(sem título) – Fheluany Nogueira

e as fadas se entendem com os grilos e vaga-lumes,

falam às pedras;

mas eu, perdida em contradições,

vestida de malhas,

calçada de galochas,

escovando os cabelos,

tomando posições,

me enveneno de angústias…

gostaria de estar entre as fadas

e me permitir

tirar os sapatos.

deitada no chão sorriria para a magia,

falaria com as formigas.

depois,

assustada,

teria que me levantar:

há sempre um lugar para ir,

uma coisa para fazer.

ah! o mundo das fadas

não é o meu mundo…


14 comentários em “(sem título) – Fheluany Nogueira

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  1. Humm, comecei a ficar feliz desde a ilustração. Acho que minha alma não envelheceu nem um dia desde que eu fiz sete anos, e no mundo infantil mora o meu Éden particular. Quem não queria ser uma fada, viver integrada com o lado mágico da natureza, jogar o sapatos fora e aproveitar as maravilhas da simplicidade todos os dias? Também eu seria feliz neste mundo sem complicações tão humanas.

    Sua poesia é um frescor necessário. Obrigada por trazer para nós e melhorar nossa semana que acaba de começar.

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  2. Ah… Se eu pudesse também estaria entre as fadas, entre os elfos, os gnomos, os elementais da natureza. Eu seria um silfo talvez, indo com o vento, assoprando os dentes de leão. Ou talvez uma ondina, surfando nas águas de algum lago… O mundo das fadas é pura magia, e nosso mundo, bem, nosso mundo é um caos. Confesso que viver nele é uma aventura para os fortes, carregada de tropeços e vitórias, de tristezas e maravilhamentos. Eu amei seu poema. Um misto de fantasia e realidade. Quem sabe um dia aprendamos a equilibrar nossos passos entre a realidade e a fantasia.
    Beijos e abraços carinhosos.

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  3. Que graça de poema, Fátima. Tem uma virada no verso “tomando posições” que eu achei encantatória no seu poema. Eu também queria ser uma fada, embora eu tenha a sorte de ser bem avoada. Beijos, querida. Parabéns pelo texto.

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  4. Um poema inspirado em contos de fadas ou o desejo de se viver em um. Tudo tão colorido quanto a imagem escolhida, uma leveza infantil, de pureza de uma mente que não se deixou contaminar totalmente pelo realismo feito de concreto do dia a dia. Uma delícia de ler e sonhar.

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  5. Um poema que vai muito além do que parece…

    Não queria, mas aqui me vi inteira:

    “perdida em contradições,

    vestida de malhas,

    calçada de galochas,

    escovando os cabelos,

    tomando posições,

    me enveneno de angústias…”

    Tocou fundo. Parabéns!

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  6. Querida Fátima,
    Bom demais. Sua escrita, acho que já lhe disse isso, traz forte sua voz de menina, porém, não é uma voz da menina dos estereótipos, bobinha e cor-de-rosa. Ela é rosa, mas é multicolorida e traz um posicionamento claro e forte.
    Parabéns, minha querida.
    Beijos
    Paula Giannini

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