Este ano vou comer muitos doces.
E telefonar todos os dias para os meus filhos. Para o meus pais.
Vou aprender a nadar. E a dançar.
Este é o ano para ficar bonita. Então, vou comprar um suéter.
E vou usar.
Vou viajar para um lugar bem frio só para poder usar o suéter.
Mudar a cor do cabelo. E cortar. Bem curto.
Raspar
Arrumar os dentes.
E usar aquele cupom de desconto que está vencendo.
Depilar as axilas. E o buço. Talvez a virilha se o bolso aguentar, para nunca mais nascer pelo em locais que, só a natureza sabe o motivo de ter inventado.
E vou latir.
***
A primeira vez foi no parquinho, éramos pequenos, você jogava areia no baldinho com aquela pazinha de plástico, azul e tão maior que a minha. Tudo em você era interessante, aquela pá imensa, o modo concentrado como virava o balde já cheio, em um movimento preciso formando castelos que, ao contrário dos meus, resistiam perfeitos e em pé, e sua babá – sim, você tinha uma -, atenta e impecável, descascando frutas que trazia para sua recusa, uma a uma, espetadas em palitinhos. Já eu, tinha a mamãe. Distraída, coitada e tensa, não sei. O que eu poderia saber? Naquele tempo, não sabíamos nada. Nem eu, menos ainda você que, além dos castelos e das frutas só tinha olhos para uma coisa fora da caixa de areia. Você tinha um cachorro. Eu não. Apaixonei-me imediatamente, se é que isso é algo possível para uma criança de três anos. Fato é que, sim, encantei-me, acho que sim, por aquele garotinho que, naquele instante catava as mangas à milanesa do chão, oferecendo-as ao seu cão. Caí de febre, garganta, minhas amigdalas atacam sempre que fico desconfortável, até hoje. Mamãe julgou serem as mangas…
***
Este ano, vou aprender uma língua.
Duas.
Virar poliglota.
E viajar para vários lugares só para poder usá-la.
A língua.
Vou plantar sementes até que germinem, acompanhando seu desenvolvimento e registrando tudo em um diário.
Tirar fotos.
E visitar os meus pais todos os dias, minutos são joias tão preciosas.
Vou beijar na boca de quem amo para ver se reacendo o fósforo.
Comprar fósforos.
E acender a lareira.
A fogueira.
E regar as flores todos os dias.
Ficar novinha. Uma nova versão de mim para garantir que a segunda metade da vida há de durar. O segundo terço… Não sei.
Depois de raspar, deixar os cabelos crescerem. Bem compridos. Grisalhos.
E esperar que o tempo seja generoso e me dê um pouco de si.
Fazer ginástica.
Aprender a dizer não.
E comprar um cadeado.
***
Parece mentira, eu arranquei o cadeado que tinha o nome dela e a ponte caiu. Simples assim, em um minuto eu estava lá, no topo, no seguinte, 40 toneladas de trancas se amontoavam sobre mim, escombros retorcidos de ferro, concreto e amor. O amor pesa e meu peito esmagado foi prova disso. Amaldiçoada seja a hora em que pintei o dente de preto, desenhei um fino bigode e me vesti de caipira para dançar naquela quadrilha onde a única prenda que me restou foi aquela comprida de aparelho nos dentes e pintinhas nas bochechas. Maldita hora. “O chapéu quase não coube em sua cabeça maromba…” Foi a saudação da dama na hora do cumprimento dos cavalheiros. Foi ódio a primeira vista. Trinta minutos depois, lá estava eu, trepando na caixa de maçãs a fim de alcançar a comprida, encostada ao muro caiado atrás da igreja. “O ódio jamais me impediu de trepar.” Um beijo sem jeito. O segundo francês, ela me ensinou minutos antes de estalar um tapa em minha mão irrequieta. “Aí não! Quem foi que lhe deu confiança?” Foi o veredicto precedido de vaias e de uma chuva de caroços de pipoca, da molecada de camarote em cima da ameixeira. O resultado? Os joelhos ralados e a certeza da exatidão do que meu pai sempre dissera. “Quem é que entende as mulheres?” Levantei-me limpando o orgulho, na certeza de nunca mais encontrar a comprida. Afinal, quem queria revê-la? No ano seguinte lá estava o caipira, penugem natural no buço, chapéu dois números maior. E de tocaia, atrás da barraca do beijo.
***
Mudar de casa.
De cidade, de país.
Jogar fora o excesso.
Doar as roupas que já não cabem, as decorações que jamais pendurei, as quinquilharias guardadas sob o pretexto de que um dia seriam úteis.
Não são. Nunca foram.
Não para mim.
Pintar as unhas de vermelho.
