Moro numa pequena cidade sem parentes ou amigos. Escolhi viver desta forma. Ergui uma casa distante da vila, uma espécie de retiro voluntário na floresta tendo como vizinhos apenas os animais e as plantas. Nem por isso tive algum dia de tranquilidade na vida, e nem poderia, pois não o mereço.
O nobre leitor acredita em fantasmas? Se a mim fosse feita esta pergunta talvez respondesse que não, mas apenas para não parecer louco diante de meu interlocutor. Estaria mentindo. Eu acredito em fantasmas. A minha convicção se formou a partir de quando ainda era bem jovem, quando aos vinte e um anos candidatei-me ao cargo de faroleiro que havia ficado vago após a morte do meu antecessor.
Continue lendo “– Presságio – Iolandinha Pinheiro”