Só isso.
Apenas um já me deixaria satisfeita.
Um daqueles que abrasam o coração e dão força para seguir.
Há tempos tudo é marasmo, cinza e morno.
Não há piadas que me façam sorrir, nem tragédias capazes de me fazer chorar.
Sequei. Me abandonei.
Qualquer coisa para me tirar dessa inércia, para me arrancar desse limbo.
Algo que me toque a alma e cause algum espanto.
Que traga alguma expectativa.
Desejo ter um desejo.
Texto curto e com tanto significado. Melancólico, mas bonito. O final é interessante, apesar de parecer contraditório, já que desejar ter ao menos um desejo já seja ter um desejo… se a ideia foi criar este paradigma mesmo, beleza rsrs.
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Obrigada pelo comentário, a ideia foi mesmo criar esse paradoxo.
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Eu adorei, tão simples, tão solitário e honesto.
A beleza está na simplicidade.
Adorei teu texto, Contista! Eu não mudaria nada, me pareceu uma epígrafe de um grande livro, sabe.
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Grata pelas palavras gentis! Quem sabe não acaba se tornando mesmo uma epígrafe de algo maior?
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“Sequei”
Só isso já diz tanto! Porque não ter desejos é mais do que perder o foco, é meio que morrer sem estar morto; é ser deserto de sentido. O coração da gente é uma casa que não pode ficar vazia. Não ter desejos é como não ter alma – anima, néfesh -, aquilo que nos dá vida, que nos enche de ‘ser’.
Não sei definir o texto – se é um miniconto, um poema, o resumo de algo maior -, mas gostei. Porque é muito direto e, ao mesmo tempo, também tem essa coisa mais subjetiva, nas entrelinhas.
Parabéns pelo texto.
Abraço!
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Obrigada pelo comentário tão pertinente. Abraço!
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A sua lótus, como a flor que nasce na lama, quer dela sair e renascer. O discurso da personagem entrega que está em com depressão ou apenas desanimada e, não vendo graça em nada, já perdeu todas as expectativas. Sequer um desejo tem. O desejo então é voltar a ter objetivos, sonhos, um desejo que a fizesse querer viver novamente.
Melancólico, curto e inteligente. Disse tudo.
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Sim, isso mesmo. Embora haja uma grande tristeza na vida da personagem, ainda resiste um fio de esperança.
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Olá, Contista!
Uma narrativa confessional que, apesar de expor toda a sombra que parece estar em toda a parte, traz um vislumbre de esperança, no desejar ter um desejo, tal como a lótus, que nasce do aparente caos, da lama, mesmo.
Sair da “lama” e crescer. Seu texto é forte e significativo.
Acho que pode-se pensar nele como o início de um livro, introdução, nessa pegada.
Feliz 2023, que você consiga ter o desejo atendido ❤
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Obrigada pelo carinho e pelas dicas!
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Querida Contista,
Feliz 2023.
Cheio de melancolia e um flerte com a poesia, seu texto traz como tema a depressão e a inércia. A aridez da alma que vem aqui representada pela palavra “sequei”.
Para além disso, no entanto, cumprindo perfeitamente a proposta do desafio, seu conto traz um desejo. O desejo de ter desejos, e assim, voltar a viver verdadeiramente, cheia de sentimentos.
Um ótimo texto que bem renderia algo de maior fôlego, ainda que tenha ficado excelente neste formato mais curto.
Aqui, gostaria de chamar sua atenção para o início:
“Só isso.
Apenas um já me deixaria satisfeita.
Um daqueles que abrasam o coração e dão força para seguir”.
Perceba que o leitor, se não souber o tema do desafio, ficará imaginando do que se trata e é aí que reside a maestria de um bom texto.
Beijos
Paula Giannini
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Grata pelas belas palavras e observações. Beijão!
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A ausência de desejos, de algo que impulsione, que dê forças para seguir, para se levantar pela manhã. Triste. Será a depressão? A apatia, a falta de sentido em tudo. Em poucas palavras, seu texto disse muito. O desejo de ter um desejo, só um. Tocante!
Parabéns pela participação curta e precisa.
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Obrigada. A intenção era trazer um fio de esperança, mesmo em meio a depressão da personagem.
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O desejo é o motor da vida, o que nos move. Como a ausência de movimento é a morte, a ausência de desejo sinaliza uma depressão paralisante. Seu texto é curto, direto e muito sentido. Gosto muito do trecho “Não há piadas que me façam sorrir, nem tragédias capazes de me fazer chorar. Sequei”, o deserto da depressão aqui surge com força. O fecho sinaliza o desejo de mudança, nem tudo está perdido. Desejo um ótimo ano, querida contista, de muitos desejos, realizados ou não, o importante é desejar. Beijos
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Desejo igualmente a você um ano de muitos desejos e realizações!
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Querida colega contista,
Há momentos em que desejar ter um desejo basta para o renascimento. Parabéns pela forma e temáticas presentes em sua prosa.
Abraços,
Amanda
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Obrigada, Amanda!
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Traduziu tudo o que eu sinto, tudo! E estou esperançosa de que este ano eu consiga ter pelo menos um desejo, e mais que isso, espero poder conquistá-lo: voltar a escrever e ler. Peço licença para a autora, depois que for revelada a autoria, se eu poderia escrever este texto na primeira página da minha agenda 2023? Abraços e feliz 2023. ❤
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Que tocante, Vanessa!
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Espero que você tenha seu desejo e a realização dele. Ficarei honrada em estar na sua agenda! Abraços.
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Olá, Contista!
Uma narrativa confessional que, apesar de expor toda a sombra que parece estar em toda a parte, traz um vislumbre de esperança, no desejar ter um desejo, tal como a lótus, que nasce do aparente caos, da lama, mesmo.
Sair da “lama”, e crescer. Seu texto é forte e significativo.
Acho que pode-se pensar nele como o início de um livro, introdução, nessa pegada.
Feliz 2023, que você consiga ter o desejo atendido ❤
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Obrigada pelas palavras, sinto que a intenção do texto de ser um vislumbre de esperança se cumpriu. Abraços!
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