Iolandinha Pinheiro

Iolandinha Pinheiro  é escritora amadora, cearense, advogada e mãe de adolescente. Gosta de escrever contos mas também escapa pelas veredas das poesias. Mora em Fortaleza, ama livros, filmes e conversas em cafés com amigos. Também gosta de desenho e culinária. Contos de terror e suspense são os seus preferidos. Seus melhores amigos são outros escritores e, vivendo neste mundo de trocas, aprende, ensina, se realiza.

Autorretrato

67464_1347811270431_5075623_n - Copia

Sou uma pessoa simples. Gosto de gente de verdade, de sossego, de beijar meu filho, e de cozinhar para os outros. Adoro ficar em casa e receber os amigos. Tenho uma família maravilhosa, e um homem lindo que me ama. Já vivi mais tempo do que ainda tenho para viver, mas me sinto uma menina e nunca quero deixar de me emocionar com coisas que são invisíveis para a maioria.

As minhas lembranças mais antigas são do início dos anos 70, quando a nossa família era bem menor e meus pais mal haviam passado dos trinta.

Eram dias de assombros e descobertas, num universo minúsculo povoado de histórias de princesas e parlendas contadas na cozinha enquanto os bolos assavam. Um mundo com crianças, bonecas, livros, e aqueles disquinhos coloridos com contos de fadas encurtados e mais apropriados para crianças, segundo a filosofia Disney de entender a infância.

Depois mudamos para um bairro novo. Um lugar que nascia à medida em que a cidade se expandia em engrenagens urbanas ainda tranquilas.

Quando chegamos lá, a rua era um grande canteiro de obras com a nossa casa no meio. Lembro de ter de aposentar meu companheiro velocípede, porque de frente para nossa casa havia um areal vermelho que afundava as rodinhas do brinquedo. Papai, cheio de compromissos com a casa, foi ao centro e voltou com uma bicicleta novinha. Só consegui andar nela sem apoio muitos anos (e quedas) mais tarde.

A literatura sempre fez parte do meu mundo, mamãe era professora de Português e recebia com regularidade pacotes de livros das editoras, para que os indicasse aos seus alunos, e nós, suas filhas, nos deleitávamos lendo cada um deles.

Eu imergia de tal forma naqueles universos que acabei me apaixonando por um personagem, e por muito tempo me interessei por homens que lhe imitavam os traços, até que encontrei um tão parecido quanto diferente, mas isso é uma outra história.

Ler era um vício. E por muitas vezes troquei passeios e namoros pelo prazer de deitar na minha rede e curtir uma deliciosa história.

Quando comecei a escrever, as leituras dos escritores conhecidos foram trocadas pelos contos dos colegas. Hoje eu só queria que os dias tivessem o dobro do tempo para que eu pudesse incorporar à minha rotina pelo menos um décimo dos livros que já comprei, e ficam em vários cantos da casa, esperando a minha atenção.

Fazendo um balanço da minha vida, acho que hoje eu sou o resultado de muito estímulo, uma grande sorte de ter nascido entre pessoas que amavam livros e a vontade de mergulhar neste mundo onde outros mundos são criados e vividos.

Acho que precisaria de muitas vidas para fazer tudo o que tenho vontade, não as tendo, transformo minhas aspirações em personagens e tramas de histórias que perpetuam o muito de mim que deixo em cada uma delas.

Escrever é experimentar o poder da criação, um pouco da centelha divina que brilha em cada uma de nós: As Contistas.

Contos da autora no blog:

– A Vida Sem Dora –
– Sortilégio –
– Sobre Mistérios, Um Gato Amarelo e Borboletas –
– Uma Prece Para Maria –
– Ausência –
– Angústia –
– O Gato Merwel –
– O Livro de Jonas –
– Regras do Mercado –
– Era Uma Vez Um Macaco Chinês –
– Las Contreras –
– Presságio –
– História de Fantasma –
– A Casa dos Mil Lamentos –
– Varal de Lembranças –
– Cova de Lama – 
– Flutuação – 
– A Gang do Clube do Tricô – 

Crie um site ou blog no WordPress.com

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: