Um olhar indiferente sem querer que fosse assim. Puro fingimento. E naquele olhar disfarçar a urgência, o desejo, a promessa de um pecado a fazer do amor uma ferida na alma, cada vez mais profunda. A pulsação acelerada, sem a necessidade do toque, era a sensação a cada encontro. E era como se todos próximos... Continuar Lendo →
Dias de Chuva – Iolandinha Pinheiro
Dias de Chuva Caminho pela chuva, e vejo a praçaPor onde uma criança anda descalçaSeguindo pelo vento, achando graçaDos barcos de papel, em uma valsaDançando quase juntos sobre o rioValentes, enfrentando o aguaceiroVoando sob o duro meio fioAté se desmancharem por inteiroAli se encerrou, breve destinoDos dois pequenos barcos pelo mundoNascer e já morrer em... Continuar Lendo →
Chove (Renata Rothstein)
Chove E eu, que já não sei chorar Deságuo desato e derramo Nas ruas de cetim, o sonho Último, escasso, quase laço No fim, eu sei, melhor assim Canções ao breu. E eu? Luar Parte é perda, parte é ganhar Parto - calo, e violo as regras E cega, mutilo, sigo as setas Todo inverso,... Continuar Lendo →
O gavião antenado
Minha amada Amora, Vovó já pede desculpas pela cafona cacofonia. Mas depois de certo tempo a gente perde os pudores literais e literários. Hoje é aniversário de seu pai, mas ele só recebeu o melhor presente cinco dias depois, quando você nasceu. Desde então o mundo anda complicadinho. Triste coincidência. Vou tentar explicar. Assim que... Continuar Lendo →
Uma Noite Qualquer – Claudia Roberta Angst
Quase hipnotizada, Marina encostou o nariz na janela. O contato frio despertou-lhe os sentidos já entorpecidos. O ar expelido pela respiração entrecortada embaçou a visão que antes transparecia. Afastou o rosto e tocou o vidro com as pontas dos dedos. Ouviu um sino distante e observou o craquelar do cristal. Vidro transformado em flocos macios,... Continuar Lendo →