Passagem – Evelyn Postali (Desafio Desejo de Ano Novo)

Ela olhou para a palidez de seus pés no pequeno patamar lateral da frente da casa, iluminados pela claridade do entardecer anunciado. Dali, o horizonte já perdia a cor com o céu em tons lilases e o verde das montanhas ao longe se despedia do viço do dia. A gata mais velha veio enroscar-se em... Continuar Lendo →

Milagre – Paula Giannini

Amassa que faz o trigo p´ra massa que molda o pão I a pizza I na benção da mesa farta a arte faz-se oração Amassa, quem faz o trigo. p´ra massa, a molda, o pão. em benção, a mesa farta é arte. e é oração

Dezesseis – Evelyn Postali (desafio)

Ela avistou Murilo, próximo às árvores da pracinha, em cima da moto, como costumava estar nas manhãs de domingo. O coração doente disparou e uma náusea mais forte a fez parar, agarrando o braço do pai. O vestido branco arrastou-se entre as pétalas de rosas brancas a cobrir parte do trecho da calçada e da... Continuar Lendo →

Vadia – desafio – Paula Giannini

Vadia Vomitou assim, sem nem ao menos olhar seus olhos. A moral. Amoral. Vadia é coisa de cadela bandeando feliz ao sol de meio dia. Vadia é coisa de rabo, balançando livre a fim de se livrar das moscas. E dos parasitas. Tão pequenos... Os ovos de varejeiras a eclodir. As larvas prontas a devorar... Continuar Lendo →

A versão da vovó – Elisa Ribeiro

Refaço teus passosTe recrio no que façoMeu fim, teu começo “Tua mãe virou um passarinho. Quando você criar asas, ela vai vir te buscar.” Foi o que a avó lhe disse quando pela primeira vez ela perguntou pela mãe. Levada pelo pai, já estava há três dias na casa da avó. Um mês depois, ele... Continuar Lendo →

Doença de Família – Sabrina Dalbelo

Primeiro lugar no vestibular na Faculdade de Medicina da USP 2007. Grande mérito, resultado de igual dose de responsabilidade. Isabela Alonso entrava na faculdade como a melhor da turma e logo se tornaria a preferida do professor de anatomia, Ricardo Pádua, um reconhecido médico paulista. As investidas, após as aulas práticas sobre o sistema cardiovascular,... Continuar Lendo →

Passageiras – Sabrina Dalbelo

O Emissário, criatura responsável pela Passagem, é o funcionário a quem incumbe a evolução dos processos. Forjado no início dos tempos, desde a primeira morte de um ser dito vivo, seu grande mister é o de depositar as almas na grande labareda da purificação e, com isso, manter o ciclo da transmutação. Ele perambula nu,... Continuar Lendo →

Cravos vermelhos – Sabrina Dalbelo

Eu a conheci quando tínhamos apenas nove anos. Éramos crianças inocentes e não tínhamos a menor noção do que o destino nos reservava. Ela tinha um cheiro de cravo. Eu amo cravo até hoje por isso. Ela e seu cabelo vermelho, radiante, de andar apressado e pouco assunto. Ela queria mais era brincar, pular e... Continuar Lendo →

Musa – Paula Giannini

Existe uma teoria que suspeita o universo como uma bolha. Não o meu, não apenas, mas todos. Sim, outros, pois que para esta suposição, há tantos mundos no cosmos quanto bolhas em uma garrafa de espumante. Para ela, a tal teoria, meu universo, nada mais é que uma destas incomensuráveis e frágeis bolinhas, vagando errática,... Continuar Lendo →

As Folhas de Alumúria – Iolandinha Pinheiro.

Anna Lúcia sabia que era adotada. Descobriu sozinha olhando os velhos álbuns com capa de ursinho na parte de cima do armário. Ao contrário dos irmãos mais velhos, não havia fotos da sua mãe grávida dela, ou foto sua ainda bebê. Não bastasse este fato, sempre se sentiu deslocada na família, na escola, no mundo.... Continuar Lendo →

A Árvore Que Emoldurava A Lua – Evelyn Postali

Felixiana morava numa casinha no pé do morro da Benedita, beijando o céu, perto do córrego do Boca. Um lugar nada propício para alguém que viajava o mundo nas páginas dos livros juntados no lixão. Livros jogados fora, cujas imagens encantavam e conseguiam movimentar aquela vida mínima quando a roubavam da cama feita de estacas... Continuar Lendo →

Back to home – Evelyn Postali

  Bichinhos de pelúcia. Caixinha de música. Livrinho de histórias. Ela cresce até fazer-se carne e osso, até ganhar altura, até marejar os olhos pela primeira vez. É um choro de vida de contagem regressiva, ali: começo, meio e fim. Dela, não se pode escapar, nem fingir estar em outro lugar, apesar de querer. É... Continuar Lendo →

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