E fazer alongamento.
***
Desaguava sem parar e há três dias. O tratamento, parecia-lhe agora, era, por incrível que pudesse ser, terrivelmente mais daninho que a própria doença. Doía, mas não o suficiente para derrubá-la. Era guerreira e venceria de pé e com o sorriso estampado no rosto, ainda que o precisasse tatuar. Tentaria de tudo. Iria ao inferno e retornaria tantas vezes quantas fossem necessárias para voltar a ser ela mesma. Viva, alegre e com aquela vasta cabeleira cacheada, única inimiga contra a qual lutara durante toda a vida. Ou ao menos até seis meses antes. Puxou a descarga e apalpou a pia buscando o enxaguante bucal. Estava vazio. Perdera a conta do número de vezes que repetira o ritual naquela noite. Do banheiro para a cama. Uma. Da cama para o banheiro. Duas. E dali para o vaso sanitário onde desaguaria o cheiro acre de sua própria natureza, disfarçado, em seguida, pelo sabor da menta. Dez vezes. Vinte. Buscou a alternativa, pasta de dente na ponta do indicador para evitar o dano das cerdas nas gengivas sensíveis. No espelho, aparentar ser mais velha lhe pareceu uma artimanha da morte. Ilusão a lhe roubar e acelerar o tempo. Enfureceu-se. Péssima jogada do anjo negro e sua foice. O jogo mal havia começado.
***
Parar de comer carne.
E fazer Yoga.
Aprender a calar.
Escutar mais. Os outros. A mim mesma. Principalmente a mim mesma.
E decorar a casa com flores.
Escrever para quem amo. Um a um. Sem pressa. Sem arrependimentos.
Dizer verdades a uns.
Dizer mentiras a outros.
E rir com a maioria deles.
E aprender a jogar fora as horas.
***
9 em ponto e eu abro os olhos. É assim. Todos os dias ele. E há muito tempo… O torturador não perdoa sábados, feriados… É implacável. Exato. Pontual. Nem um segundo a mais ou a menos. 9 em ponto. Eu abro os olhos e encaro o maior de todos os meus inimigos. Meu próprio cérebro. 9 O número de meses de gestação de um ser humano. Eu preciso acordar. Colocar o pé direito no chão e me levantar. 9 com mais 9 = 18. Número cujos algarismos somados resultam em outro 9. E após o primeiro passo, arrasto os pés até o banheiro sem fazer barulho. 9 vezes o número 9 = 81. Cuja soma o faz, mais uma vez, resultar em si mesmo. Eu me esforço para respirar e lavar as mãos repetidas vezes. Uma… Duas… Três… Oito… Só a oitava lavagem consegue me impedir de ir em frente até ferir a pele dos dedos. Eu não seria capaz de chegar ao 9° e, quem sabe, derradeiro ritual. 9. O número de renas no trenó do Papai Noel. Minha avó não seria capaz de intuir o terrível dano que essa informação me causaria anos mais tarde. Coitada… De quem? Sua avó? Não, de mim mesma… Entendo. 9. Foi assim que ele me pediu em casamento. Não com uma, mas várias alianças trabalhadas em diferentes padrões. Tão finas e delicadas que, reunidas, formavam uma única e bela joia. O anel, bem maior que a circunferência de meu anelar, precisou ser colocado no polegar para não cair e se perder. Nós podemos realizar a troca… A loja se dispôs prontamente. E, embora eu ainda não adivinhasse a danação desse número em minha vida, talvez entrevendo o futuro, resolvi recusar educadamente. Não o pedido, claro, mas a troca do acessório que me acompanharia até o dia de hoje. 9. Coloco a pasta de dente da direita para a esquerda. Depois abro e fecho a torneira repetidas vezes até me dar por satisfeita e só então escovo os dentes. Exausta. E me olho longamente no espelho. No que foi que eu me transformei, meu Deus? Mas Ele não parece muito interessado em me responder. Quem? Deus, doutora… A senhora está me acompanhando? Deus não lhe responde. Hoje cedo, passarinhos insistentes e monocórdios interromperam meu ritual. Era o sinal de meu celular avisando que eu tinha uma nova mensagem. Eu precisei lavar as mãos outras tantas vezes, antes de tocá-lo. Depois de manusear o aparelho, preciso colocá-lo na exata posição inicial. E voltar a me lavar. Do que é que eu me limpo, senhor?
***
Limpar o celular.
Organizar o computador.
E a gaveta de calcinhas.
Cortar a grama. Está imensa.
E terminar de ler aquele livro que amo. Onde será mesmo que ele está?
Organizar uma biblioteca.
E levar as crianças para tomar sorvete. E ao parque.
