De volta ao paraíso – Amana

O prédio agora era uma construção tão desfigurada pelo tempo e pela desgraça, tanto quanto ele mesmo era. As estantes empoeiradas, os livros há tanto tempo fechados. Há quantos anos não eram mais tocados pelas mãos de leitores ávidos pelas histórias neles oferecidas? Mãos como as dele. Antes da fatalidade lia muito, sedento por histórias... Continuar Lendo →

Resenha: “A morte é um dia que vale a pena viver”, de Ana Cláudia Quintana Arantes – por Bia Machado

Descobri Ana Claudia Quintana Arantes no YouTube, ao buscar vídeos sobre um tema que eu queria trabalhar com meus alunos, há uns dois anos. Fiquei impressionada com a maneira da escritora, médica e palestrante, tratar o assunto "morte" e ao mesmo tempo abordar sua antítese, a "vida". Já fui procurar sobre algum livro dela e... Continuar Lendo →

Biscoitos de Natal para o Ano Novo (Bia Machado)

Quando ouviu as batidas na porta, foi difícil levantar da cadeira com aquela artrite toda. Resmungou a cada passo, pois também precisava segurar as barbas longas e brancas, para que não tropeçasse nelas. Claro que já estava preparado para o hóspede que chegaria, sabendo que em poucos dias o hóspede seria ele, e não quem... Continuar Lendo →

Passeio de Barco – Bia Machado

A FUNDURA DO RIO É TANTA que ninguém ia achar o corpo dele. Ia ficar lá embaixo, ia ser comido pelos peixes, pelas piranhas... Ou será que o boto salvava? Se é filho dele, salvava... — Pai, não quis trazer a mãe por quê? — Tua mãe tem medo desse barquinho aqui, não sabe, garoto?... Continuar Lendo →

O Jardim e o Deserto – Bia Machado

A mãozinha pequenina de Alice passeia por minha barriga. Os dedinhos suaves me causam um arrepio. Ela é quem mais gosta de me acariciar, e não o faz apenas com os dedos, mas também com o olhar, ao mesmo tempo espantado e compenetrado. “Quando meus irmãozinhos vão nascer, mamãe?” “Em breve, Alice” eu respondo. “Breve... Continuar Lendo →

Além do tempo – (Bia Machado)

I O mesmo sonho recorrente, desde que Manuela partira. Uma linda mulher vinha ao seu encontro, chamando-o pelo nome, como se o conhecesse há tempos. Ela sorria e o abraçava, alegre, dizendo: “Eu ainda estou aqui! Sou eu, a sua Manuela!” Abelardo acordava, sobressaltado, com aquelas frases ecoando em seus ouvidos. “Eu ainda estou aqui!... Continuar Lendo →

Dandelions (Bia Machado)

Ali, naquela colina, caminhando na direção leste ao longo da praia, vive a criatura mais apaixonada que já conheci. Quem vai até lá, no amanhecer, pode ver Artemísia deitada, observando o céu em meio aos dentes-de-leão que ela mesma plantou, séculos atrás, em uma longínqua primavera, onde também plantou hortelã, tomilho, lavanda e anis. Poderia... Continuar Lendo →

Carta a uma amiga distante (Bia Machado)

Querida amiga, como vai? Acho que posso chamá-la de Amiga, não posso? Estamos sempre tão distantes uma da outra, pela forma como vivemos a vida, pela forma como nos veem, por tantas diferenças que existem entre nós, mas ainda assim, saiba que tenho uma profunda admiração por você. Sempre acreditei que com você a vida... Continuar Lendo →

Finitude – Bia Machado

Correr nos campos brancos de neve. Do jeito que Herta fazia quando tinha sete anos. Tanto tempo depois, já não conseguia mais. Agora era apenas lentidão, passo a passo. Era mais do que o suficiente. O bastante para chegar ao lago. Pisar no gelo ainda fino, quebrando-o e mergulhando na água gelada. Bastava isso para... Continuar Lendo →

Carta a um leitor vestibulando – Bia Machado

08/03/2018 Caro leitor, Gostaria de ter escrito esta carta por outro motivo qualquer, mas sinto que não aguento mais. Preciso desabafar com alguém. Talvez tenha escolhido o momento menos correto, você tem tanto a estudar, porém... Bem sei da sua resistência com a leitura desse livro. Eu também ficaria, se tivesse que lê-lo apenas para... Continuar Lendo →

Es-pe-ran-ça (Bia Machado)

Ela era louca, diziam. E Esperança aceitava, com toda a tranquilidade. Os dias passavam e ela, talvez fosse louca mesmo, vivia no décimo segundo andar daquele edifício. Às vezes se perguntava: por que o último andar? A verdade é que gostava de tudo o que via de sua janela. As pessoas lá embaixo, pequenininhas, uma... Continuar Lendo →

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