Tenho sorrido após
as lágrimas
Tenho chorado depois
do riso forçado
Muitos pedaços de mim
estão perdidos
Ou talvez só adormecidos
Cansados
esgotados
Seria bom contabilizar
quantos cacos?
Qual é a forma
do mosaico que hoje
eu carrego?
(27 set 2020)
Esse poema é dedicado a todos os que não conseguiram juntar seus cacos sequer em um mosaico.
Belo texto, o mosaico poderia também ser um quebra cabeça faltando muitas peças…
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Oi, Ygor, é verdade! Imagine a quantidade de peças rsss… Obrigada pelo comentário! ^^
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Uma poesia reflexiva sobre nossas vidas. Estamos sempre nos quebrando e nos remontando, porque faz parte do trabalho de viver esse continuar apesar de tudo, Muitas vezes me magoo, e poucas me revelo. Vou guardando meus pedaços em caixinhas, esperando que a cola dos dias e do esquecimento vá juntando e recompondo meu caminho.
Linda reflexão, querida.
parabéns.
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Não faz bem guardarmos a mágoa para nós, Iolandinha, seja essa mágoa verdadeira ou fantasiosa… O jeito é colar tudo do nosso mosaico da forma como parecer melhor, não deixe tudo na caixinha, não. Uma hora ela vai transbordar… 😉
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Todos nós somos mosaicos, somos poeira de estrelas, somos como vitrais – feitos de caquinhos de vidro – que juntos formam imagens coloridas, luminosas, que encantam as pessoas. Um amigo muito sábio me disse uma vez: somos todos pedras preciosas. Nascemos na forma bruta e vamos sendo lapidados conforme nossas vivências, alerlgrias, mas principalmente dores. Um lindo diamante lapidado só existe pq lhe foram tiradas muitas lascas, muitos pedaços. Quando estamos tristes, frágeis, é quando somos mais belos.
Muito bonito o q vc escreveu!
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Obrigada, Ju, seu amigo tem razão! As pedras no caminho – ou os caquinhos – fazem toda a diferença, nada de chutá-las para a beira da estrada…
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“Tenho sorrido após
as lágrimas
Tenho chorado depois
do riso forçado” – que lindo isso, adorei. Manda muito bem em poesia, assim como nos contos. Não sabia deste seu lado poético. Amei. Parabéns.
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Oi, Fernanda, obrigada, deve ser a inspiração de tantas poetas maravilhosas por aqui, que amo ler. Estou praticando poematerapia, rs. Preciso escrever sobre o que sinto e em prosa percebi que às vezes é difícil…
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sim, poemas afloram nossos sentimentos com mais facilidade. Continue escrevendo poesias e postando aqui tb. Bjs
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Seu poema é muito triste. Sobretudo a dedicatória. Eu acho que viver não é fácil, mas acho também que a grande graça, e aqui uso a palavra em seu sentido teológico, está na nossa capacidade de regeneração. De nos reconstituirmos a partir de nossas dores e perdas. De rejuntar nossos cascos em um novo mosaico, em um desenho novo, em renovados propósitos. Grata por me propiciar essa reflexão, querida. Beijos
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Oi, Elisa, sim, partir em pedaços e depois conseguir juntá-los, de alguma forma: talvez a vida seja isso, ou o grande desafio dela. Quando não conseguimos isso, não estamos realmente vivendo como deveríamos…
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Lindo, triste e reflexivo, Amana.
Somos mosaicos, sempre, desde antes da nossa fragmentação. A primeira, segunda, terceira…quantos pedaços nos tornamos, quanto poderíamos contabilizar?
Talvez seja essa a nossa aprendizagem, seguirmos, sendo mosaicos.
Gostei muito 👏👏💋
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Oi, Renata, obrigada pela leitura! É verdade, sempre mosaicos… Quem nunca se partiu em muitos pedaços? Desconheço…
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Tenho fascínio por mosaicos, principalmente os humanos. Para viver relações de verdade teremos sempre de nos arriscar. algumas vezes, quebramos a cara e nos transformamos em mosaicos, alguns simples, outros mais rebuscados. Os cacos são nossas cicatrizes, as partes que tivemos de quebrar para encaixar melhor a nossa alma. Parabéns pelo bem construído e significativo poema.
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Oi, Claudia! Disse tudo, não há como viver sem nos partirmos de alguma forma… Quem tenta evitar isso sofrerá ainda mais… Sei lá se alguém consegue! Alguns fingem que sim… Obrigada! ^^
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Querida Amana,
Quem de nós não vive aos pedaços?
