Vidro (Amana)

Abraçou o irmão,
abraçou o pai.
A mãe garantiu:
haveria outras vezes,
sempre que quisesse.
A menina entrou no carro
se agarrando a essa promessa.

Do banco do carro acenou,
sensação de algo se partindo,
e não era o vidro da janela.
Talvez um frágil bibelô.
Homem e menino então
foram sumindo,
mais e mais distantes,
tal qual sua infância.

 

Imagem: Mabel Amber, no site Pixabay.

8 comentários em “Vidro (Amana)

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  1. Olá!

    Então, as linhas deixam claro que a menina estava assumindo alguma responsabilidade. Um casamento talvez? O distanciamento para ir trabalhar ou estudar em algum lugar distante da família? Gostei bastante, porque você deu vazão ao sentimento de transformação, de abrir mão de algo. Tem tom triste e trágico ao mesmo tempo.
    Parabéns!

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  2. Querida Amana,
    Muito bom. Sensível metáfora com o vidro que nos separa do mundo, enquanto assistimos à vida lá fora. Uma despedida, uma cisão…
    Muito bom mesmo.
    Parabéns.
    Beijos
    Paula Giannini

    Curtido por 1 pessoa

  3. Um poema triste, sensível. Distâncias são só distâncias quando podem ser medidas, quando não é separação. Os seres humanos são complicados. São frágeis. Porque é impossível ficar alheio o tempo todo aos sentimentos.
    Parabéns pela belíssima construção.
    Beijos e abraços carinhosos.

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  4. Uma realidade triste, menina irmã deixa meio irmão e pai para trás, sempre podem se ver, mas não é a mesma coisa… Todavia, é a vida que se tem… belo e profundo… ❤

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