
“Contam os mais antigos que no coração da Montanha Azulada, no centro da Ilha de Dunya, existe um dragão. Seu nome é Abadiy. Ele guarda a Eternidade. Controla o tempo e o que nele transcorre. Ele possui o poder de despertar o Fim. Por isso, dorme com um dos olhos abertos.
O olho, de azul turquesa cintilante, é multifacetado e é a segurança da Vida. Cada pedaço cristalino da orbe é a alma de alguém e, cada uma delas é única e possui um único nome. O conjunto, compõe o Infinito e é protegido pela criatura.
Quando o olho de Abadiy fechar, tudo o que possuir uma alma, toda a criatura, todo o ser vivo, fará parte dele e dormirá para sempre.”
— Existe um mapa para se chegar até essa ilha, vovô?
— Muitos procuraram, mas em vão.
— Abadiy possui a minha alma?
— A sua, a minha, a de todos.
— Quando eu crescer dominarei esse dragão.
O avô cobriu de peles o pequeno Nakhob, resmungou um ‘vá dormir’ e levou com ele o Fogo. Do lado de fora da tenda, as estrelas pontilhavam o céu e as luas se alinhavam no horizonte.
Créditos da imagem: Evelyn Postali
Esse dragão é do tipo que nem mesmo se pode combater, pois vivo ele fecha os olhos quando quiser e morto, o olho apodrece e todos nos finamos do mesmo jeito. Tá puxado. Ainda bem que é uma história linda e terrível de fantasia da sua abençoada imaginação. E seguimos sobrevivendo enquanto o dragão permite. Beijos.
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Amo montanhas, dragões, céu e lua, vovôs, crianças, magias e sobretudo as histórias que você, Evelyn, cria combinando todos elementos e mais doçuras, surpresas e muita fantasia. Parabéns pelo texto encantador e tão em cima da imagem de ilustração. Beijos!
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Nossa, quanta criatividade. Entrei nesse mundo com vc. Parabéns. Beijos.
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Olá, Evelyn!
Um belo texto de fantasia que, para mim, na minha construção de sentidos do texto, guarda uma relação com a realidade. No caso, o dragão é o avô, com o olho azul de catarata que tudo viu, que guarda o tempo de dormir e o das brincadeiras, que guarda nele a ascendência e a descendência da família. O neto o vê assim, mágico. E é assim que interpreto seu texto cheio de magia que me encantou sobretudo pela delicadeza de imagem. Amei. Parabéns!
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Delicadíssimo miniconto. A fantasia sempre proporciona muitas interpretações, mas o lado imagético por si só já é suficiente para encantar.
Parabéns!
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