
Luciana Merley
Mineira, nascida nos anos 80 (bem no início), ex- Enfermeira, ex- Professora. Calma! Tem marido, 2 filhos, é microempresária e escritora (antes que você pense que a vida dela é feita somente de EX’es coisas).
Escreve contos e microcontos com maior frequência e arrisca crônicas quando a indignação não cabe na ficção. Publicou um romance sobre a vida de imigrantes (Nações Invisíveis) e um livro de poesias (Missão Poesia) pela Amazon KDP.
Criou e gerencia a página Brasil de Leituras no Facebook, destinada a incentivar a prática da leitura.
Auto retrato
Sou uma millennium que nasceu na roça. Vivi sob luz de lamparina até os 9 e vi TV colorida em casa apenas na copa de 94 (que ganhamos). Ouvi rádio novelas, rebobinei fitas K7 e só liguei um computador no ano 2000. Logo, não sou uma millennium coisa nenhuma. Nasci em São Félix de Minas (uma roça amorroada, linda e fresca, que não é Governador Valadares). Sou temporona, caçula de nove (5 mulheres e 4 homens). Vivi até os 17 anos com a família no sítio e cursei escola pública da primeira série até o segundo grau. Mudei-me muito a contragosto para a selva de Belo Horizonte em 1999 e ingressei num cursinho pré-vestibular comunitário e barato, uma verdadeira bênção criada pelos alunos veteranos da UFMG. Ingressei no curso de Enfermagem da Federal de Minas lá pela vaga 68 de 70. Bebi muito, estudei um bocado, lutei por nada no movimento estudantil (pelo menos conheci Curitiba) e fiz muitos amigos para sempre. Graduei-me (sem atrasos e sem ocupar vaga de outros) em 2004. Mudei-me para Marilac – MG (essa sim, uma roça quente) onde atuei como Enfermeira do Saúde da Família por 4 anos. Atuei como Enfermeira também em Governador Valadares, Paraiso do Tocantins e Palmas, onde ocupei uma vaga docente na Universidade Federal do Tocantins por 3 anos. Após o nascimento do primeiro filho, e percebendo que a Enfermagem é para os fortes, decidi abandonar a profissão e voltar definitivamente para a exclusividade do lar. Mudei-me em 2016 (também a contragosto, depois gostando) para os Estados Unidos, onde vivo até hoje com o marido e os dois filhos. Permitindo Deus, enfiarei novamente os pés na terra linda e fresca de São Félix de Minas em 2025, e dessa vez, sem ter que partir, até morrer.
Tenho formação católica e sou protestante reformada há 10 anos. Aprendi que a postura mais segura diante do mundo e da história é a de desconfiança. Sou uma pessimista esperançosa e acho que Rousseau errou feio. Prefiro o testado à grande novidade e o conhecido ao desconhecido. Tenho arrelia de grandes inovações e caso o que é velho ainda sirva bem à maioria, ficaria com ele para sempre. Sou uma constante indignada, apaixonada por notícias e escrevo por necessidade fisiológica. Leio ficção por obrigação boa, porque do que gosto mesmo é de filosofia, história e política. Não entendo e não aprecio a literatura engajada. Desconfio dos que acreditam saber como mudar o mundo, tenho preguiça dos que se reúnem para fazer isso e horror dos que transformam isso em regra para todos. Acho que posso ser definida como uma chata fofa.