PERSPECTIVA – Juliana Calafange

De qualquer maneira, de helicóptero,

o desespero é mesmo tranquilo;

o desespero e a tranquilidade

parecem ser, aliás, a mesma coisa,

quando vistos daqui.

Gonçalo M. Tavares – Visto de helicóptero

Uma velha senhora toma chá junto à janela do seu apartamento, como faz todos os dias às cinco da tarde. Enquanto bebe o líquido quente, observa com frieza a vida lá fora. Nada na paisagem a conforta. Os carros que passam velozes, a chuva fina que cai deixando a cidade mais cinzenta − até a janela do edifício do outro lado da rua está vazia. Nada tem significado, nada faz sentido. Nenhum sorriso amarelo surge em sua boca.

Um cachorro dorme sossegado sobre o tapete azul desbotado da sala. Algo súbito o desperta e ele pula, põe as orelhas de pé, abana fortemente o rabo, olha para a janela, alta demais para ele. Em seguida, volta-se para a porta, focinho erguido farejando o ar.

Nós não vemos, mas um automóvel antigo, marrom-corroído, acaba de estacionar lá embaixo. O cachorro também não vê, mas sabe. Não chove mais a essa hora. O céu começa a tingir-se de grená e púrpura. O homem que sai do veículo é grisalho, leva um casaco verde pendurado no braço direito e segura com cuidado um saco de papel pardo na mão esquerda. O homem entra apressado no prédio.

Ele havia saído faz tempo. Era para ter voltado às cinco. O homem não usa relógio. Mas o cachorro sabe. Ele espera o dono sentando junto à porta, o rabo abanando e a língua salivando porque sente o cheiro de rosquinhas de tangerina.

Passos na escada, uma chave engata-se na fechadura, a maçaneta gira. O homem entra em casa, o cão pula ruidosamente nas pernas do homem, que retira uma rosquinha de dentro do saco de papel e a entrega ao animal. O cão segura o quitute com a boca e volta para comê-lo no tapete azul da sala.

O homem coloca o casaco sobre a mesa, senta-se na cadeira junto à janela. Ele está atrasado. A mulher do prédio em frente já terminou seu chá e foi cuidar da vida. Somente a xícara branca e vazia descansa sobre o parapeito da janela.

O homem chora em silêncio, talvez o cachorro saiba por que. Mas nesse momento está interessado em devorar animadamente sua iguaria predileta.

21 comentários em “PERSPECTIVA – Juliana Calafange

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  1. Um conto curtinho com quatro pontos de vista. O do observador onisciente, o da velhinha que está sozinha em um apartamento, o do cachorrinho, que supostamente está no prédio de frente para o da velhinha e o do dono do cachorrinho que chega com biscoitos para ele.

    De todos os personagens, o único feliz é o cão. O narrador dá algumas pistas para a tristeza da senhora. O tédio, a solidão, a chuva e ao olhar para a janela do prédio da frente, ela parece frustrada ao não ver quem desejava às cinco da tarde.

    O homem que chega atrasado parece ter perdido o momento em que, ao olhar pela janela de sua sala, iria ver a mulher do outro lado, tomando o chá. Talvez um encontro não combinado expressamente, mas em silêncio. Uma cumplicidade muda e prazerosa.

    No fim, a frustração.

    Gostei deveras. Um conto que deixa muito para a imaginação do leitor, sem deixar buracos. Está tudo lá para que o próprio leitor faça suas escolhas. Parabéns. Não encontrei problemas.

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    1. Queridíssima, obrigada pelas palavras. Vc matou tudo!
      E que comentário embasado. Nem tenho o que replicar. Depois fala que não entende de literatura… Além do mais escreve bem pra kct! Sou sua fã!
      Beijos e mais beijos!

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  2. Olá, Lydia!
    Seu belo conto me remete ao livro Eles eram muito cavalos. Um romance sobre a cidade de São Paulo que é um compêndio de histórias alheias. Visto de longe tudo está normal. Visto de perto é que as coisas se revelam. E eu gostei imensamente desse seu jeito de revelar, sem ser explícito, apenas sugerido.

    Para a velha senhora, “nada tem significado, nada faz sentido”. o tom é de melancolia. E tem a chuva, o cinzento, o vazio, o sorriso amarelo, a rotina de solidão. O chá sai sempre às cindo da tarde, nada muda dentro dessa solidão cotidiana.

    O cão, por sua vez, é a transcendência do amor incondicional, aos pulos, sempre alegre, ela abana o rabo à chegada do dono e saboreia o quitute que o velho lhe traz.

    Já o velho não usa relógio. Para que saber do tempo que passa tão rápido, não é mesmo? Mas a chuva cessou e o tempo se insinua, colorido. Será a antecipação de algum porvir? “O céu começa a tingir-se de grená e púrpura”, o papel pardo, o casaco verde. Haverá esperança? Então, ele descobre que não há, ele perdeu o bonde, o timing, é incapaz de um gesto mais ousado para aproximar-se da velha senhora a quem ele só admira de longe. Apaixonado? Na incapacidade de companheirismo, ele chora, desconsolado. Que texto, cara Contista! Dizer, sem dizer. Só nas minúcias sabemos desses detalhes que nos escapam ao longe. Um texto pungente, com uma bela história de amor platônico.

    Não há nada para melhorar! se melhorar, estraga. Está perfeito como está! Parabéns!

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    1. Obrigada, Sandra querida! Você também matou a charada toda. Seus comentários sempre muito precisos e pertinentes. Te admiro tanto.
      Adorei. Muitos beijos!

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  3. Olá Lydia, adorei seu texto, pena ser um miniconto em um desafio que se pedia um conto com aproximadamente mil palavras. Mas isso não me tirou o prazer da leitura.

    Um texto misterioso, instigante, que prende a atenção do leitor, o deixando ávido por novas informações.

    Como sugerem o texto que abre o conto e o título, tudo depende da perspectiva, de quem vê a cena, de onde se vê a cena. Você, habilidosa escritora, nos colocou como expectadores desta cena e certamente cada um de nós, leitores, a verá de uma forma.

    Percebe-se que não é sua intenção entregar tudo, e eu gosto disso. Fiquei pensando aqui qual seria a relação entre os dois vizinhos de apartamento? O final com ele chorando me deixou ainda mais curiosa, pois é neste momento que se sugere a ligação entre as duas personagens. Muito bom.

    Revela-se pouco dos personagens, mas neste tipo de texto mais enxuto, é o suficiente.
    O cenário e as ações são bem descritas, levando o leitor às cenas enquanto elas acontecem. Muito bom.

    Gostei de construções como “Enquanto bebe o líquido quente, observa com frieza a vida lá for”, contrapondo o quente e o frio. Muito bom.

    Se me permite a sugestão, aqui “Nenhum sorriso amarelo surge em sua boca”, eu usaria “nem um”, no sentido de nem mesmo um.

    Ele havia saído faz (fazia) tempo

    “Era para ter voltado às cinco. O homem não usa relógio. Mas o cachorro sabe.” – aqui as informações intercaladas ficaram confusas. O que o cachorro sabe? que era para ele ter voltado às cinco, que são cinco horas ou que o homem não usa relógio? Talvez se tivesse colocado “o homem não sabe a hora, mas o cachorro sabe” encaixaria melhor.

    Gostei bastante do final, mostrando que cada um vê os acontecimentos do seu ponto de vista. Para o cão, o importante era o biscoitinho. Excelente.

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    1. Fe, querida. Obrigada pelo comentário. Você é fera! Só peço perdão pq não sei escrever com muitas palavras. rsrsrs Beijocas!

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  4. Um título certeiro para um miniconto que traz performances que possibilitam a ilusão de espessura e profundidade das figuras: o cão que só via a guloseima, o casal de vizinhos que só viam a solidão e o narrador que soube aproveitar o momento para nos trazer este instantâneo crível e bonito. Um alinhamento temporal e espacial que une personagens e paradoxalmente as separa.

    A história não tem nada de extraordinário, mas levanta questionamento importantes, funda-se na verticalidade, descendo a uma dimensão pontual e subterrânea. Abordar a questão da solidão é uma tarefa complicadíssima, mas aqui isso foi bem feito, com linguagem sintética e sugestiva.

    Minha única sugestão seria observar os tempos verbais e a intercalação de frases que geram um sentido estranho, já comentadas anteriormente e a repetição próxima de “um homem”. São insignificâncias dentro do conjunto construído, muito devido à escrita e às personagens que nos tocam o coração. A autora consegue fascinar o leitor com “pouco”, sem nada fantástico ou um final arrebatador.

    Foi uma leitura prazerosa, fluida e direta, querendo saber o que aconteceria com o interessante trio tão simpático e consistentes pitadas de filosofia.

    Parabéns pelo belo trabalho. Beijos.

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    1. Fátima, muito obrigada pelas palavras. Tenho mesmo investigado essas estruturas e linguagens mais modernas e pós-modernas na literatura. Esse conto saiu enquanto estava lendo Lydia Davis e Gonçalo M. Tavares, escritores que admiro imensamente. Beijos!

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  5. Uau! Cara Contista.
    Que rebuliço provocou na minha tão rígida percepção das coisas! Estou até agora procurando o tal evento desencadeador das transformações no seu personagem. Personagem? Quem? A solitária senhorinha? Ou o afoito e apaixonado senhorzinho. O cão atento, também poderia ser. Peraí! A xícara? Não! A xícara sim. Essa deve saber de todas as aventuras e desventuras desses solitários.
    Adorei essa falta de definição de enredo. Quem diria! A nuance, a sutileza das intenções, a intensidade dos sentimentos que você conseguiu expressar.
    Se todos os enredos contemporâneos forem como o seu, passo a amar a literatura desses nossos tempos ébrios.

    Como sugestão, acho que a frase “Ele está atrasado” no último parágrafo está sobrando. Já sabemos que ele está atrasado desde que chega no prédio. Acho também que as sentenças inicias descrevendo a falta de sentido, ficaram vagas e repetitivas. Talvez uma descrição menos conclusiva.

    Adorei de verdade. Vou ficar lembrando desse senhorzinho aterrado pela impossibilidade de não dar ou não encontrar sentido nessa tarde. Amanhã, talvez.
    Um abraço.

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    1. Oi Luciana. Que bom ler aqui seu comentário. Seja bem vinda ao nosso time! Sim, tenho buscado trabalhar na literatura mais moderna e pós-moderna, deixando um pouco de lado a estrutura clássica, o que realmente faz bagunça com esses conceitos de evento desencadeador e arco de personagem. Tenho lido muito Lydia Davis e Gonçalo M. Tavares e acho que esses Mestres me inspiraram bastante nesse conto. Posso te aconselhar a leitura de dois livros que acho bárbaros: Nem Vem (Lydia Davis) e Short Movies (Gonçalo M. Tavares). Beijocas!

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  6. Olá, amiga Contista!

    Que delícia de conto! Eu amo o cotidiano contado em detalhes, o simples e trivial eternizado por uma mente brilhante!

    Imaginei os prédios, a rua, a garoa, a tarde solitária. Imaginei como esse flerte pela janela começou. Imaginei as expectativas frustradas, os desencontros, os sorrisos amarelos, talvez o único passatempo e esperança dos velhinhos. E imaginei o cachorrinho, esperando seu lanchinho, nem ligando para o drama das pessoas.

    Sinceramente, não sei como poderia melhorar esse conto. Parabéns!

    Boa sorte!
    Até mais!
    💖🌹

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    1. Pri, querida, que bom que você gostou! Sei o quanto que você é uma leitora exigente, então fico muito lisonjeada! Muitos beijos!