Quem não sentem, ao longo da viagem, que alguns pedações foram deixados na estrada?
Linda poesia, excelente reflexão.
Beijos
Paula Giannini
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Oi, Paula, sim! Somos todos mosaicos, rs. Infelizmente, deve haver gente que tenta se disfarçar a respeito disso, negando seus cacos…
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O mosaico não é simplesmente um conjunto de tesselas de pedra e vidro que forma um desenho com certa simetria. Na verdade, no poema, é uma agregação, combinação de momentos vividos — uma análise do passado que estrutura o presente, uma ruptura entre o mundo da realidade e o do desejo. A vida é mesmo um quebra-cabeça. A metáfora , uma vez construía , estabeleceu esse plano de leitura para todo o texto.
Parabéns pela sonoridade, pelo ritmo bem marcado, pelas antíteses de efeito de sentido. Beijos.
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Obrigada, Fatima! Sabe que uma das minhas brincadeiras preferidas até a adolescência era montar quebra-cabeças? Mas depois a coisa foi ficando mais complicada e juntar pecinhas, cacos, partes, só na vida mesmo…
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Tenho chorado depois
do riso forçado
.
Muito forte isso!
Bastante intenso o poema todo, assim é que a poesia nasce bem, quando a emoção transborda e muitas vezes sao emoções assim, tristes, em cacos..os versos podem ser o rejunte do mosaico.
Parabéns pelo poema tocante!
bjs
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Oi, Anorkinda! Sabe que uma amiga disse que parece que escrevi esse poema pra ela? Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, porque ela esconde muito bem seus cacos… Mas eu já fui assim também… Ler poesia me anima muito, escrevê-los é uma forma de terapia, sim…. Obrigada!
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Bia,
De quantas partes (cacos) somos feitos? Às vezes mais, às vezes menos despedaçados.
Mas nunca inteiros: os filhos nos preocupam, a rotina massacra, o trabalho cansa, os boletos chegam, um mal mal-entendido,… muito nos fere e despedaça, mas não do mesmo jeito.
Juntar nossos cacos é vencer.
Belíssimo poema.
Beijos
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Oi, Sabrina! Sim, precisamos juntar os cacos, não importa quanto tempo leve. E conseguir fazer isso nos fará um bem enorme! Obrigada! 😉
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Primeiro poema que me deixa realmente tocada. Não gosto de poemas e poesias, que geralmente são românticas e sentimentais (menos as de Bukowski rsrs) mas a sua vem da alma, vem desse sentimento cada vez mais presente na vida de todos nós. Bjs ❤
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Oi, Vanessa! Muito obrigada pelas palavras, fico feliz que tenha gostado. Alguns caquinhos meus se juntaram agora aqui, rs. Bjs! 😉
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Olá, Amana. O kintsugi é a arte japonesa de reparar com ouro objetos quebrados, desse modo, o ouro serve para valorizar o que foi quebrado e rejuntado, para nos mostrar a beleza das cicatrizes. Não há quem não as tenha. Concordo com o que as meninas disseram acima, somos feitos de partes, somos feitos de cacos, há beleza nisso, o saber de rejuntar num novo desenho, num novo padrão. É esse novo desenho que nos firma em pé, em autonomia, em esperança. Talvez por isso, a frase final seja tão doída, a parte mais triste do seu poema-reflexão. A pessoa que não consegue juntar seus cacos para compor um novo mosaico. Obrigada pela reflexão. A última frase foi tocante demais.
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Oi, Sandra, que linda essa arte japonesa! Vamos buscar esse ouro para rejuntar os cacos… Mas se não der pra ser ouro, que seja com o que for, mas que se juntem. A vida é isso, e é triste quando não se consegue… Obrigada!
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Vivemos em um constante balançar, sempre há um contraponto, um sim e um não, um vou-não-vou. Carregamos múltiplos ‘eus’. Eles se contrapõem, entrelaçam, enroscam-se, dissolvem-se, transformam-se. Há uma balança sempre a tentar o equilíbrio, sempre a querer manter-se nivelada, mas existe a fragilidade das linhas, não é? Aquela fragilidade incômoda, que nos parte sempre ao meio, ou em pedaços que, embora tentemos, jamais juntamos os cacos.
Parabéns pelo poema.
Beijos e abraços carinhosos.
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Oi, Evelyn, é verdade! Às vezes parece que o melhor é deixar nossos cacos como estão… Mas vamos seguindo, ao menos na tentativa de dar sentido ao mosaico… Bjs!
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