radiante e embelezada pela sensatez e pela felicidade, e mais admirada do que poderia notar ou dar importância, ela demonstrou alegria e paciência com todos que a rodeavam, em singular cordialidade e fervoroso interesse. E, com Manuel Gonzaga, instantes de comunicação ocorreram com frequência, e sempre a esperança de haver outros, e sempre a consciência de que ele estava presente!

 

💓

— E o que isso tem a ver com escolhas então? Tudo! O que está entre o carma e o destino é o livre-arbítrio, meninas. A possibilidade de fazer escolhas gera carma, gera consequências, que podem afastar ou nos aproximar do nosso destino, do nosso propósito de vida. A vontade livre, as decisões livres.

— Hummmm! — as duas primas resmungaram…

—  Então, meninas, crescer é isso. É ter que decidir. Os indecisos só ainda não perceberam que não escolher também é uma escolha, uma nova oportunidade. A realidade vai se moldando ao nosso redor. O caminho se faz ao caminhar. Se uma palavra pode mudar tudo, que dirá uma decisão.

A proposta:

 

10

 

16 comentários em “O Caminho é o Caminhar (Fheluany Nogueira)

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  1. Uma conversa quase didática entre mãe, filha e sobrinha, sobre carma, destino e livre arbítrio. A mãe conta uma história para exemplificar. Desde o início, o leitor sente que será um conto de época, sabrinesco, pela ação e pelo ritmo com que se desenrola a narrativa, pela atmosfera e ambientação.

    Para produzir o suspense, foram retardadas algumas revelações que despertaram no leitor a empatia com os personagens. O texto está bem escrito, com vocabulário e estilo adequados para o gênero e para a época. As referências históricas enriqueceram o conteúdo. Pesquisei e descobri que Marie Sallé realmente viveu a situação narrada. A estrutura funciona, levando-se em conta as sugestões acima.

    Leitura agradável e fluida. Parabéns às autoras da protagonista e da trama pela ideia e execução. Beijos.

    Curtido por 4 pessoas

  2. Olá, querida amiga Contista!
    O bom desse desafio é ver o que cada uma pode fazer com um personagem… por exemplo, eu, se tirasse essa ficha, teria feito outra coisa, totalmente diferente, seu conto me mostrou outra possibilidade e isso foi muito legal!!
    O conto está bem escrito, algumas coisinhas escaparam à revisão, mas o que não passa, né. A linguagem está muito consistente com o período narrado, Parabéns!
    O enredo é rico, com reviravolta e tudo e os personagens são bem apresentados, no modo geral. Acho que poderia dar maior profundidade para a Alexandra e para o Gonzaga, mas entendo a sua escolha, nem sempre temos saco e tempo pra fazer um conto mais extenso.
    Bem, um ótimo conto, com uma lição preciosa. Caminhar já é o caminho.
    Parabéns!!
    Um abraço!!

    Curtido por 4 pessoas

  3. A autora também optou por ser fiel à personagem proposta, criando um final feliz para os protagonistas. Nota-se que houve uma pesquisa prévia, contextualizando o conto com acontecimentos da época proposta, século 18. Gostei da ideia de colocar o Manuel como brasileiro, e acho que esse aspecto podia ter sido melhor explorado.
    Eu não compreendi bem o diálogo que inicia e arremata o conto. Entendo que alguém ali está contando uma história, para falar de amor, escolhas, conveniências. Mas para mim não fica claro quem são estas personagens. A Fátima, aqui em cima, entendeu que eram mãe, filha e sobrinha, mas para mim isso não fica claro, talvez a autora pudesse mexer um pouquinho nisso, pra ficar mais inteligível para o leitor. Também acho que o conto poderia ser um pouco mais curto, me perdi algumas vezes no meio. Mas no geral, gostei bastante da forma como você delineou os personagens e como defendeu a sua “moral da história”. Parabéns!

    Curtido por 4 pessoas

  4. Uma conto de época, romântico e sabrinesco. A estrutura escolhida – uma história dentro de uma história – valorizou a narrativa. As referências históricas idem. A linguagem está bem adequada à proposta. O enredo é simples mas atendeu os requisitos da ficha e se presta bem a uma narrativa de época. Os personagens me pareceram um pouco esquemáticos, senti falta de um pouco mais de drama e emoção nas reações deles, mas acho que é bem isso que acontece nesse tipo de narrativa de época . De qualquer forma é um bom conto. Parabéns, amiga contista. Beijos!