Segurar a mão de quem amo. E abraçar. Várias vezes por dia.
Tomar sol. Vitamina D.
Voltar a correr. Na praia.
Não moro mais na praia.
Voltar a morar no mar.
Ou comprar uma piscina de plástico.
***
A primeira vez que eu morri foi aos 5 anos. Eu ainda não sabia nada sobre essas coisas de experiência de quase morte, suicídio, catalepsia ou dor. Tudo que eu queria era mergulhar na piscina, andar na prancha e saltar espalhando a onda para todos os lados. O problema era justamente esse. Eu não sabia nadar. E afundei bebendo água e cloro enquanto descobria que era doloroso respirar ali. Meu grito naquele ambiente, fez emergir uma imensa bolha de ar. E me debati, batendo as pernas como vira minha prima fazer. Lembro de ver o sol sobre minha cabeça ondulando do lado de fora, e da explosão de cores antes do indescritível prazer, e do tubarão nadando ao meu encontro. Só bem mais tarde soube que ele, o tubarão, era o meu pai que me ressuscitava aos prantos e socos no peito. O resultado. Duas costelas trincadas e a memória que me acompanharia pelo resto da infância. Minha experiência de quase morte.
***
Fazer contagem regressiva.
E vestir branco.
Correr para a praia pois, já estarei morando no mar.
Ou para o rio.
Adotar um cachorro.
E um gatinho.
E terminar as coisas que começo e nunca, nunca termino.
***
Dez segundos antes, é o silêncio. Um flutuar no limbo como a tomada de ar necessária antes da libertação do grito, antes da explosão de luzes e estrondos que faz correr os peixes e calar os bichos, e que agita os pés humanos em direção ao futuro. E às águas. É euforia. E é esperança. E é quase meia noite. Em breve, eles vão contar de dez a zero. E vão correr. Vão brindar. E se abraçar. E hão de pular sete ondas me endereçando desejos e, por vezes, presentes que me chegarão aos borbotões. São barquinhos coloridos e à deriva, com velas acesas que daqui, do fundo de meu mar, fazem lembrar estrelas bruxuleantes. São pedaços de oração, garrafas de cidra, perfumes baratos, chocolates, colares de contas e conchas, maçãs, uvas. São pedidos de amor, de saúde, de paz. E de prosperidade. De prosperidade. De prosperidade. É quase meia noite. Todo ano termina igual. Ou começa. Desejos são um tipo de alimento que faz com que o ser-humano consiga seguir em frente. Se conseguem? Alguns, sim. Outros, sobrevivem apenas… Até o próximo ano. Ou pedido.
***
Ganhar na loteria. E abrir uma ONG. Várias.
Jogar na loteria.
Escolher os números.
E acreditar.
Vou ao cemitério visitar os meus. Talvez a uma igreja. Alguém que me possa apontar o caminho do mapa para onde eles foram.
E terminar meus textos, mesmo que não goste daquilo que começo.
E escrever poesia.
Se é que isso é possível.
***
onde é o tempo?
quando ele volta?
me diz, amor, como faço?
pra você voltar pr´o ninho…
***
Se um viajante em uma noite de verão – Ítala Calvina
Vontade até de escrever um palavrão de tão maravilhoso que é seu texto. Os palavrões me vêm quando é pra elogiar também, engraçado isso. Adorei a forma como alternou os textos mais curtos, em listagens, com os outros mais longos. Cada um levando a um lugar e a um tempo, talvez aí esteja o viajante do título.
O título me incomoda, é tipo Sê, de “seja” tu? Ou uma divagação na condicional?
Comecei me identificando, pois costumava fazer estas promessinhas de final de ano, as quais nunca realizava. Hoje nem faço mais. Muito bom. Terminar com vou latir foi ótimo kkk.
A segunda parte, da praia foi a que mais amei.
Fiquei confusa com a parte da festa junina porque foi o único texto onde identifiquei a voz masculina, mas continua na primeira pessoa. Alguns não deixam claro se o narrador é homem ou mulher, mas alguns são claramente na voz feminina. Este saiu do balaio.
O final é a última volta da chave de ouro. É genial. Amei.
a primeira vista – à primeira vista
“O ódio jamais me impediu de trepar.” – aqui foi uma fala ou um pensamento?
O segundo francês – não entendi rsrs
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Obrigada, querida, pela leitura, pelo empenho e pela organização. Você é maravilhosa.
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Que ideia maravilhosa essa de entremear pequenas histórias nessa imensa lista de desejos. Cada mini história tem assunto pra um romance, amada. Arrisco dizer que seu maior desejo é escrever e escrever e escrever. Amei seu texto. Quero mais! Beijos
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Amiga, também quero!
