distanciamento. esse é um belo exercício, e não falo aqui de distanciamento entre as pessoas, mas das expectativas delas em relação à uma ação. é entender que a gente age conforme nossos princípios, aprendizados, vivências e que, ao provocar uma reação exasperada no outro (que esperava algo totalmente diferente de nós), o foco não está... Continuar Lendo →
Rasga-Ossos (Resenha) – livro de Sabrina Dalbelo, por Evelyn Postali
"há pontos de luzno céu dos seus olhosa iluminação reflete nos meusinsólitosquando te vejoinsisto em acender fogueirasà luz das estrelasno desertofurtivo olharcomo paciência de pérolavindo à tona do fundodo mundo" Publicado pela Penalux, em novembro de 2020.Composto em Sabon LT Std, impresso em papel pólen soft 80 g/m².Edição de França & Gorj.Editoração eletrônica de Karina... Continuar Lendo →
As portas do inferno se abrem à meia-noite (Sabrina Dalbelo)
Uma criança sem religião definida reza para um santo sem rosto, sem nome, sem caráter de pai. A realização de um pedido tem força de milagre e a criança sem bíblia sabe agradecer. A cruz de alguém que deu a vida por todos está por toda parte. Mas a guia de contas coloridas não passa... Continuar Lendo →
O lixão do abutre. O lixão da Rute. (Sabrina Dalbelo)
Na terra acinzentada onde o abutre se alimenta e depois defeca, onde o resto é despejado, a menina Rute brinca, corre pra todo lado. Lá, para onde algo que alguém não quis mais é transportado. Lá, no fedor, na lama, no chorume, onde adubo é revirado, onde o homem pisa, cata e vende até o... Continuar Lendo →
Ciclos de poeira – Sabrina Dalbelo
Um guerreiro empunha a espada e a maneja com a força de uma rocha. As duas mãos ao redor da empunhadura se encaixam como a pele nos ossos de um animal de pouca carne.A espada vibra e toma a força de um dragão em fúria. Faíscas e fiapos de fumaça exalam do guerreiro e da... Continuar Lendo →
O mar não está para peixe – Sabrina Dalbelo (desafio)
Agonia.Remavam em desespero contra a maré. O fôlego faltando, a esperança afundando. Destroços por todo lado, de todo tipo. A queimação do sal do mar na garganta. Sal que não era apenas sal, não mais.Uma família unida tentando sobreviver, todos juntos. Logo eles, tão acostumados àquele ambiente, crias do mar. Logo eles.De mãos dadas, a... Continuar Lendo →
Para Drummond – Sabrina Dalbelo (desafio)
O padre Ulisses amaldiçoou o açougueiro Lucas que esfaqueou o eletricista Mauro que eletrocutou o jardineiro Martin que afogou o padeiro León que assou o paraquedista Beto que asfixiou o professor Cristian que atirou no técnico de informática Diones que explodiu o bombeiro Matias que tacou fogo no empacotador Lourenço que desnucou o auxiliar de... Continuar Lendo →
deus da mitologia – Sabrina Dalbelo {inapropriado para menores}
Segunda-feira almocei na praça de alimentação do shopping. Não estava com muito apetite, comi pouco. Cheguei cedo para pegar lugar, escolhi um buffet. Tomei um copo d’água, como o usual e deixei o restaurante. Do lado oposto ao dali, avistei um cartaz colorido, que me chamou a atenção. O filme estampado era “Thor Ragnarok”. A... Continuar Lendo →
a maior metáfora fui eu (Sabrina Dalbelo)
Ao vivo e, ao evocar os meus demônios, eu ofertarei meus medos, meus filhos e meu saco de moedas. Não posso te prometer um final luxuoso, nem aplausos, mas te darei meu nome e tudo o que dele fizeram. Não tenho lembranças nem crenças. As verdades, as abandonei todas. Trilhei um caminho torto e indigno... Continuar Lendo →
Cravos vermelhos – Sabrina Dalbelo
Eu a conheci quando tínhamos apenas nove anos. Éramos crianças inocentes e não tínhamos a menor noção do que o destino nos reservava. Ela tinha um cheiro de cravo. Eu amo cravo até hoje por isso. Ela e seu cabelo vermelho, radiante, de andar apressado e pouco assunto. Ela queria mais era brincar, pular e... Continuar Lendo →
O Bom Rei nos ensinou tudo – Sabrina Dalbelo
No meu mundo temos ofícios, responsabilidades e afazeres. Todos somos treinados para cumprir as ordens reais. O Rei é bom e lhe obedecemos com alegria e esperança. Ele nos ensina tudo! Quando realizamos nosso trabalho de forma satisfatória, nosso supremo nos concede o luxo da comida, da moradia, da confraternização e o da própria luz.... Continuar Lendo →
CARTA A UMA MULHER MAIS BONITA DO QUE EU – Sabrina Dalbelo
Minha Sacerdotisa, Tenho pensado em tudo o que ocorreu. Estou ciente de que passaste a viver em meio ao horror e no isolamento. Todavia, não posso deixar de reconhecer a mulher que eras. Creio que essa fêmea desejável ainda exista por detrás desses muros petrificados que te rondam e por debaixo dessas serpentes perniciosas que... Continuar Lendo →
vou tentar nascer hoje – Sabrina Dalbelo
(texto temporariamente com publicação suspensa por estar concorrendo a um prêmio literário)
Da água que rega o corpo – Sabrina Dalbelo
Envolto a um coração amargurado em que não brota nada, como solo árido, constante e frívolo, o corpo vagueia como zumbi sem destino. Coração seco não dá pernas firmes para o sujeito. Coração duro abatuma sentimento. Vê-se um corpo sem semente, em que não brota nada. Lá no solo do sertão, dizem, não brota nada... Continuar Lendo →
A poesia, o sangue e o lixão – Sabrina Dalbelo
Ela amanheceu poesia. Estava inchada mas o sangue rimava com cor e com vida. Pedia aos céus uma estrela para encher sua casa de alegria. Sentir-se dentro de um balde vermelho e ardido não era de todo ruim. Em um canto da sala uma bela arte profana. Uma estátua de uma figura feminina de pernas... Continuar Lendo →
Do apê para…um passo de cada vez – Sabrina Dalbelo
Na época, eu morava num predinho mixuruca, num apê minúsculo, daqueles que não adianta esfregar, porque as cracas da fuligem que entravam da avenida que passa à frente do prédio não saíam. Não que me importasse em conviver com as cracas. Não mesmo. Já fazia um tempo que não saía de casa, a não ser... Continuar Lendo →