exercício de distanciamento – sabrina dalbelo

distanciamento.

esse é um belo exercício, e não falo aqui de distanciamento entre as pessoas, mas das expectativas delas em relação à uma ação.

é entender que a gente age conforme nossos princípios, aprendizados, vivências e que, ao provocar uma reação exasperada no outro (que esperava algo totalmente diferente de nós), o foco não está em nós, mas naquele que “espera” algo, no outro.

minha primeira reação, como sempre, é o sofrimento: “poderia ter feito diferente, eu fiz errado, por que eu fui fazer/falar isso?

o “fiz errado”, o arrependimento, toma conta de mim.

mas deixando passar umas horas, talvez dias e, às vezes, meses, eu consigo olhar para trás, me distanciar da cena e ver que o outro esperava algo de mim – também a partir das suas próprias experiências e expectativas – que eu não daria. e aí consigo ver.

o outro espera o que dá.

cada um dá o que tem.

com isso, a equação não fecha pra ninguém.

que a gente sempre possa fazer esses experimentos de distanciamento para perceber que a gente erra muito, mas erra mais aos olhos do outro.

para mim ainda é difícil, mas eu continuo me esforçando.

brigar, xingar e ficar guardando rancor ainda são formas mais fáceis de viver, mas muito mais doídas e amargas, para todos.

com o tempo, a gente começa a confiar no tempo.

9 comentários em “exercício de distanciamento – sabrina dalbelo

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  1. Entendi seu dilema sobre ‘distanciamento’. Eis nossas dificuldades! Mas avançamos sempre no crscimento e na ‘arte’. Precisamos nos livrar dos ‘pré-conceitos interior’. Um bom exemplo é escrever sobre algo que não vivenciamos como, por exemplo, o conto erótico. Eu particularmente tenho grande aborrecimento, pois, resito em falar do não vivenciei. Mas prefiro me ‘ocupar’ de coisas mais tamgíveis. Sinto que a psinálise que fiz por mais de 20 anos(descontinuados), serviu-me muito. Hoje com 69 anos, 40 de advocacia, com um mestrado, curso de doutorado, pesecialização e muitos textos(2 publicados), sinto uma vontade imensa de ‘explodir’. O que me causa paralisação são os custos financeiros e o medo de nossos sonhos. Mas vamos em frente. Abraço, Assis Rondônia.

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  2. Há como distanciarmos de nós mesmos? Essas perguntas me afligem muito no dia de hoje “poderia ter feito diferente, eu fiz errado, por que eu fui fazer/falar isso?“ Hoje perdi minha cachorrinha, minha companheira e me pergunto o tempo todo se eu não poderia ter evitado esse desfecho. Só o tempo e o distanciamento serão capazes de amenizar a dor. Ótimo texto para nossa própria reflexão.

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    1. Vanessa querida,
      Que sua dor amenize logo.
      Talvez não consigamos nos distanciar de nós mesmos, não é, mas das cobranças, talvez.
      Um abraço!

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  3. Querida Sabrina,
    Demorei, mas aqui estou. Talvez no dia certo, fim de ano, momento de reflexão… Sinto-me sempre culpada com o que digo e faço. Por melhores que sejam nossas escolhas, as pequenas e as grandes, sempre haverá aquela bifurcação que nos permite ser melhores ou não. E isso não é nada fácil, não é? Talvez seja o sentido da vida.
    Ótimo texto que mexe com sua leitora.
    Parabéns, minha querida.
    Beijos
    Paula Giannini

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  4. Perfeito, amiga. Este texto muito me representa, constantemente me sinto culpada e sempre acho que fui eu que errei. Concordo plenamente com esta questão das expectativas, é muito difícil atendê-las. Nós mesmos criamos expectativas sobre nós mesmos que não coneguimos atingir. Obrigada pelo texto e pela reflexão. Beijos.

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