Paraense, natural de Marabá. Sempre escreveu, mas nunca verdadeiramente pensou que poderia…escrever. Leitora conformada e apaixonada, as histórias? somente em sua mente, presas em um labirinto de possibilidades, tímidas – até que não eram mais. Dentre todas as possibilidades, nunca se viu uma contista, pelo contrário, até torcia o nariz. Mas foi através deles que enfim sua primeira história ganhou começo, meio e fim. Poderia se definir como uma escritora pé no chão, modesta na escrita, mas absolutamente ciente de sua capacidade de criar. Nas horas em que não está imaginando, trabalha e estuda como uma formiga operária qualquer nesse BraZil surreal. Espera que um dia, não tão tão distante, possa mostrar muitos outros começos, meios e fins.
Autorretrato
Acredito que levo o termo “ não gosto de falar sobre mim’’ a outro nível. Vou tentar, mesmo que superficialmente.
Sou a caçula de três irmãos, Amandinha até hoje. Paraense, aqui nasci aqui permaneço, mesmo que tenha uma vontade imensa de descobrir novos horizontes – de preferência um em que o sol não faça hora extra.
Vivo a margem de mim mesma, pois sei que se me aprofundar demais corro sério risco de afogar-me. Tenho um medo terrível do futuro, então me desespero constantemente quando olho para trás e vejo que ainda estou no porto de partida.
Por alguns anos me deixei levar pela apatia, não lembro direito dos últimos…cinco anos, talvez mais, aliás, sinto-me tão lesada pelo tempo que gostaria de poder prestar uma reclamação formal por esse desperdício. Não lembro, não vivi, não senti…então nem deveria ser contabilizado no relógio que marca minha jornada nesta vida.Tenho medo de piscar e, de repente 30,40,50 e ainda estar com essa mesma sensação. Mas sigo aprendendo.
Sempre gostei de absorver histórias, até mesmo de uma forma exagerada. Lia um livro em um dia… vários em uma semana. Não estava tentando quebrar nenhum recorde, era somente a vontade constante de embarcar na mente de outras pessoas, ou mesmo constatar como a realidade fica tão mais impressionante e instigante na ficção. O dia a dia , o romance, o drama se torna algo fascinante – o horror geralmente causa o mesmo efeito.
Leio de quase tudo, tenho preconceito com livros de auto ajuda. Comédias românticas e romance históricos são capazes de me tirar de qualquer ressaca literária. Sou facilmente seduzida por um bom clichê. ( Já comprei livro de banca escondida)
O primeiro livro que li, pelo menos em minha lembrança foi um chamando Brinquedos da noite que ficava na biblioteca da escola, e de lá não parei mais. Já li todos os livros lançados de Dan Brown, os clássicos como Orgulho e Preconceito e Jane Eyre são o tipo de história que eu queria não ter lido, só pra ter o prazer novamente.Tenho constantes ataques de riso lendo Sophie Kinsella e não tenho vergonha de ter acompanhado Crepúsculo do começo ao fim, mesmo que hoje eu não encontre muitas qualidades para apontar. Harry Potter abriu uma porta que nunca mais irá se fechar. (Acho que se continuar a falar sobre livros e autores esse autorretrato corre sério risco de ficar gigante).
Possuo uma variedade de histórias jogadas no limbo e tenho receio de nunca conseguir tirá-las de lá. Viajo em tudo que leio e me vejo nelas, mas não consigo o mesmo nas que escrevo, há um distanciamento… como se eu não fosse convidada.
Um belo começo de dia pra mim é quando acordo e vejo que o sol está escondido nas nuvens, o vento é frio e a chuva iminente. ( Acredite, sentiria o mesmo se vivesse nesse pedacinho de brasil, aqui)
Gosto de assistir séries, sobretudo aquelas despretensiosas e ousadas, meu gosto musical vai desde RBD até System Of a Down.
O brasil tem me assustado bastante culturalmente, politicamente e ideologicamente, tá tudo tão errado! Hipocrisia e o novo politicamente correto me tiram do sério com muita facilidade.
Sou mais de ouvir do que falar, tenho opinião formada sobre poucas coisas, mas tenho opinião sobre quase tudo. Sou cristã, mas não me oponho em explorar todos os caminhos que levam a Deus. Não é tolice pensar que diante de tantas diferenças a estrada de tijolos amarelos é apenas uma?
Tenho plena consciência dos meus defeitos e pecados, mas isso não me impede de cometê-los.
Desapegada, afetuosa e indiferente – se é que isso é possível. Gosto da solidão, acho que ela é mal interpretada, ficar só é bom, mas nunca no escuro. Não gosto de holofotes nem de ser assunto.
Gosto de dançar e cantar, mesmo que me falte talento para ambos.Tenho o hábito de falar e escrever com sotaques que não tenho.
Em resumo, digo que sou uma escritora aspirante que tem o desejo de se aperfeiçoar, ao mesmo tempo que muita dificuldade de concentrar-se nisso. Sou um ser humano tentando achar a saída para esse gigantesco labirinto.
Há vantagens em ser invisível.