O tempo que o tempo tem é o tempo de um sorriso, do leve movimento dos lábios até se abrir por inteiro como o desabrochar de uma flor. O tempo que o tempo tem É um tempo só dele, não adianta tentar fazer de conta que não percebemos sua contagem Ele brinca, ah, esse tempo,... Continuar Lendo →
ANTES DA CHUVA – Claudia Roberta Angst
Poderia continuar aqui se a história fosse outra. Foram essas as primeiras palavras que ouviu assim que se sentou. Alguém repassava a fala da protagonista com a impaciência de iniciante. Restavam ainda algumas horas antes do primeiro ato. A tensão da estreia dominava elenco e direção. Cansado, após responder as perguntas pouco criativas de uma... Continuar Lendo →
A última chance – Elisa Ribeiro
Não era por amor que ia visitá-la, mas por compromisso. A hipótese de se tratar de amor o sentimento que o unia à esposa só durara até ele se apaixonar por Eloísa. Depois de Eloísa, só restara a coabitação, os bens em comum, os filhos. Com Eloísa entendeu e experimentou o que depois dela passou... Continuar Lendo →
Notícias do limbo – Catarina Cunha
Querido amor, Trago notícias do limbo. Aqui não faz sol e nem chuva, frio ou calor. Os dias são iguais às noites assim como estas letras simétricas. Peço, desde já, desculpas pela forma sonolenta do relato, mas outra forma não haveria como chegar aos teus olhos, quiçá ao coração. Gostaria imensamente que recebesse esta... Continuar Lendo →
Infecção A Cura – Paula Giannini
Infecção A Cura Avast, Norton, Windows, malware, antivírus. Defender. A palavra funcionava nas duas línguas. Defender. E vírus também. Blindou o celular. Serviço completo. Agora era passar álcool em gel, colocar capa no aparelho. E em si. Capa, máscara, luvas, tudo o que tinha direito. Desinfetar. Limpar. Higienizar. Sanitizar. Era assim que se dizia no... Continuar Lendo →
A Coisa Brutamontes (Resenha) – livro de Renata Penzani, por Evelyn Postali
“Pelo pouco que eu sabia do mundo, já tinha percebido que, pra muita coisa importante, falta nome.” A COISA BRUTAMONTES De Renata PenzaniIlustrações de Renato Alarcão A obra foi finalista do Prêmio Barco a Vapor em 2016, e venceu o Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantil e Juvenil de 2017. Tamanho 22x26 cm; Fonte Velino... Continuar Lendo →
O lixão do abutre. O lixão da Rute. (Sabrina Dalbelo)
Na terra acinzentada onde o abutre se alimenta e depois defeca, onde o resto é despejado, a menina Rute brinca, corre pra todo lado. Lá, para onde algo que alguém não quis mais é transportado. Lá, no fedor, na lama, no chorume, onde adubo é revirado, onde o homem pisa, cata e vende até o... Continuar Lendo →
Time Loop – Evelyn Postali
Eu caminho apressado, frenético. Não percebo a largura de minhas passadas, e sim o formato dos seixos a correr debaixo de meus pés. Pedras irregulares a mostrar o desalinho da minha vida, ou daquela que eu tinha. Molhadas da chuva, elas têm um brilho diferente. Anos de fúria e rancor aliviados por Emma com as... Continuar Lendo →
O irmão da Maria Theresa – Fernanda Caleffi Barbetta
Quando eu nasci, ninguém sabia meu nome. Eu era o irmão da Maria Theresa. E isso era informação que bastava. Só depois, bem depois, foi que eu me tornei o Nelsinho.Na época do meu nascimento, 25 anos atrás, minha irmã já era a Maria Theresa, com agá, famosa lá pras bandas do Mato Grosso. Eu,... Continuar Lendo →
Vingança e paixão – Capitulo 1 – Priscila Pereira
A primeira coisa que Júlia viu, ao entrar na igreja de braço dado com o pai, foi a cabeleira ruiva de seu futuro marido. Agradeceu pelo véu que cobria seu rosto e ocultava sua expressão de surpresa. Via o patriarca espiando, tentando descobrir o que pensava. “Como ele pôde escolher um homem ruivo?”, quase deixou... Continuar Lendo →
A Fábrica de Sonhos – Anorkinda Neide
A Fábrica de Sonhos Está fechada. Inimaginável, diziam alguns, os mais otimistas, que foram pêgos de surpresa diante do cancelamento das atividades de sua principal produtora de matéria-prima. E agora? Como ser feliz sem sonhos?Eles, os otimistas, não conseguiram se conformar. Como que do dia para a noite, numa breve distração e num piscar de... Continuar Lendo →
Marialva e os homens pelados – Evelyn Postali
Ninguém sabe precisar bem quando os homens começaram a nascer pelados. Pelados de cabelo, pelados de pelos. Não existia pentelho algum. Uma lisura única. Em todo o corpo. Pernas, axilas, virilha. As mulheres não. As mulheres continuavam com suas belas e longas cabeleiras e mantendo a depilação apenas respeitando suas vontades individuais. Os filostrólogos, na... Continuar Lendo →