Probleminha – Amana

Um gosto um tanto mórbido pela Matemática.

Vivia entre números, racionais e irracionais.

Apoteose? Não, sambar mesmo era na hipotenusa.

A máscara da Bháskara sempre lhe coubera bem.

Os ângulos? Para os agudos nada, para os rasos, quase tudo.

Quase, dependia do grau de interesse.

A menina nutria um amor tangente (ou pungente?)

pelo professor de desenho geométrico.

Na perspectiva, porém, não tinha criatividade.

Faltava-lhe ainda a raiz das paixões incalculáveis.

13 comentários em “Probleminha – Amana

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  1. Um mapa mental em poesia! Perfeito e racional: a fórmula para encontrar as raízes reais de um problema fazendo uso apenas de seus coeficientes, mas com o lirismo de uma história amorosa em que há revelações de sentimentos e emoções.

    Parabéns pela ideia e execução com versos livres, sonoros e bem cadenciados. Gostei demais das metáforas e expressões matemáticas para demonstrar a imaturidade da menina para o amor. Porém, tratando-se de matemática, uma solução antes resolvida, pode obter outra resposta um tempo depois, ou até a verdade ser refeita por novas teorias. Há esperanças para a aluna apaixonada pelo professor… O poema gera um certo humor.

    Muito, muito bom! Beijos.

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  2. Quando era criança li uma poesia, uma espécie de romance com termos da matemática. Achei muito criativo e bem humorado. Eis que chego aqui e encontro uma poesia que me fez lembrar aquela, que me despertou uma nostalgia do tempo em que me encantava facilmente, embora ache que ainda me encanto muito mais do que a maior parte das pessoas que conheço.

    Gostei, querida. Achei leve, e como se entrássemos nos pensamentos da sua protagonista, ou eu lírico. Ainda estou me decidindo se o que li foi prosa ou poesia, talvez um pouco dos dois. De toda forma, fechou março com chave de ouro.

    Um abraço.

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  3. Olá, Amana!
    Um poema em prosa ou uma prosa-poema? Um texto leve e muito bem humorado com verbetes retirados da matemática, de modo que vc consegue unir domínios distintos, a frieza do cálculo e o fervor da literatura. A equação se resolve com a hipótese bem levantada, quase uma teoria, em que os opostos se atraem! Parabéns pela criatividade!

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  4. Que fofinho! 💖
    Um poema numérico e geométrico que conta muito mais do que aparenta! Gosto de textos assim, inteligentes, interessantes e que não explicam tudo ao leitor! Muito bom! Parabéns!

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  5. Que delícia de poema. Versos bem calculados para realçar a poesia da matemática. Tudo que é belo soma, multiplica o talento da escritora. Parabéns.

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  6. Na escola eu gostava de matemática, tirava notas boas, na vida real, não gosto, prefiro o português dos livros de literatura… Bjs ❤

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  7. Gostei muito, Amana. Divertido e inteligente. Batendo palmas aqui. Ah, eu fui uma menina apaixonada pela matemática. Um beijo.

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  8. Quando uma pessoa com discalculia que sempre sofreu com a matemática ama um poema com essa temática, pode-se dizer que trata-se de um poema muito especial!
    Inteligente jogo de palavras e um fechamento preciso: muito bom mesmo.
    Amei, parabéns!
    Beijo!

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  9. Querida Amana,

    Adoro textos assim, que joga com palavras e significados. Este seu poema faz um par perfeito com seu texto anterior. Nova fase? Novo livro?
    Se sim, já estou aqui na fila para ter o meu.
    Parabéns.
    Beijos e saudades de você.
    Paula Giannini

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  10. Ficou perfeito. Amei o jogo de palavras, essa coisa de jogar com o racional e o sensível (amor, sentimento, emoção – irracional?). Gosto da Matemática. Ela é tão exata! Todo o problema é simples escolha de caminho. Direta ou indiretamente, se fazemos as contas certas, se usarmos as fórmulas certas, chega-se a uma só solução. Não é tão complicada quanto a vida que nos impõe caminhos e soluções nem sempre adequados ou certeiros. De certa maneira, gosto de tudo que tem Matemática. Música tem Matemática. Aritmética, Álgebra, Geometria… Geometria é a poesia da Matemática. Mas voltando ao poema, ele vai além dos cálculos e toca no frescor da juventude que ainda não reconhece a conta dos dias, e não encontra as matrizes e determinantes do sentir. Mas é lógico, um dia nos damos por conta que tanto na Matemática quanto na vida precisamos calcular, medir, para, na análise combinatória, perceber a maravilha das somas, das diferenças, e dividir para multiplicar afetos.
    Beijos e abraços carinhosos.

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