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  7. Olá querida contistas.
    Gostei imenso do seu conto. Li várias vezes tentando decifrá-lo. Vários pontos de vista, um texto deliciosamente cinestésico. E completamente aberto.

    Bom, o fato de ser completamente aberto ao mesmo tempo que qualifica o texto para certo tipo de leitor, pode gerar o desconforto de outros, esse é o primeiro ponto de atenção.

    Destaco alguns momentos que chamaram muito minha atenção no seu texto.

    ”Enquanto bebe o líquido quente, observa com frieza a vida lá fora.” – adorei a antítese.

    “Nós não vemos, mas um automóvel antigo, marrom-corroído, acaba de estacionar lá embaixo.” – gostei imenso desse narrador que nesse momento posta-se ao lado do leitor.

    “abana fortemente o rabo” e “o cão pula ruidosamente”– os advérbios “fortemente” e “ruidosamente” conferem uma energia à cena que faz toda a diferença. Adorei o efeito.

    O segundo ponto de atenção é que você não observou uma das restrições do desafio que dizia que o texto tinha que ter em torno de 1000 palavras. Seu texto, considerando a epígrafe tem 398. Pura chatice, mas restrições devem ser respeitadas.

    Parabéns pelo ótimo texto. Eu gostaria de tê-lo escrito e escreverei algo nele inspirado. Me aguarde. Beijos, beijos.

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    1. Elisa, querida! Vou adorar ler o que vc escrever inspirada nesse conto; fico muito honrada porque te admiro pacas como escritora. Realmente, as estruturas modernas e pós-modernas ainda causam estranheza nas pessoas. Imagine como foi quando surgiu um Edgar Alan Poe ou um Tchekhov ou um Cortázar? Mas tenho gostado muito desse caminho, acho mesmo que estou encontrando a escritora que me habita por essa vereda aí. Não dá pra agradar a todos né? Nem essa é a função da arte. Sobre o tamanho do texto, é como diz minha musa Clarice com Le miracle. Quando decidimos sobre o que queremos escrever, a linguagem, a estrutura, a escolha das palavras vão acontecendo naturalmente, porque cada conto é um pequeno milagre, que só existe desse jeito, dessa forma, com essas palavras, o milagre se faz sozinho, só nos resta, enquanto escritores, enxergá-lo e dar vida a ele. Montes de beijos!

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  8. Querida Contista,

    Peço licença para expor aqui minhas impressões, na intenção de refletir sobre este nosso difícil ofício de escrever, e, quem sabe, aprender um pouco mais com essa nossa incrível parceria.

    Neste desafio, resolvi comentar pensando no modo sencientes como o leitor (e não o crítico literário) perceberia uma história. Ou melhor, como meu eu-senciente percebe o seu conto. Ou seja, aqui comento mais com a emoção que com a razão.

    E por falar em emoção, seu conto roubou o meu coração. Um texto que brilha pela técnica, porém, mais que isso, que consegue deixar que o leitor entreveja a emoção dos personagens,
    mesmo em uma aparente frieza descritiva das cenas.

    Como uma câmera, a pena percorre a intimidade desses seres que, em um recorte de seu cotidiano, se deixam descortinar.
    Porém, para mim, o ponto alto do conto é a segunda parte, o período em que podemos observar o universo criado, a partir de um jogo com o ponto de vista de um cachorro. Este narrador-câmera, também uma terceira pessoa onisciente, permite que o leitor perceba aquilo que o cão sabe (ou sente) ou não sobre as pessoas e o mundo à sua volta, lançando mão dos sentidos aguçados do animal para, de certo modo, revelar aquilo que a câmera não vê, ou seja, o que vai por dentro dos personagens.

    Um texto no qual, percebe-se, a autora busca pela forma, pensando no modo como lapidar sua história. Um experimento que resulta muito bem sucedido.

    Como sugestão, penso que, embora o epígrafe com o helicóptero seja um ótimo texto, assim como a pequena cena da senhora que observa enquanto é observada (ótima jogada), estes dois parágrafos, muito provavelmente pela inexistência de outras histórias a compor o texto, soem um tanto deslocados.