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Fluxo de pensamento que vai deslizando e se cruzando em outros espaços e tempos, trazendo novas promessas, talvez desilusões, tudo junto e misturado. Texto denso, quase palpável, palavras ditas, malditas, benditas – o que for, que sejam lidas.
A leitura prende, faz mergulhar em um mundo que não se explica, mas convida a mais um mergulho, e outro, e outro, e outro… Nem sei mais quem sou após enfrentar este conto. Só sei que gosto. De tudo.
Parabéns pela densa participação no desafio.
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Oi querida, me descobriu dessas vez? Obrigada por seu carinho.
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Deixei seu conto para ler e comentar por último, porque sabia que seria intenso.
Pelo título do texto e o pseudônimo você se remete diretamente ao livro “Se um viajante numa noite de inverno” de Ítalo Calvino e isso já dá um peso enorme ao texto.
Entretanto, você faz jus a suas escolhas de intertextualidade e desenvolve o texto com maestria.
A única parte que eu achei que destoou um pouco foi a da festa junina, achei que ficou perdida ali no meio das outras.
Parabéns pelo texto maravilhoso! Você é fera!
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Obrigada, querida, por ler e comentar com tanto carinho.
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Quem não faz listas de ano novo? Bem… faz um tempo que não faço, mas não é esse o caso. Essas listas interligando as histórias me parecem bem um respirar entre um e outro causo, não menos reflexivas, por certo. A coisa toda está nas entrelinhas das listas. Eu li e já fui definindo a pessoa que escreveu tal lista e suas características, possíveis histórias por trás dos itens.
Com relação ao título, referenciando Ítalo Calvino, achei bacana, mas acima disso, o conto me lembra muito o que o próprio Calvino trabalha em seu livro, essa coisa dos textos tradicionais, de como tudo está se desorganizando no mundo literário (não sei se isso é bom ou ruim) e de como é importante buscar a construção que faça sentido para o leitor. Seu conto trabalha, não sei se propositalmente ou por pura coincidência, uma estrutura diferente, contemporânea – o que Calvino fala sobre os romances tradicionais, não é? Porque os leitores de hoje, não conseguem – eu vou usar um termo de arte, aqui – fruir um texto muito longo e estruturado, um daqueles textos que chamamos ‘denso’. O mundo de hoje exige velocidade, leveza, algo que, talvez, implique na pouca profundidade da construção literária. Enfim… Deixa eu parar de divagar, aqui, porque seu texto, apesar de ser veloz e leve, não é, de forma alguma, raso.
Eu gostei do entrelaçamento das histórias, dos sentidos que encontrei em cada uma das partes, da profundidade que deu a cada uma delas. Parabéns!
Abraço!
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Obrigada, querida, pelo comentário tão embasado e generoso.
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Interessante proposta. Uma história – Planos – Outra história – Outros planos… e por aí vai. Gostei de tudo. Tenho preferidos. A moça da quimioterapia, a experiência de quase morte, o relato de Iemanjá, a brincadeira com um nove (também faço uma, depois te conto. aprendi por causa da minha mania doida de somar números de placas de carros. Adorei os planos da que queria latir. Vc faz vários mergulhos que resultam em uma miscelânea de vivências cada uma com sua dose de emoção. Como disse a Francine, você é fera. Quer ser minha amiga?
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Quero simmmmm! Obrigada por suas doces palavras.
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Querida colega contista,
Parabéns pelo entrelaçar de histórias e pelo uso inteligente da intertextualidade!
Seu texto gera em mim vontade de mudança.
Abraços,
Amanda
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Obrigada, querida, por ler e comentar.
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Várias pessoas, vários tempos, mas uma coisa não muda: as promessas de ano novo, o desejo de mudança, de melhoria. Mais importante que a intenção é a ação. Espero que os desejos sejam realizados. Abraços e feliz 2023. ❤
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Obrigada, querida, desejo o mesmo para você.
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Olá,
Vários momentos, como uma vida sendo apresentada em fragmentos, intercalados com a lista de desejos, de tantas formas, de tantos sentimentos.
Esse é um texto escrito por quem tem fôlego para romance, é bastante imaginativa, tem um ótimo vocabulário e condições de criar personagens.
Um texto riquíssimo.
Obrigada
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Que venha o romance, amém. Ahahaha
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Olha…Contista, você é #od@!!
Eu li num folêgo só, sentindo, quasemevendo ali, nas cenas, e sim, lágrimas rolaram dos meus olhos, porque esse é um daqueles textos que tocam a alma, escrito por alma profunda, tão rica de anseios, vivências, esperanças, tristezas, também…
Que riqueza!
Parabéns!!
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Minha querida amiga…
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