Neusa Maria Fontolan

Nascida e criada em São Paulo, divorciada, mãe de quatro filhos e avó de cinco netos. Eu sou apenas uma senhora sem estudo e sem eira nem beira, mas adoro ler e criar histórias. Então, como sou muito intrometida e teimosa, eu me enfio no meio de vocês para poder aprender sempre mais e mais, e olha que em matéria de escrita eu aprendi muito mais nesses últimos 2 anos do que nos meus 63 anos de vida.

Autorretrato

Quem sou eu?

Eu e meus irmãos crescemos sempre em fuga, juntamente com minha mãe, isso para escaparmos da violência doméstica. Mas por mais que nos escondíamos, ou em qual cidade fosse, meu pai sempre nos encontrava.
Conseguimos nos desvencilhar dele quando na idade de 15 anos, eu sou a mais velha. Eu o enfrentei com a cara e coragem, quando ele avançou para me bater, meu irmão (com 14 anos) se pôs na frente e fomos dois a enfrentá-lo. Com a ajuda da polícia conseguimos sair de casa levando alguns pertences e começar uma nova vida, dura, muito dura, mas sem violência.
Sei que coloquei um drama aí, não queria que fosse assim, mas tudo isso é só para vocês entenderem a razão de eu ser tão leiga na escrita (é o que me faz mais falta hoje). Então não tive o mesmo ambiente que muitas de vocês, leituras de histórias na infância, alguém te incentivando a escrever e ler, mesmo porque meus pais eram analfabetos. Peguei em um livro para ler só depois de casada, isso porque meu ex-marido tinha o costume de ler.
Enfim, casei, tive quatro filhos, fui feliz e infeliz também. Separei-me depois de 22 anos de casamento e recomecei uma nova vida ao lado dos meus filhos.
Sempre inventei histórias em minha cabeça, e em uma noite do ano 2010 eu estava deitada, viajando com meus pensamentos, quando falei a mim mesma “não é admissível que eu morra sem contar ao mundo essas histórias que rondam meus pensamentos, esses personagens que ficam sussurrando em meu ouvido, pedindo para que eu lhes de vida”. Levante-me, peguei um caderno velho e comecei a passar para o papel minha primeira história. Minha irmã que sabia um pouco mais do português que eu, se prontificou a ler, e foi corrigindo as palavras que ela via erradas, eram muitas mesmo, para vocês terem uma ideia eu escrevia congelar com j, camisa com z, e outras coisas mais. Mas aí eu estava totalmente fisgada, queria de todo jeito colocar no papel minhas histórias, mesmo porque minha irmã adorou e me incentivou. Apesar dos meus filhos terem estudado, eles não tinham tempo e nem paciência para me ensinar. Um dia, minha filha mais velha chegou em mim e falou “Mãe, o governo dá um curso de iniciação a computação, aqui perto tem um, você podia fazer e escrever no computador, ele corrige as palavras erradas e você aprende, com isso poderá escrever suas histórias”. Foi um grande passo para mim, e comecei a aprender e escrever sem parar.
Um belo dia, eu estava de bobeira no face e dei de cara com o Entrecontos, mandei minha solicitação para entrar e o Gustavo me aceitou, mas até aí eu nem sabia o que era um conto. Só para testar e ver no que dava, peguei um trecho de uma das minhas histórias e mandei pro off desafios, tive a grande sorte do Fabio Baptista ler e corrigir, não sabem a minha alegria e como fiquei agradecida a ele, desde então ele me ajuda e muito mesmo. Progredi muito, mas ainda não estou apta a ser chamada de escritora, mas continuo aqui, perturbando vocês e extraindo o máximo do que vocês podem me ensinar. Tenho que passar para o papel essas histórias, tenho muitos personagens sussurrando em meu ouvido, pedindo para ganharem vida, chegam até a brigar para serem os primeiros da fila.

Com a ajuda de vocês, acredito que vou conseguir, amo vocês.

Beijos.

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