    Curtido por 3 pessoas

  5. É quase impossível não sentir-se na época. Vi cada passagem, cada gesto, cada olhar. Gostei demais! E a mensagem é perfeita: o caminho se faz ao caminhar. Não poderia ser diferente e não é. Vamos escolhendo à medida que as decisões surgem à frente..Aos indecisos, as dúvidas permanentes. Aos audaciosos, a vida em plenitude. Parabéns pelo conto!

    Curtido por 4 pessoas

  6. Acho muito difícil escrever histórias de época, e a autora conseguiu ambientar bem a narrativa, parabéns! Um conto bem romântico, fácil de ler. Quem seria a mãe que narra a história para a filha e sobrinha? Seria, quem sabe, descendentes de Alexandra e sua história foi passada de geração em geração? Seria ótimo, pq assim elas carregariam seu carma.
    Bjs ❤

    Curtido por 4 pessoas

  7. Nossa, tinha certeza de já ter comentado esse conto, mas deixei passar. Foi um dos primeiros que li e achei interessante como a autora desenvolveu a trama a partir dos dados oferecidos pela ficha. A personagem foi bem caracterizada, e viveu o seu conflito com elegância. A contista soube ajeitar as coisas para chegar a um final apropriado e feliz. Tive de reler o começo para entender do que se tratava o diálogo, mas depois compreendi que toda a trama serviu de exemplo para justificar o ponto de vista da narradora. Parabéns pelo trabalho!

    Curtido por 3 pessoas

  8. Que escrita polida!

    Olá, contista!
    Ao ler seu conto me veio à mente a trama do livro ” O morro dos ventos uivantes”, onde a personagem Cathy se casa por praticidade ao invés de amor. O texto bebe na mesma fonte mas entrega um final feliz (torci para isso. O que é raro).
    Gostei da ambientação, dos diálogos para apresentar melhor o contexto ( como por exemplo, mencionar capitania, inconfidência e D. Maria). Essas demarcações e a escrita também não deixa nada a desejar e é destaque no seu conto.
    Não sei se a adjetivação foi usada propositalmente para remeter a uma época mais romântica, mas em algumas passagens a leitura ficou um pouco arrastada.
    Em resumo eu gostei bastante do seu conto e me vi torcendo pelos personagens, mas travei um pouco aqui e ali na condução.
    Parabéns pela escrita.

    Curtido por 4 pessoas

  9. Olá, Contista! Há vários elementos que gostei nesse conto. Um deles foi a apurada pesquisa realizada sobre o período, a historicidade apurada e bem ambientada foi um primor. Outro elemento é que tratou-se de uma história dentro da história e isso foi um detalhe que o tornou singular. Outro detalhe que me chamou a atenção foi seguir o romance nos moldes do período, o que nos remete às irmãs Brönte ou a Jane Austen com suas personagens femininas em conflito sobre seguir o coração ou os apelos da família submissas às convenções sociais. Dito isso, achei que o diálogo inicial ficou meio travado, poderia ter sido mais simples e direto. Também a fluidez entre um parágrafo e outro deveria ser melhor trabalhado, introduzindo os personagens mais a contento. Exemplo:

    Em outra ocasião, Gonzaga estava na da recepção de Mr. Walker. Portava máscara, como indicado nos convites, porém a jovem o reconheceu pelo encaracolado dos negros cabelos e pela conversa com um grupo de cavalheiros.

    Pela leitura, entendemos quem é Gonzaga, mas Mr. Walker está sendo introduzido pela primeira vez. De quem se trata? Que convites são esses? Não sei se me faço entender, mas achei que deveriam ser melhor introduzidos para tornar a leitura mais fluida. No mais, um belo trabalho. Parabéns!

    Curtido por 4 pessoas

  10. Olá Contista. Você nos presenteou com um romance de época, fiel à ficha recebida e muito bem ambientado e desenvolvido. A história fora da história, para mim sobrou, não acrescentou ao conto, à personagem, nem à proposta. Em minha opinião, a questão levantada no final e que aparenta ser o ponto que a narradora (mãe/tia) quer tocar, poderia ter sido incluída no próprio conto em qualquer momento, incluindo o final. É uma história simples e despretensiosa que envolveu bons conhecimentos de fundo ou um trabalho de pesquisa empenhado, num caso ou noutro resultou muito bem. Parabéns. Um beijo.

    Curtido por 3 pessoas

  11. Gostei imenso da historia classica, o romance antigo, voltei no tempo a ler meus adorados romances de época ❤
    O romance est´á muito bem construído, nos apegamos nele embora um tanto corrido, este tipo de historia exige mais detalhes e muitos parágrafos sobre as emoçoes e os detalhes de época.. é material para um livro de 500 paginas!! A contista recebeu um tremendo desafio em condensar tudo num conto e desempenhou-o muito bem!
    Apenas…
    a inovação que quiseste trazer, talvez por isto mesmo, ser inovadora demais… rsrs não casou muito bem o dialogo da mae com a filha e sobrinha.. criou personagens demais e nao achei que a 'moral da historia' conduzida por esta mae contadora de historias tenha sido a conclusao afinal da historia de Alexandra, nao sei nao concordei muito rsrs
    .
    Enfim, fiz um a boa leitura aqui, amei! ❤

    Curtido por 2 pessoas

  12. Olááá… Da história de Alexandra e Gonzaga eu gostei bastante, da introdução e do final nada contra, mas é como se sobrasse, o romance de Alexandra e Gonzaga já me envolveu, e é do tipo de história que já li muito, romance de época, tem todos os elementos e a construção histórica está ótima. É uma história para centenas de páginas, ficaria melhor ainda se desse a ela todo esse espaço que ela necessita. Parabéns pelo desafio de desenvolver uma história dessa, porque no espaço do conto foi um desafio e tanto!

    Curtido por 2 pessoas

  13. Olá, querida contista,

    Eu já escrevi isso, mas agora sim me deparei com, talvez, a ficha mais desafiadora para mim. Romance de época requer vocabulário e ambientação adequados e eu não sou nada boa com isso, porque acho difícil aliar a minha essa à essa época. Sou muito mais direta e contemporânea (às vezes peco por isso!).

    Pois bem, dito isso, em relação à contista, ao contrário de mim, ela soube desenvolver a narrativa da forma proposta e teve bastante êxito nisso.
    Particularmente, achei algumas partes desnecessárias, um pouco enroladas no meio do desenvolvimento, mas pode ser uma impressão pessoal.

    Também achei válida a inserção da contação da história, o conto dentro do conto, acho que ficou bonito.
    A última parte, em especial, me remeteu ao meu conto na antologia, alusivo ao verbo “escolher”, onde justamente desenvolvo (tento) uma personagem que escolheu não fazer escolhas na vida. Fiquei feliz com isso.

    Parabéns pelo conto!

    Curtido por 2 pessoas

  14. Olá, Contista! Obrigada por participar do nosso desafio.

    Gostei do conto, como sempre gosto de históricos, são minha paixão. Gosto da ambientação, da fala, enfim de tudo. Senti um pouco de dificuldades no entendimento da narrativa em si, por vezes não sabia quem estava falando, e o começo achei confuso também, tem que ser ler mais de uma vez pra se situar. Feito isto, tudo segue conforme o planejado. A personagem foi bem desenvolvida e o romance clichês que a gente tanto gosta, embora esse teve os percalços no meio diferente do que tem sempre.

    Foi fiel a ficha e trouxe uma boa resolução. A escrita está muito boa.

    Parabéns!

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  15. Oi, Contista!
    Já havia lido seu conto, reli e tive a mesma bela sensação/impressão da primeira leitura 🙂
    Seu conto é excelente, a narrativa de um conto de época é perfeitamente escrito, a história mostra o que, de certa forma, era considerado normal para os conceitos da época, e um final que satisfaz.
    É um texto para ser lido com atenção, me perdi algumas vezes, mas creio que seja minha agitação, mesmo.
    Adorei e desejo muito boa sorte no desafio,
    Beijos

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  16. Querida Fátima,
    Parabéns.
    Ótima criação em um gênero que, ao menos para mim, é bem difícil, um conto de época, que, aliás, daria um belo romance.
    Leitura muito gostosa, como tudo que você faz.
    Beijos
    Paula Giannini

    Curtido por 1 pessoa

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