Eram feitos um para o outro, dizia quem os via assim, aos beijos em pleno meio-dia de uma data qualquer, em frente ao prédio onde moravam. Romeu e Julieta, queijo com goiabada, arroz e feijão, brincavam os amigos.
Eram feitos sob medida.
O céu e o mar, a Bela e a Fera, a faca e o queijo. Eram o cúmulo do cúmulo dos clichês amorosos, e chegavam a “pegar nojo” aqueles que os viam assim, de mãos entrelaçadas, melosos, melados, cheios de risinhos, beijinhos, e mais inhos e inhos. Tudo era diminutivo no vocabulário daquele superlativo e sempre unido casal.
Metades da mesma fruta, na estranha matemática do amor, dois somados, juntos, eram um, e, separados, quase nada. Acordavam juntos, comiam juntos, trabalhavam juntos, sonhavam…
Não se podia pensar nela sem se pensar nele e vice-versa. Chegava-se mesmo a confundir um e outro. Sempre unidos. Onde quer que um estivesse, bastava uma esticada no olhar, para em seguida avistar o outro, saído de trás de alguma prateleira ou árvore no caminho.
Era chato.
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