    Mais uma vez neste desafio, o texto me parece uma parte de algo maior. Algo que, talvez, esteja nascendo ainda, mas que já surge com uma incrível força narrativa. Se não for assim, por favor, corra para escrever um texto maior sob esta perspectiva!

    Obrigada pela companhia em mais está deliciosa brincadeira que só nos faz crescer.

    Beijo imenso.
    Paula Giannini

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    1. Paulinha, amada! Muito obrigada por suas palavras tão lindas!
      Como disse aí em cima, esse narrador-câmera é muito inspirado em Lydia Davis e Gonçalo M. Tavares. O Gonçalo pedia que lessem seus contos sem refletir, sem sentir, apenas vendo o que o narrador-câmera mostra. Eu achava que isso não podia funcionar. Mas não é que funciona? Acabei me apaixonando! Rsrsrs. Peço desculpas mais uma vez pelo tamanho do conto, mas realmente acho muito difícil escrever contos com milhares de palavras. Rsrsrs
      Muitos beijos!

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  9. Antes de mais nada, parabéns pela participação no desafio.
    O conto aborda o tema proposto, há um sentimento de inadequação, de não pertencer à cena que o outro observa pela janela.
    O texto é direto, claro, preciso. Linguagem simples, objetiva, que me fez pensar em um script de filme. Tudo observado pelo narrador que muda o foco o tempo todo; da mulher para o cão, depois passa para o homem, volta para o cão, homem, cão, mulher, homem, cão. O ritmo da narrativa é bastante veloz e a leitura muito fluída. Nada cansa, tudo surpreende.
    Notei a abundância de cores:
    – a cidade mais cinzenta
    – sorriso amarelo
    – tapete azul
    – automóvel antigo, marrom-corroído
    – céu começa a tingir-se de grená e púrpura
    – O homem […] é grisalho
    – casaco verde
    – saco de papel pardo
    – xícara branca
    Interessante ser a última cor citada – o branco – a fusão de todas as outras. Bem, pelo menos é o que aponta a experiência com o disco de Newton – um disco colorido que quando gira em grande velocidade traz a composição da luz branca. E talvez seja isso que o seu conto, tão curto e veloz, queira transmitir. Os pequenos acontecimentos como as cores antes tão distintas em objetos e seres tornam-se todos vazios como a xícara branca. A velocidade da vida desbota as cores das nossas emoções?
    Há um jogo de olhares – a senhora observa pela janela a outra janela agora vazia. O homem grisalho chega apressado, mas ao olhar pela janela, só vê o vazio. Perdera o horário da revelação, o encontro de olhares anônimos. Uma bela composição de imagens.
    Sei lá, acho que dava para escrever um tratado sobre o conto, que nem é conto, é quase isso.
    Sugestão: aumentar o tamanho do texto, dando ênfase à dimensão da ânsia do encontro, à relação platônica que se revela entre tantas cores. Um belo recorte que merece maior desenvolvimento.

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    1. Claudia querida! Que bom ler seu comentário! Você percebeu muita coisa nesse conto. Que, aliás é conto sim, só que numa estrutura mais moderna ou até mesmo pós-moderna, inspirada em duas grandes feras da literatura, o Gonçalo M . Tavares e a Lydia Davis. Para vc conhecer um pouco mais sobre esse tipo de estrutura narrativa, caso queira, recomendo dois livros que acho bárbaros: Nem Vem (Lydia Davis) e Short Movies (Gonçalo M. Tavares).
      Sobre o tamanho, você tem razão. É curtinho. Mas eu tenho tendência a escrever pouco. Além do mais, o próprio conto – quando surge – define seu tamanho e forma. Não sei se é assim com todos, mas é comigo. É Le miracle, fazer o que? Rsrs
      Muito obrigada pelos comentários, muito precisos como sempre! Beijos.

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